Não quero voltar
Quero fugir daqui e me sentir melhor
Eu queria tanto que esse pedaço de chão fosse meu lar, mas ele nunca foi de maneira contínua
Só em algumas noites e manhãs, às vezes nas tardes
Mas não dias inteiros...Desejo viver sem sentimentos, vazia por dentro, cética, fria. Um livro em branco.
Eu acho que há algum duelo o qual preciso enfrentar, mas eu procuro escapes para não ser acertada pelo granizo
Talvez haja uma guerra se aproximando
Eu sei da minha força
Mas eu só a uso para suportar dor, é injustoNão há saídas deste labirinto, nenhuma fácil, nem visível, quem sabe ela não exista realmente
O que seria pior? Eu me machucar fugindo ou construindo uma escada?
No auge da noite, só há o porão, não há mais nada, nem esperança
Eu pedi pra ser endurecida, apenas desse modo as pedras de gelo não me ferirão
Temo restar só eu no auge da madrugada, quando as ruas estão vazias e os gatunos espiam
Desejo viver sem duelos, sem granizos, sem porões, sem fugas, sem labirintos
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DESPEDAÇOS
Kurgu OlmayanMonólogos, poemas, poesias e semelhantes carregados de melancolia e às vezes uma pitada de esperança. Conjunto de poesias, monólogos, one-shots e/ou contos.