O japonês dos meus sonhos - Bento Hinoto

02

Assim que saio na rua, vou me encaminhando até um ponto perto de casa, esperar o ônibus chegar.

Quando ele chega, eu dou sinal e entro.
O caminho era um pouco longo, e eu estava nervosa com a apresentação.

Desde criança, sempre fui apaixonada por fotografia e tirava fotos de tudo. Quando completei 18 anos, pedi uma câmera fotográfica nova de aniversário. Ainda a utilizo até hoje e continuo tirando várias fotos com ela. Agora, aos 20 anos, desejo encontrar um emprego que envolva fotografia, pois é o que amo fazer. Por isso, me inscrevi neste curso para aprender mais sobre fotografia. Hoje é o dia da minha apresentação e do teste de fotos para conseguir a vaga. Estou muito nervosa, mas espero conseguir.

[...]

Chegando lá, entro e vejo algumas pessoas aguardando ser chamada para o teste também.

— Oii! Boa tarde! — alguém diz pra mim

— Oii! Boa tarde. — digo

— Me chamo Lizy, prazer. — ela diz dando um sorriso sem mostrar os dentes. — Você também está aqui pro teste?

— Me chamo Manuela, prazer. — digo sorrindo também. — Sim, estou.

— Desculpa se estou sendo intrometida, vindo falar com você. — ela diz meio envergonhada. — Mas é porque eu estou muito nervosa para o teste, é minha primeira vez e eu sempre sonhei em fazer esse curso.

— Tá tudo bem! É minha primeira vez também, estou nervosa. — digo realmente meio nervosa.

— Lizy Nascimento! — uma mulher grita para ela entrar na sala.

— Chegou minha vez. — a menina diz nervosa.

— Boa sorte! — digo dando um sorriso.

Eu fiquei lá sentada por um tempo, e quando chegou a minha vez, me apresentei e expliquei o motivo pelo qual eu queria fazer o curso. Depois, fui para o teste prático, que consistia em fotografar alguns objetos para fins de marketing.

— Obrigada pela participação, Manuela! Assim que sair o resultado, iremos entrar em contato com os ganhadores da bolsa.

[...]

Na volta para casa, enquanto me dirigia para o ponto de ônibus, ouvi ao longe o som de uma guitarra. Sem ter ideia de quem poderia ser, mas impressionada com a habilidade musical, decidi seguir o som, já que percebi que o ônibus demoraria um pouco para chegar. Ao chegar à pracinha de onde vinha o som, deparei-me com dois garotos: um japonês, que estava tocando a guitarra, e outro ao seu lado. Fiquei verdadeiramente admirada com o talento do garoto, que além de tocar bem, também era encantador. Rapidamente, peguei minha câmera e fotografei-o, pois a combinação da sua performance musical com o local resultaria em uma foto linda.

Voltei ao ponto e o ônibus havia chegado, entrei e me sentei.

— Pelo visto só irei ver ele novamente por foto. — digo vendo a foto na câmera.

[...]

— Até que enfim chegou! Eu to ansioso pra te contar uma cosia! — diz Dinho bem animado.

— E oque é? — digo curiosa e me jogando no sofá.

— EU CANTEI HOJE NA BANDA! — Dinho diz pulando de felicidade.

— SÉRIO??! AI QUE LEGAL! E como que foi? — eu pergunto.

— Eu estava lá assistindo né — diz ele enquanto simula o ocorrido. — Ai os meninos da Utopia estavam lá tocando, só que o pessoal que estava assistindo, queria que eles cantassem uma música a qual eles não sabiam cantar, porque era inglês.
Então eles perguntaram se alguém que estava assistindo, sabia cantar. E adivinha??? — ele diz rindo e fazendo suspense.

— Você se ofereceu? — digo rindo.

— SIMMM!! — ele diz sorrindo.

— Mas nem português você fala direito, quem dirá inglês — zombo da cara dele.

— Hahaha, engraçadinha. Pois saiba que todos amaram! — ele diz fazendo uma cara se exibindo.
— E outra, no final do show eu fui falar com eles sobre eles terem um vocalista oficial. — ele diz.

— Cara de pau você hein — digo rindo.

— Porém, o baterista não foi muito com a minha cara, por uns problemas aí. Mas eles disseram que iriam conversar e amanhã diziam me aceitam ou não. — ele fala.

— Olha, eu tenho certeza que eles vão te aceitar. Você tem mil defeitos, mas é muito talentoso! — digo

— Espero que sim! Por mais que eles sejam uma banda não reconhecida, ainda sim são uma banda. E isso já poderia ser um começo de um sonho. — ele diz esperançoso.

— Eu amo a forma que você pensa positivo pra tudo e nunca desiste dos seus sonhos. — falo.

— É porque eu acredito que tudo é possível! Inclusive, como que foi lá no curso? — ele pergunta curioso.

— Ahhh, eu acho que fui bem! Espero que eles me aprovem. Vai me ajudar muito com emprego. — digo

— Tenho certeza que você foi bem também! — ele fala.

— Mas e aí, cadê a mamãe? — pergunto.

— Ela foi na nossa tia, disse que voltava amanhã.

— Nem pra me avisar. — digo cruzando os braços.

— É porque nossa tia passou mal, ela foi ajudar e disse que voltaria amanhã se ela melhorasse. Sabe como é que é né? Nosso tio não faz nada pra ajudar ela, então é nossa mãe que sempre ajuda. — ele diz

— Pois é, mas enfim. Vou ir tomar meu banho. — digo subindo as escadas.

Subo as escadas e vou até meu quarto, pego meu pijama e em seguida vou para o banheiro para tomar meu banho quente à noite, algo que eu amo. Enquanto estava no chuveiro, só conseguia pensar naquele japonês, sabendo que provavelmente nunca mais o verei. Quando termino, desço e vou até a cozinha preparar o jantar, já que minha mãe não estava em casa.

— MANUELA!!!! — Dinho grita da sala.

— Meu Deus! O QUE FOI?! — digo correndo pra sala e preocupada.

— OS MENINOS ME MANDARAM MENSAGEM, E QUEREM FALAR COMIGO AMANHÃ! — ele diz pulando de felicidade, novamente.

— Ai que susto. — digo aliviada. — Achei que era algo grave, mas fico feliz por você. — digo rindo de Dinho pulando pela sala.

— Será que a mamãe se importaria seu eu chamasse eles aqui? — ele pergunta.

— Aqui? Mas por que? — pergunto.

— Ahhh, pra ser mais um ponto positivo que eles vão ver em mim né. Aí amanhã você prepara um lanche bem gostoso, aí possa ser que ajude eles a se decidirem. — ele diz.

— Hahaha, está querendo comprar eles por lanche? — digo rindo.

— Sei lá né. Vai que ajuda. — ele diz.

— Tá bom, eu te ajudo. — digo

— OBRIGADA PITCHULA! Eu te amo! — ele diz me abraçando e beijando minha testa.

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E aí pitchulos? Gostaram do cap de hoje?