XLII - Sentimento Oculto

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Capítulo 42

Estou agora aos prantos dentro do quarto, o dia que eu pensei que seria o mais feliz da minha vida, depois do nascimento do meu filho, se tornou meu pior pesadelo, Vladmir não lembra que eu existo, e está comprometido com outra pessoa, vê-lo beijando aquela moça fez meu estômago revirar, eu tive vontade de sair correndo daquela sala.

Eu não o culpo de nada, sei que ele perdeu a memória e não há o que fazer, ele não sabia de nada, e muito menos que temos um filho, não contei sobre Alexy, pois vejo o quanto ele está abalado por saber de tudo isso, talvez ele esteja em sua melhor fase, e eu não quero estragar isso, pois vi que ele realmente gosta daquela moça.

Eu sabia o que poderia acontecer quando eu chegasse aqui, me preparei para tudo, mas a teoria é totalmente diferente da prática, por mais que eu tente ser forte, isso me doeu profundamente, eu o amo tanto, e ver ele com outra é quase a morte, mas eu acredito que estou sofrendo tudo o que ele passou quando o deixei para me casar com Robert, talvez esse seja o meu castigo, então eu devo aceitar.

Ouço batidas na porta, vou até ela e abro, venho Vladmir parado.

— Você está melhor?

— Acho que você pode ver e tirar suas próprias conclusões. — falo.

— Eu realmente não queria que ficasse assim.

— Tudo bem, vai passar, eu ficarei bem.

— Eu espero que sim. Daqui a 1 hora o jantar será servido, espero você lá em baixo, tudo bem?

— Sim, eu irei. — falo e nos despedimos logo após.

Tomei um banho, lavei meu rosto que não estava nada bom devido os milhares litros de lágrimas que derramei, vesti um vestido mídi verde, coloquei um salto, fiz uma trança em formato de tiara nos cabelos e restante os deixei solto, passei um batom clarinho nos lábios e então fiquei pronta

Tomei um banho, lavei meu rosto que não estava nada bom devido os milhares litros  de lágrimas que derramei, vesti um vestido mídi verde, coloquei um salto, fiz uma trança em formato de tiara nos cabelos e restante os deixei solto, passei um batom...

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Desci as escadas e fui direto à mesa de jantar, lá estava Vladmir, lindo como sempre, seus olhos penetrantes sobre mim queimavam a minha pele, assim como nos vimos pela primeira vez, eu sei que lá no fundo, ele sente essa chama dentro do seu corpo.

— Está muito linda, senhorita Malina.

— Obrigada, Vladmir.

Me sento e então nosso jantar é servido.

— Pode me contar como nos conhecemos?

— Sim, Claro. Nós conhecemos em 1939, quando a Alemanha invadiu a Polônia, você por ser um oficial, se instalou na propriedade de meu pai, pois é uma das melhores na Polônia, e lá nos apaixonamos.

— Por que não nos casamos? Já estamos quase entrando em 1943.

— Nossa relação era complicada, eu estava noiva de outra pessoa.

— Então foi um romance proibido?

— Sim, de certa forma, você queria que fugíssemos, mas eu não aceitei, tive medo de magoar meu noivo, eu não queria dar o braço a torcer de que estava apaixonada por você também.

— Entendi.

— Então o que aconteceu após isso?

— Eu acabei me casando com ele, mas ele descobriu que havíamos ficado, que você tinhas sido meu primeiro homem...

Vejo o rosto de Vladmir corar depois de minha revelação.

— Então nós tivemos uma relação mais profunda?

— Isso mesmo... falo sem jeito.

— Pode continuar.

— Então meu casamento com Robert foi de ladeira a baixo, cada dia piorava, eu pedi o divórcio e ele não aceitava, me ameaçava tirar meu.. paro na hora de falar, lembro que não iria relevar sobre o bebê para Vladmir.

— Tirar o que?

— Nada demais, enfim, nos encontramos meses depois, ficamos juntos novamente e prometemos um ao outro que iríamos mandar cartas para nos comunicarmos, nós nos falávamos sempre, eu me separei de Robert, mas você havia parado de responder, eu pensava que tivesse acontecido o pior com vc naquela invasão com a França, e depois de um tempo descobri que estava vivo, mas não sabia seu paradeiro, e depois de um longo tempo procurando, eu finalmente te achei, mas agora vejo que não lembra de mim, e ama outra pessoa. — falo isso e tento me segurar para não chorar novamente.

— É realmente uma história muito longa e complicada, eu acredito em suas palavras, da pra ver em seus olhos o quanto você está sendo sincera, e a culpa disso é minha, por não lembrar de você e dos momentos que estivemos juntos, me dói saber que causei esse dano em você.

— Você não tem culpa, talvez o destino quis assim, que ficássemos separados. De toda forma eu fico feliz por você está vivo, só de saber que você ainda respira, me alivia.

— Você não sabe o quanto eu queria lembrar de você.

— Eu entendo. Agora me diga, como conheceu sua namorava. — falo isso querendo me jogar de uma ponte.

— Alicya é enfermeira, ela esteve comigo durante minha reabilitação, por muito tempo eu não quis nenhum tipo de relacionamento amoroso com ninguém, mas via o quanto ela gosta de mim, e depois de um tempo eu resolvi me dar uma chance.

— Aah, que legal, eu também sou enfermeira, trabalhei no front quando a Alemanha estava em guerra com a Polônia.

— Admiro muito por saber disso. — ele fala.

Dou um sorriso, e ele prende seu olhar em mim por alguns segundos, até voltar para a terra novamente.

— Tem certeza que deseja ir amanhã?

— Sim, preciso voltar.

— Precisa voltar ou só vai voltar pois ficou decepcionada comigo?

— Eu precisava voltar logo de toda forma, não vou mentir que me doeu muito saber de tudo isso, mas eu estava preparada pra tudo, eu só queria saber realmente se você estava bem.

— Eu queria muito que ficasse por mais algum tempo.

— Desculpa, mas não posso.

— Tudo bem, não posso força-la a ficar, mas sempre será bem vinda em minha casa.

Dou um leve sorriso para ele e ele devolve outro sorriso em seguida.

Terminamos de jantar, e eu resolvo voltar para o meu quarto, não quero ficar mais tempo perto dele, é uma grande tortura não poder beijá-lo.

Eu irei agora para os meus aposentos, vou descansar um pouco.

— Tudo bem, e desculpa mais uma vez por ter magoado você, essa não era minha intenção.

— Você não tem culpa de nada.

Nesse momento, eu e Vladmir estamos pertos o suficiente para sentir aquela tensão que se instalava, ele me olhava profundamente, era como se eu o visse na primeira vez que me beijou, suas pupilas estavam dilatadas, eu só queria avançar em seus lábios e fazer amor com ele no meio da sala, sem pudor algum, mas eu decidi não me torturar mais.

— Boa noite, Vladmir.

— Boa noite, Malina.

Saio quase correndo daquele lugar, eu preciso ficar longe dele, ele agora está comprometido, não quero ser uma intrusa na vida dele e estragar sua felicidade.

O Oficial AlemãoOnde histórias criam vida. Descubra agora