Espelho

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Woodsboro, 1991.

- Tá vendo Sid? Todo mundo morre, menos a gente. - Stuart gritava com dificuldade, uma mistura de euforia e exaustão após ser atingido pela a primeira facada.  - TODO MUNDO MORRE, MENOS A GENTE, NÓS CONTINUAMOS E PLANEJAMOS A SEQUÊNCIA, PORQUE CAI NA REAL, HOJE EM DIA, VOCÊ PRECISA TER UMA SEQUÊNCIA. – Seu discurso é interrompido por mais dois golpes de faca em seu abdômen. O segundo assassino encosta o braço na bancada da cozinha e apoia a testa em seu braço, tentando aguentar a dor.
– Seus doentes malucos, vocês tem visto filmes demais. – Sidney murmura com os olhos lacrimejando.
– Não, Sid! Não culpe os filmes!. – Interrompe Billy zangado. - Os filmes não criam psicopatas, os filmes só tornam os psicopatas mais criativos. – Afirmou acertando mais um golpe em Stuart que estava em pé novamente, agora agachado outra vez, fraco por tantos golpes de faca na lateral de sua cintura.
– Para com isso, Billy.. tá bom, eu não aguento mais, eu estou sentindo que vou desmaiar.. – Stuart implora com dificuldades para se segurar na bancada.
– Tá legal, tudo bem. – Billy abaixa o tom de voz e se agacha para ficar na altura do amigo. - Vai pegar a arma e depois amarra o paizinho dela. – O primeiro assassino ordena de forma sutil e ameaçadora, apontada a faca no queixo do segundo. - AGORA!. – Grita.
– Tá bom. – Murmura Stuart, é notável o timbre de exaustão em sua voz. Ele caminha até o armário ao lado da entrada da cozinha.
BANG! Ecoa o som alto de disparo da arma, Stuart cai para trás pelo o impacto da pressão da arma e Gale corre para fora da casa com a mão tentando estancar o sangue em seu braço, consequência do disparo. Billy vira – se para dar atenção ao amigo caído, frustrado. Sidney aproveita a distração dos assassinos e apanha rapidamente uma panela de pipoca que está sobre o fogão, acertando na cabeça de Billy que caí de joelhos no chão ao lado do amigo. A filha de Neil corre para fora da casa, abandonando seu pai para trás com os assassinos, correndo por sua vida.
- Cadê elas? Cadê elas?. – Questiona Billy nervosa, caminhando de um lado para o outro pela a cozinha.
- Eu não sei, cara. Eu tô ferido – Responde Stuart tentando pressionar a ferida aberta em seu quadril.
Os assassinos param de caminhar e encaram o telefone fixo que começa a tocar, ambos se aproximam do telefone que continua a tocar, o único som que ecoa pela a cozinha, com exceção das respirações ofegantes e ansiosas dos lunáticos.
- Deixa a secretária atender. – Pede Stuart, mas o colega de crime atende.
- Alô?. – Pergunta Billy tentando equilibrar a faca ensanguentada e o telefone na mesma mão.
- Está sozinho em casa?. – Sidney pergunta do outro lado da linha usando o aparelho dos assassinos para alterar a sua voz.
- Sua vadia! Sua cretina! Onde é que você está?. – Esbraveja Billy, movimentando seu corpo de um lado para o outro, inquietante tentando procurar seu alvo.
- Mais devagar, vamos fazer um joguinho. – Sidney sugere usando o modo operando dos assassinos.
- Ela deve estar lá fora!. – Sussurra Billy para Stuart, apontando com a arma em direção a porta lateral da casa do amigo.
- Ele se chama: Adivinha quem chamou a polícia e ferrou esses cretinos babacas!. – A garota gritava do outro lado da linha.
Stuart se agacha com dificuldade em frente ao armário, encostando o seu braço no móvel e apoia o seu rosto sobre o mesmo, sua respiração está fraca, seus olhos não conseguia mais mantê-los abertos. Billy irado se aproxima do amigo e aponta uma arma na nuca do colega.
- Encontra ela, idiota! Vai, agora!. – Esbraveja inclinando o seu corpo e pressionando a ponta da arma da nuca do amigo exausto.
- Eu não posso, Billy, você me acertou muito fundo, acho que eu tô morrendo, cara.. – Lamenta Stuart, choramingando. O mandante do crime suspira frustrado.
- Tá bom, fica aqui. – Resmunga Billy entregando o telefone para o amigo. Caminhando com passos suaves para fora da casa.
- Alô?. – Pergunta o segundo assassino ficando sonolento pela a quantidade de sangue perdido.
- Ah, Stuart..Stuart, Stuart, qual é o seu motivo? O Billy tem um, quando a polícia chegar o que vai dizer para eles?. – Sidney zomba do outro lado da linha.
- Pura pressão, eu sou muito sensível. – Responde Stuart com a voz rouca, a exaustão o deixa atordoado que não nota quando seu amigo arranca o telefone de sua mão, continuou mantendo a mão posicionada como se estivesse segurando o aparelho em seu ouvido.
- Eu vou estripar você sua vagabunda, como fiz com a sua mãe!. – Billy esbraveja com as pupilas dilatas pela a raiva.
- Primeiro tem que me encontrar, garotinho da mamãe. – Zomba Sidney.
- Droga!. – Exclama Billy, insinuando um soco no ar, mas com as mãos escorregadias pelo o sangue, o telefone escorrega de suas mãos e acerta na cabeça de Stuart.
- Ah...Você me acertou com o telefone, imbecil!. – Choraminga Stuart que é ignorado pelo o amigo que derrubava cada objeto ao seu redor no chão.
Billy perambulava pela a casa, orgulhoso e com ego ferido por saber qual seria a melhor ação a seguir para saírem vivos da armadilha que sua vítima criou para eles. Praguejava irritado e frustrado, se aproximou de seu amigo quase inconsciente e ergo o braço esquerdo de Stuart, colocando ao redor de seu pescoço, seu braço livre colocou em volta da cintura do homem e o ajuda a levantar, posicionando ele quase em pé.
- Acorda, idiota. – Resmunga e acerta um tapa na cara do segundo assassino. 
O líder da dupla conhecia perfeitamente o local que estão é a casa da família Macher, os pais de Stuart, minutos depois que Sidney havia fugido de suas vistas, Billy agilmente trilhou uma rota de fuga, caminhando pelo os corredores da cozinha até a porta dos fundos, seguiu seu caminho um pouco apressado, todavia, carregar seu amigo quase inconsciente o atrasa. Felizmente, não encontrou suas vítimas que escaparam ou os policiais, mas os respingos de sangue poderia fazer uma trilha para os guiar até eles. Billy para no gramado do vizinho, escondendo com o seu amigo, retira as suas peças de roupas com dificuldade, deixando escapar alguns gemidos de dor pela a facada que Stu havia o acertado, faz o mesmo com seu amigo o despindo, deixando as roupas ensanguentadas no gramado e carregando seu amigo, ambos de cuecas pela a vizinhança até encontrar apenas uma casa em tom de verde claro, havia uma janela com a luz acessa. O primeiro assassino caminha até o imóvel de dois andares, ele dá uma volta pela a casa, parando na parede lateral, escondendo o corpo de seu amigo no arbusto. Billy aproveita que há uma árvore ao lado da casa e começa a escalar até chegar na altura da janela, impulsiona seu corpo e agradece pela a janela estar aberta, ele podia escutar do lado de dentro do cômodo a música Material Girl tocando e os passos pesados de alguém dançando no ritmo.
- Porque nós vivemos num mundo materialista, e eu sou uma garota materialista, você sabe que nós vivemos num mundo materialista, e eu sou uma garota materialista. – Cantarolava uma voz feminina.
Billy aproveita a distração da garota e segura na barra da janela de madeira com toda a sua força que resta, ele ergue o seu corpo e pula para dentro do cômodo. A garota dançava tão feliz envolvida com a música, criando oportunidade para o homem observar melhor a sua próxima vítima, a jovem vestia uma camisola baby-doll preta, sua pele é tão clara como um pedaço de papel em branco, cabelos curtos e negros como uma noite de eclipse, na raiz lisa e no cumprimento com ondas, formando pequenos cachos nas pontas. Ela finaliza o giro de seu passo e encara o invasor, seus olhos verdes atraem o homem, ao contrário dos dela que expressam pavor. Billy corre até ela e põe a mão esquerda sobre a sua boca e a direita segura em sua nuca, derrubando sua arma que felizmente está na trava de segurança.
- Grite e eu te mato. – Ameaçou. – E seria uma pena para mim ter que te matar. – Insinua maliciosamente.
  O assassino solta a jovem e se agacha no chão, apanhando a sua arma e solta a trava de segurança, ele aponta em direção ao rosto da garota e ergue uma sobrancelha, esboçando um sorriso assustador que arrepia cada fio da pele da provável próxima vítima.
- Você vai me ajudar, eu tenho um amigo, idiota, ele está no seu jardim, a gente vai lá buscar ele. – Começou. – Você tem familiares?. – Perguntou estudando a garota que nega imediatamente. – Você mora sozinha nessa casa? Está difícil acreditar.. – Ele insinua dando passos até a garota, passando a ponta da arma no rosto dela de forma ameaçadora que engole em seco.
- Minha mãe, mas ela não está.. Não vai voltar hoje. – Ela responde com a voz trêmula.
- Você fica muito mais atraente sendo boazinha. – Billy elogia em um sussurro no ouvido da jovem. – Agora vamos buscar o Stu. – Ele afirma e se afasta, empurrando o corpo da garota em direção a porta, apontou a arma na parte de trás da cabeça dela e pressiona. – Agora anda!. – Grita.
A garota encolhe os braços como forma de proteção no automático, começando a caminhar pelo o corredor em direção a escada, ao final havia um interruptor de luz, ela aperta para acender a casa, assim que a casa é iluminada, eles podem ver o corpo de Stuart no gramado do jardim.
- Ai meu deus! Ele está morto?!. – A garota exclama e corre até o corpo do segundo assassino, estranhamente ela se preocupa com o homem. Ela abre a porta e usa o indicador e o anelar para sentir os batimentos em uma das laterais da traqueia, onde está a artéria carótida, pressionou com firmeza, mas sem exagero, suspirando aliviada após detectar os batimentos do homem inconsciente. – Ele precisa de um hospital, agora. – Ela afirma preocupada.
- SEM HOSPITAL!. – Billy grita fazendo a jovem se encolher. – Leva ele para dentro e você vai manter ele vivo. – O assassino afirma e aponta a arma para o rosto da garota que rapidamente assente.
A jovem se esforça para erguer o Stuart desmaiado, mas a altura dele é desproporcional para ela carregar sozinha. Billy suspira pesado e apoia o braço do amigo no seu ombro, os dois carregando o segundo assassino para dentro da casa e o colocando deitado no sofá marrom de couro. O líder da dupla retorna até a porta e gira a chave, trancando a porta, ele caminha apressado pela a sala e fechando as cortinas, trancando a porta da frente e vira – se encarando a garota desconhecida.
- Quem são vocês?. – Perguntou.
- Pergunta errada. – Responde o homem.
" BILLY LOOMIS, STUART MACHER, SAÍAM DE ONDE ESTÃO, PODEMOS DAR ATENDIMENTO PARA VOCÊS, NÃO VÃO SOBREVIVER SOZINHOS!" Ecoava a voz no rádio da viatura que perambulava pela a rua do bairro procurando pela a dupla.
- Billy Loomis e Stuart Macher? Vocês são.. os Ghostface?. – Perguntou a menina antes do assassino restante também desmaiar no chão de sua sala.

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