O Oficial Alemão

XXXVIII - Belos Olhos Verdes

Capítulo 38

Vladmir

Já faz um ano desde que acordei, durante esse tempo pude me recuperar fisicamente, tive um pouco de dificuldade para caminhar no começo, pois eu havia passado muito tempo sem me movimentar, fui dispensado do serviço militar durante esse tempo devido minha inaptidão mental, uma pessoa que não lembrava do próprio nome, não poderia ir para uma guerra, busquei de todas as formas me lembrar do que vivi antes do acidente, mas apenas algumas coisas me vieram a mente, como meus pais e minha tia.

Eu era um homem solitário e sem passado, estou agora em minha propriedade na Alemanha, aqui é um belo lugar, na qual só sei da existência pois fui informado que pertencia a mim devido a uma herança deixada por meus pais, a enfermeira que me ajudou se mostrou uma grande amiga, e está sempre comigo, acredito que ela tenha sentimentos por mim, seus olhos não escondem isso, mas eu não consigo correspondê-la, por mais que eu tente algo me impede.

Estava em meu escritório quando escuto a campainha ser tocada, então decido ir atender.

— Oi, Vladmir, vim te ver. — fala Alicya.

— Oi, Alicya, que bom poder vê-la.

— Trouxe alguns doces para você.

— Obrigado, fico muito grato. Entre, por favor.

Alicya entra e então fala:

— Você é tão sozinho aqui.

— É verdade, mas acabei me acostumando com isso.

— Vladmir, por que não se dá uma chance? Eu gosto de você, poderia te fazer muito feliz.

— Eu não duvido disso, você ê uma mulher extraordinária, sem contar que cuidou de mim durante esse tempo todo.

— Então? Por que você não dá uma chance para nós?

— Alicya, é complicado.

— Não é Vladmir, você que está complicando.

Alicya vem até mim e fica muito próxima ao meu rosto, posso sentir sua respiração, nós olhamos por algum tempo, até que ela me beija, eu correspondo, entramos em um ritmo lento, Alicya tenta avançar um pouco mais, mas eu paro.

— Alicya, vamos com calma, eu tenho que pensar, eu não sei de nada sobre minha vida, preciso recuperar minhas lembranças.

— E se você nunca recuperar? Vai viver o resto da vida sozinho?

— Eu tenho esperanças de que recuperarei, em algum momento.

— Tudo bem então, desculpa por isso.

— Não precisa se desculpar.

Ficamos algum tempo conversando, e então ela decide ir embora.

A noite cai e eu decido ir dormir, o sono logo aparece.

(...)

Vejo uma linda moça de cabelos castanhos, seu rosto angelical e seus lindos olhos verdes se iluminavam diante de mim, ela é tão linda, a nossa frente há um lago, e ela me olha como se penetrasse minha alma, então a vejo se levantar da grama onde estamos sentados, e vejo ela caminhar até água, com suas belas curvas a mostra, aquele belo traseiro, ela olha para trás e sorrir para mim, eu hipnotizado, tento ir em sua direção, mas não consigo sair do lugar, algo me prende e não consigo mover meus quadris para levantar, e então eu a vejo sumir nas águas do lago, tento gritar, mas não sei o seu nome, e entro em desespero...

Acordo suado, lembro do sonho que tive, quem era a mulher dos meus sonhos, por que sonhei com ela, eu nem a conheço, será que ela faz parte do meu passado, são coisas que eu fico me perguntando, mas não obtendo respostas.