XLIV - O Coração Sente, A Mente Nega.

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Capítulo 44

Acordo pela amanhã  sentindo uma dor no meu seio direito, já sabendo do que se tratava, estou todo esse tempo sem amamentar Alexy, meus seios estão explodindo de tanto leite, preciso tirá-los.

Enquanto me alivio, lembro do que aconteceu ontem pela noite, que saudade eu estava de sentir aqueles lábios, e que beijo delicioso, parecia que Vladmir iria me devorar, e na verdade ele iria, se eu não o tivesse parado.

Dar pra notar que seu corpo me deseja, mas sua consciência se nega, pois ele não lembra de quem sou, então achei melhor pará-lo, não quero que ele se arrependa.

Alguns minutos depois eu faço minhas higienes matinais e resolvo ajeitar minhas coisas, pois irei embora agora pela manhã, espero que Valentin venha mesmo, assim eu pego carona com ele até a estação de trem.

Me visto, faço um rabo de cavalo nos cabelos e passo um batom nos lábios e desço para tomar café, e após isso, partir.

Ao descer, vejo os olhos de Vladmir queimarem sobre minha pele e eu me controlo para não correr para os seus braços

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Ao descer, vejo os olhos de Vladmir queimarem sobre minha pele e eu me controlo para não correr para os seus braços.

— Estava esperando você para tomarmos café, está linda.

— Obrigada, Vladmir.

Nos dirigimos até a mesa de refeições e então me sirvo.

— Quero agradecer você por ter me deixado passar a noite em sua casa.

— Eu nunca deixaria você na rua, sei que tivemos algo no passado, e sinto que o que tivemos foi muito forte.

— Você nem imagina o quanto. — Falo olhando em seus olhos.

— Eu irei embora agora pela manhã.

— Mas porque tão rápido?

— É uma viagem longa, quero chegar pela tarde lá.

— Eu te levarei até a estação de trem.

— Ah, não precisa se incomodar, Valentin vira me buscar.

Vejo os olhos de Vladmir quase saltar.

— Quem é Valentin?

— É um oficial alemã muito gentil que me trouxe até sua casa, o conheci ontem na estação de trem, ele disse que viria hoje me ver, então vou pedir para que me leve de volta até a estação.

— Os soldados alemães não costumam ser gentis, na realidade ele quer conquista-lá.

— Acredito que não seja isso.

— Eu ainda preferia levar você, do que esse Oficial, estará mais segura comigo.

— Não precisa. —falo.

Ao terminar nosso café, Vladmir vem até mim.

— Tem certeza que deseja voltar agora?

— Sim, não há nada para mim aqui Vladmir, a única coisa que eu tinha, não pertence mais a mim.

Vladmir pega minhas mãos e eu sinto nesse momento uma carga elétrica por todo o meu corpo, e sei que ele também sentiu, suas expressões não negavam isso.

— Eu quero muito que fique, mas já que deseja ir, não posso impedi-la, sinto muito por ter magoado você, vejo verdade em seus olhos, sei que o que sentem por mim é verdade, eu também sei que sinto algo, mas temo ser apenas uma atração física, pois não me recordo de nada, e não posso tomar uma decisão sem antes recuperá-las.

— Não se preocupe, eu ficarei bem com um tempo.

Nos olhamos por alguns minutos, seus olhos diziam muito sobre a confusão em sua cabeça, eu poderia ficar aqui e tentá-lo fazer se lembrar de mim, mas existe outra pessoa na vida de Vladmir, eu não quero entrar no meio disso e sair ainda mais magoada, eu preciso voltar pelo meu filho.

A campainha toca, nos alertando que há visitas.

— Bom dia, senhor Schröder. Bom dia  Senhorita Kamiński.

Cumprimentamos Valentin ao mesmo tempo.

— Você está bem instalada senhorita?

— Sim, mas agora eu preciso voltar, poderia me dar uma carona até a estação de trem? Falo

— Claro que sim, mas não sabia que sua visita seria tão breve assim.

— Mudei de planos.

— Tudo bem então, eu a levo.

Valentin vem até mim e beija o dorso da minha mão, deixando Vladmir desconfortável.

— Eu preferi levava, mas ela não aceitou, então a leve em segurança.

— Claro, cuidarei muito bem dessa bela jovem.

Vejo Vladmir engolir seco quando Valentin fala isso.

— Vamos então.

Vladmir tenta me convencer mais uma vez a ficar um pouco mais, mas não aceito, ficar cada dia mais aqui e vê-lo com outra será uma tortura para mim, e não quero mais ver isso.

Nos despedimos e não tiramos nossos olhos um do outro até que eu entrasse no carro, e Valentin deu partida, indo em direção a estação de trem.

— O que aconteceu para querer voltar tão rápido? Ele pergunta.

— Vladmir perdeu a memória durante a guerra com a França, esteve de coma por meses e agora namora com a enfermeira que cuidou dele.

— Sinto muito por isso.

— Tudo bem, vai passar.

— Onde você está morando?

— Estou morando na Suíça, na casa de uma tia minha.

— A Suíça está sendo um ótimo lugar para se viver.

— Sim, lá é muito tranquilo, sem contar que com aquelas paisagens que são deslumbrantes.

— Sim, isso é verdade.

Me dê seu endereço para que eu possa visitá-la.

— Valentin, a gente nem se conhece.

— Mas podemos nos conhecer.

— Não quero ter um relacionamento amoroso com ninguém no momento, eu amo Vladmir, apesar dele não se lembrar de mim.

— Eu sei, mas quero sua amizade, ou não podemos ser amigos?

— Sim, podemos.

— Então?

— Tudo bem. Valentin me convence e então passo meu endereço para ele.

— Só amizade, nada mais. Falo

— Ok, entendido, senhorita.

Chegamos até a estação de trem, Vladmir me leva até meu lugar e se certifica que eu esteja segura.

— Até logo, senhorita, se cuide. — ele fala, beijando novamente o dorso da minha mão.

— Até, se cuide também. Falo e lhe dou um sorriso genuíno.

Valentin vai embora e eu fico ali, durante o caminho eu só chorei umas 300 vezes, eu tinha tantas esperanças de poder estar com ele novamente, mas o destino sempre nos separa.

O Oficial AlemãoOnde histórias criam vida. Descubra agora