Seguro o tecido da cortina, inclino meu corpo na pequena fresta da janela, evitando qualquer espaço que o policial pudesse espiar para dentro da casa e encontrar os seus alvos. Dewey aponta o dedo em direção a porta, pedindo que eu abrisse e nego com a cabeça, ele novamente inclina o dedo para a maçaneta e outra vez balanço a cabeça negativamente, negando o seu pedido. Escuto do lado de dentro os passos apressados atrás de mim, correndo enquanto subiam a escada, após concluir que os três subiram, abro a porta de casa.
- Policial Dewey.. o que faz aqui?. – Pergunto. – Espionando pela a minha janela. – Concluo a última parte um pouco confusa.
- Bom dia, Lucy. Estou batendo nas portas e conferindo se estão todos bem, ainda não encontramos Billy Loomis e Stuart Macher. Randy disse que sua casa é quase ao lado da propriedade dos Macher que aconteceu os assassinatos, precisei ver se está bem. – Dewey explicou, maldito Randy.
- Estou bem sim, minha mãe não permite homens nessa casa. – Respondo e forço uma risada.
O policial parece ficar constrangido, provavelmente entendeu a "piada" e indireta pela a atitude importuna. Assenti em agradecimento quando ele caminha em direção a porta, mas logo ele vira-se para eu novamente, dou um passo para trás como reação.
- Qualquer coisa que acontecer, você pode me ligar está bem?. – Dewey pede preocupado e assenti, meigo a sua preocupação atrapalhada. – Até mais. – Despediu-se saindo pela a porta.
Suspiro aliviada e viro-me na porta, apoiando as minhas costas. A primeira pessoa que não reclamaria se meus hospedes matassem, garoto intrometido. Esfrego as mãos no rosto e sigo até o corredor, subindo a escada e continuo até o meu quarto. Arqueio a sobrancelha quando tenho a visão de Ane sentada na beira da minha cama enquanto Billy e Stuart vestiam roupas social preta com óculos escuros, não consigo conter a risada.
- Mas o que é isso?. – Pergunto entre risos.
- Esse é o CEO William e seu segurança Shaggy. – Ane responde com um sorriso convencido em seu rosto.
- Eu sei que vou me arrepender... mas me explique. – Peço.
- Está se tornando frequente essas aparições e momentos de sufoco de esconder os dois, Stuart já está ficando corcunda de se dobrar para entrar dentro do roupeiro. – Ela diz e aponta para o mais velho que realmente estava meio curvado. – Precisamos ir para outro lugar, mas você que não posso simplesmente sair assim, meus pais ligariam para o Dewey e seria mais um crime para sermos procurados. Então, o CEO William gostou do meu senso de moda e me convidou para ir trabalhar com ele em uma nova cidade, vai me dar moradia e proteção do seu segurança particular Shaggy. – Ane conclui sua história com uma expressão orgulhosa, os dois malucos concordam com a maluquice dela, estou perdida.
Duas horas se passaram com os três tentando me convencerem a participar do teatro, estava cansada de negar e concordei após desistência minha e insistência deles, em troca eles me ajudam a organizar a casa, algumas vezes Billy e Stuart começavam a se estapear como crianças e Ane se posicionava no meio que por sorte a falta de altura dela lhe proporcionava a habilidade de os tapas deles passarem por cima de sua cabeça, inatingível.
- Agora para começar a preparação dos atores. – Chamo a atenção com um sorriso travesso e caminho até a cômoda, apanho meu discman, coloco uma fita começando a tocar Pretty Woman do Roy Orbison.
Começo a dançar balançando os quadris e ponho as mãos na nuca deslizando suavemente pelo os meus ombros ao som da música, uma linda mulher é um dos filmes preferidos, um dos raros filmes de comédia romântica que gosto.
- Para de rebolar. – Cita Ane ao meu lado a fala de Edward. – Fica linda quando não rebola. – Conclui a citação fazendo-me sorrir com a lembrança dela com um filme especial para mim.
Caminho até o meu roupeiro e escolho uma roupa para me trocar enquanto Ane expulsa Billy e Stuart para o quarto no final do corredor. Visto um sobretudo preto de couro, uma calça social de cós baixo preta, um cinto na largura média também na cor preta e a fivela prata, concluo a roupa com um corset preto simples, apanho minha bolsa verde e guardo minha carteira com documentação e dinheiro. Abro a gaveta da cômoda e retiro uma tesoura, uno os dedos prendendo minha mecha da entrada do cabelo, cortando uma franja fina e na lateral corto na altura do maxilar para diferenciar do restante do cumprimento do cabelo. Viro-me para minha amiga que bate palmas aprovando o novo corte. Sorrio um pouco ansiosa e começo a por algumas roupas dentro de uma mala preta de couro para levar para nossa aventura criminosa. Retorno a atenção a minha amiga, Ane e eu sempre em contrastes, minha amiga vestia uma calça jeans clara com estampas de flores brancas com o interior amarelo, uma camiseta preta com um cumprimento menor, acima do umbigo com um suave decote, dando liberdade para a visão de sua gargantilha preta de couro, por cima vestia um casaco de crochê com diversos quadrados diferentes alterando nas cores preto, amarelo, laranja, vermelho, azul marinho e verde, tricotados com flores em formatos diferentes em alguns quadrados de seu casaco, finalizando com uma boina vermelha, ela é uma fofa que condiz com o seu papel de entendimento de moda.
- Vamos?. – Sugeriu. – Oh, espere. – Ela pede e retira um gloss do bolso de sua calça, passou em seus lábios e me oferece, nego com a cabeça ao lembrar da reação de Billy, melhor evitar.
Acompanho minha amiga pelo corredor, logo que descemos a escada encontramos dois gostosos, quer dizer, assassinos, espera... dois amigos nos esperando em pé na sala. Stuart vestia uma calça verde militar um pouco folgada no encaixe perfeito, uma camiseta preta e por cima uma camisa marrom de botões com listras laranja e verde, mas deixou propositalmente aberta, assim como a baía da calça que deixou dobrada para mostrar melhor o detalhe de sua botina preta, as cores verde e marrom combinam com ele. Billy está usando combinações de peças similares ao seu amigo, mas com detalhes diferente, ele vestia uma calça jeans clara com um cinto preto, uma camiseta branca e por cima uma camisa de botões azul marinho, ele mantem os últimos botões fechados, ficando exposta a camiseta de baixo com um decote ocasionado pelo os únicos botões que fechou, assim como eu e Ane, os dois também vestiam botinas pretas combinando, única peça em comum que nossas duplas conseguiam ter como opção em comum. E novamente me pergunto, porque escolhemos roupas para eles tão torturantes para nós?
- Esperem!. – Grito quando os três já estavam saindo pela a porta. – Ok que sou meio invisível, mas ainda preciso deixar um bilhete para a minha mãe. – Lembro e pego uma caneta preta, escrevo no bloco de cima da mesa de recados avisando que passaria um tempo fora fazendo estágio com Ane em uma cidade ao lado e entraria em contato quando chegasse.
- Você seria uma boa psicopata. – Comenta Billy me observando. Arqueio a sobrancelha com o seu comentário repentino.
O caminho inteiro até a casa dos pais de Ane, o Stuart foi reclamando que queria fazer o CEO e Billy tentando golpear ele com uma faca que roubou da minha cozinha, enquanto eu e minha amiga desviamos dos movimentos para não sermos atingidas. Em frente à casa de Ane, respiro fundo para criar coragem e organizar o nosso plano antes que perdemos a pequena chance de sucesso que temos.
- Stuart, você é feliz demais para ser o CEO. – Comento. – Você vai ficar quietinho aqui comigo dentro do carro. – Concluo.
- Está me chamando de infeliz?. – Questiono Billy e vira-se para mim. Droga.
- Eu nunca vi você sorrir, nem quando assistimos Halloween que é um dos seus filmes favoritos. – Recordo.
- Nunca assistimos Halloween juntos. – Afirmou me fazendo desejar me auto atingir com a faca em suas mãos. – Sonhou comigo, Lucy?. – Perguntou com um sorriso malicioso em seu rosto. Agora ele sabe sorrir.
Encaro a minha amiga que está acariciando o cabelo de Stuart, consolando-o. Mantenho meu olhar fixo nela que parece perceber e endireita sua postura. Abro a palma da mão direcionando para a casa dela em sinalização para saírem do carro. Billy e Ane assentem, saem do veículo e caminham em direção a entrada da casa, Stuart endireita sua postura no banco do motorista e coloca seu óculos escuro, confesso que tive que respirar fundo algumas vezes para não gargalhar. Desvio olhar para a dupla atores que entram na casa da família, felizmente a casa de Ane tinha uma janela enorme ao lado do sofá que nos proporciona uma visão completa da atuação dos dois. Billy gesticulava sem retirar o óculos escuro para não ser reconhecido, ele realmente parecia um CEO, a sua postura de confiança, alguns momentos podíamos ver os pais da minha amiga começarem a gargalhar com ele. Ane sorria com uma expressão bem surpresa encarando o mais velho ao seu lado, eu não a julgo, ele está indo muito bem. Ane sobe para o seu quarto, provavelmente para organizar suas roupas, trinta minutos se passam até ela descer com duas malas rosa enormes, Billy que bebia café com os pais dela, levanta do sofá e a ajuda carregar suas malas, senti inveja. O casal mais velho guia os dois até a entrada da casa, abraçando a filha e abanam para ela enquanto retornavam até o carro. Billy senta no banco passageiro da frente e inclina levemente seu rosto para o lado e me encara pelo o retrovisor.
- Ainda acha que eu não posso sorrir?. – Perguntou com um sorriso sedutor e ergue a sobrancelha esquerda.
- Eu nunca vi alguém conquistar os meus pais tão facilmente. – Diz Ane perplexa com a atuação de Billy, a manipulação dele é surpreendente.
Desvio o olhar do retrovisor e apoio minha cabeça no vidro do carro, Stuart liga o veículo e faz o mesmo com o rádio, começando a tocar uma música que sou apaixonada: Time After Time da Cyndi Lauper. Fechos olhos sentindo os raios de sol em meu rosto, apenas focando em escutar a música com a minha alma.
- Depois que minha imagem desaparece, e a escuridão vira cinza, observando pelas janelas, você está pensando se eu estou bem, segredos roubados de lá do fundo, a batida do tambor está fora do ritmo. – Repito o trecho da música, sentindo a brisa da pequena fresta aberta da janela.
- Você está bem?. – Pergunta Ane que segura em minha mão.
Abro os olhos e viro-me dando atenção para ela, assenti e sorrio sem mostrar os dentes. Entrelaço os nossos dedos e apoio a cabeça em seu ombro. Duas horas de viagem, eu e Ane já havíamos feito Stuart parar o carro três vezes em um posto de gasolina, temos bexigas muito sensíveis, entramos de acordo que agora eu iria dirigir com a minha amiga ao meu lado e os dois deitados atrás, Ane entra no posto de conveniência e retorna com alguns salgadinhos, chocolates e refrigerantes, caminhando saltitante e entra no carro, sentando no banco passageiro da frente, sento no banco do motorista, Billy e Stuart agora no banco passageiro traseiro, se acomodam quase jogados no banco. Eu e minha amiga nos entreolhamos, trocando a estação de rádio e parando ao reconhecer Back In Black do AC/DC. Aumentamos o som e ligo o carro, começando a dirigir enquanto dançamos nos banco da frente, escuto de fundo Billy reclamar do som alto.
- Cala a boca, vadia. – Mando e o encaro pelo retrovisor, colocando seu óculos no escuro em meu rosto.

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Scream Mirror
FanfictionE se mudássemos apenas alguns segundos no massacre na casa da familia Macher em Woodsboro? O final de Billy Loomis e Stuart Macher ainda seria a morte por Sidney?