XXVI - Reencontro

47 4 1
                                    

Capítulo 26

Estou entrando nos 7 meses de gestação, minha barriga está enorme, o bebê não para de mexer, as vezes acho que ele será um jogador de futebol, meu casamento de Robert vai de mal a pior, dormimos no mesmo quarto, mas não deixo ele me tocar, as vezes ele toca minha barriga na frente dos meus pais, para manter as aparências, o que ele sabe fazer bem, fingir, as vezes tenho vontade de fugir daqui, mas lembro que agora não sou apenas eu, não posso sair nesse momento de guerra, tenho que pensar no meu filho, infelizmente tenho que viver presa nessa situação.

— Que barriguinha mais linda minha filha.

— Sim, mamãe, só não sabia que a barriga iria pesar tanto.

— Nos 9 meses piora minha filha.

— Obrigada por me falar a verdade mamãe. — rimos

— Malina, vamos na cidade comprar algumas coisas para o bebê? Fala Sofia

— Acho uma ótima ideia, não aguento mais está dentro de casa.

— Então vamos nos aprontar para irmos.

— Vou subir, e já nos encontramos. — Digo

Troco minha roupa e visto um vestido mais claro, que deixa minha barriguinha bem aparente, na verdade, nada mais esconde essa enorme barriga, prendo meus cabelos em um coque, visto meu saltinho e ponho minhas luvas, quando estava quase saindo, Robert entra no quarto e me olha.

— Para onde está indo?

— Vou sair com a Sofia.

— Vão aonde?

— Na cidade.

— Fazer o que?

— Eu não posso mais sair com minha própria irmã agora? Isso por acaso é uma prisão ou um casamento?

— Não seja insolente, Malina, você é minha esposa, me deve satisfação.

— Infelizmente, mas não por vontade própria.

Vejo raiva nos olhos de Robert e logo em seguida ele agarra meu braço com força.

— Não teste minha paciência, Malina.

— Me solte, foi você quem quis isso, se tivesse aceitado o divórcio, não estaríamos nessa situação, eu não quero estar com você, mas você não entende isso.

— Você carrega um filho meu agora. — ele fala duramente.

— Você está esquecendo que esse filho por não ser seu.

— Até que se prove o contrário, ele é meu sim.

Não aguento mais ouvir a voz de Robert, então saio do quarto

Chego na sala onde Sofia já me esperava.

— Você está bem?

— Robert estava me enchendo de perguntas, que raiva dele.

— Calma, Malina, vamos logo.

— Vamos sim.

Saímos de casa e vamos direto para o carro, eu como sempre dirigindo, pois não confio na Sofia ao volante, é um desastre, o caminho está tranquilo, e não demoramos até chegarmos.

Paramos em uma loja infantil, e já de cara já vimos várias coisinhas lindas.

— Sofia, pegue cores neutras, não sabemos o sexo do bebê.

— Tá bem, irmãzinha, estou ansiosa para comprar várias coisas para ele.

— Ou ela né, pode ser uma menininha.

— Mas eu sinto que é um menino. — diz Sofia.

Passeamos a loja inteira, era cada coisinha linda, eu tive vontade de levar tudo, e Sofia mais ainda, uma tia extremamente babona.

— Vamos tomar um Sorvete, Malina, sei que precisa tomar algo gelado.

— Vamos, por favor.

Depois de pagar tudo, deixamos as coisas no carro e vamos pra sorveteria.

Na rua ainda havia soldados alemães, e de repente me pego pensando em Vladmir, por onde será que ele anda agora, não sei se ainda está vivo, e pensar nisso me causa calafrios, eu espero que ele esteja bem, e que um dia possamos nos encontrar novamente.

Saio dos pensamentos quando Sofia fala comigo, entremos na sorveteria e ali ficamos conversando e tomando nosso sorvete.

Quando terminamos, saímos dali e caminhamos até o carro.

— Malina, olha aquela roupa que linda, preciso compra-la

— Sofia, você está lotada de roupas.

— Mas eu preciso de mais.

— Ah Meu Deus!!!! Tá bem então, vá experimentar, eu vou ficar aqui fora tomando um ar.

— Se vc se sentir cansada, entre, tá bem? — fala Sofia.

— Sim, irmã, eu ficarei bem.

— Tá bom.

Sofia vai até a loja e entra, eu fico do lado de fora tomando um ar, o dia hoje está muito bonito, o céu cheio de nuvens e o clima está ótimo.

Enquanto eu olhava tudo por aí, avisto alguns carros com soldados alemães vindo, o que é comum por aqui, olho automaticamente e meus olhos vão de encontro com quem eu menos esperava ver por aqui.

Sim, lá estava ele, lindo como sempre, com sua farda, cabelos loiros bem arrumados, sua barba já estava um pouquinho crescida, o que lhe dava um charme maior, suspiro ao vê-lo.

Vladmir pede para pararem o carro e desce, bem próximo a mim, depois pede para seguirem sem ele.

Parados ali, olhando um para o outro, meu coração quase sai pela boca, eu sinto misto de coisas, eu só queria que ele me levasse daqui.

O Oficial AlemãoOnde histórias criam vida. Descubra agora