- Ela diz: Temos que nos agarrar ao que temos, não faz diferença se conseguiremos ou não, nós temos um ao outro e isso já é muito, por amor, vamos dar uma chance... – Canto enquanto mexia os ovos mexidos na frigideira. – OH, ESTAMOS QUASE LÁ. OH-OH, VIVENDO DE ORAÇÃO, SEGURE MINHA MÃO, NÓS VAMOS CONSEGUIR, EU JURO, OH-OH, VIVENDO DE ORAÇÃO! – Viro-me de costas para o fogão e canto mais alto usando a espátula de microfone.
- Tommy ligou e pediu pra você baixar o som e cuidar dos ovos que estão queimando. – Billy aparece em frente a bancada da cozinha e se apoia.
Viro-me rapidamente e resmungo em decepção, meus ovos mexidos estão queimados após o meu show, sempre acontece quando escuto Bon Jovi. Desligo o fogão e sorrio cínica para ele, seguro em sua mão e o entrego a espátula.
- Já se passaram alguns dias, você já conseguiu até se esconder da minha mãe de baixo da cama, consegue fritar alguns ovos para você e seu namorado. – Afirmo convencida.
- Eu já disse que não sou gay!. – Esbraveja.
Não contenho a risada com a indignação dele, tão sensível. Caminho até o banheiro do primeiro andar apenas para dar mais uma olhada no espelho, bagunço suavemente meu cabelo, as vezes sentia orgulho da minha moda e como consequência tinha autoestima como hoje, vestia uma camiseta branca com a foto de Bon Jovi, uma calça jeans clara de cintura alta, um cinto preto largo para que ajude a cinturar melhor, não poderia faltar um blazer de couro preto, finalizando com um coturno também na cor preta. Retiro meu gloss labial de minha mochila e passo sobre os lábios, pelo o reflexo do espelho posso enxergar Billy parado na porta me observando como se estivesse prestes a me prender dentro do banheiro, sinceramente, eu não iria reclamar, hoje completa um mês que tenho dois hospedes inesperados, alterando entre esconder os dois de baixo da cama ou no guarda roupa quando minha mãe aparece de visitação em casa, algumas vezes Stu havia apenas ficado atrás da porta e fazendo caretas zombando da falta de atenção da mais velha. Não posso explicar os laços estranhos que temos criados, Stuart é como um irmão mais novo que nunca tive, não posso distrair os olhos que..
- STUART! Cuidado com a tv, é perigoso, pode se machucar!. – Alerto quando o vejo por cima dos ombros de Billy, o desligado estava dando leves socos na tv de tubo tentando recuperar o sinal.
Enquanto Billy, é uma incógnita pra mim, como um mistério atraente, a atração pelo o desconhecido, o desejo de desvendar sua alma, seus objetivos, como um imã sentia cada parte do meu corpo me atrair até ele, principalmente quando seus olhos sombrios me encaram como está fazendo agora. Ele não diz nenhuma palavra, apenas me fitava fixamente, sentia minhas pernas bambearem.
- Bom dia docinhos!. – Deseja Ane enquanto sua voz doce anuncia sua chegada.
- Eu pr-preciso i-ir. – Gaguejo tentando passar pelo o pequeno espaço que ele deixou na porta do banheiro, mas ele não movimenta nenhum músculo para me deixar passar. – Quer me dizer algo..?. – Pergunto pela a relutância em me deixar sair.
Billy segura com firmeza em meu pescoço e me empurra na parede, ele se aproxima e usa seu corpo para pressionar o meu contra a parede, o copo com pasta de dente cai com o movimento repentino. Sinto meu coração errar as batidas, mas não estava com medo, pelo contrário, sentia excitação. Ele aproxima o rosto do meu e com a sua mão livre segura o meu maxilar, erguendo o meu rosto para cima e passa o polegar sobre os meus lábios, retirando o gloss labial da minha boca, quando ele confirma que tirou o produto, solta as mãos e se afasta como se nada tivesse acontecido, me deixando desestabilizada no banheiro.
- Ei, vadia.. Precisamos ir. – Ane avisa parando em frente ao banheiro.
Demoro alguns segundos para conseguir dar atenção a pequena, nossas roupas como sempre em contrastes, Ane vestia um suéter branco de pelagem, uma saia xadrez em tons de vermelho e branco que realçava a sua curva, uma meia branca acima dos joelhos e concluindo a roupa com um sapato preto boneca, a única coisa em comum foi nossos cabelos soltos.
- Vamos antes que eu quebre uma regra e seja a próxima vítima. – Murmuro para minha amiga que não entende.
Saímos do banheiro e seguimos para a porta da entrada, algumas vezes tive que forçar a minha amiga continuar até a saída, ela quase desistia da aula toda vez que Stuart mandava um beijo no ar para ela. Desse jeito, seremos as próximas vítimas da dupla de Ghostface.
Como toda sexta feira treze, os alunos ficam com os hormônios em fúrias, marcavam festas com temáticas de Halloween e para os garotos é um grande evento, eles podem usar o seu método de assustar as garotas para pularem em seus colos para "protege-las". A cada corredor da escola havia uma máscara do Ghostface pendurada, alguns passavam fantasiados como Billy e Stuart correndo pelo os corredores, gritando assustando algumas alunas bobas que ainda pulavam de medo por mais óbvio que seja o susto. Há dois metros de distância, Ane está parada em frente ao seu armário penteando o seu cabelo em frente ao espelho que colou no interior da porta de metal, ela está tão focada que não percebeu Randy Meeks um pouco atrás dela, encarando-a fixamente.
- Perdeu algo, Randy?. – Pergunto enquanto me aproximo de minha amiga.
- Quase a minha vida. – Respondeu. – E vocês, encontraram algo?. – Perguntou desconfiado.
- Isso aqui. – Digo sorrindo e ergo meu punho fechado. – Como um grande incentivo de noção para você ficar longe dela. – Afirmo e pisco para ele. – BOW!. – Exclamo e me inclino para ele que quase caí para trás.
- Você lembra ele, Lucy. – Randy diz e caminha pelo o corredor, se afastando felizmente.
- Vamos, Lucy Loomis?. – Pergunta Ane gozando do comentário de Randy, passando o braço ao redor de meu pescoço.
- Claro, Ane Macher. – Respondo entrando na brincadeira e passo o braço ao redor de sua cintura.
Caminhamos alegres nos empurrando uma a outra sem nos desvencilhar até o meu carro, toda sexta feira nos reunimos para passarmos a noite juntas e assistirmos algo, comer algumas coisas nada saudáveis e bebermos. Ane é mais minha família do que minha própria família, ela sempre comigo para evitar o máximo que eu fique sozinha, entende as minhas loucuras e não minimiza as minhas dores, nossas intimidades é um nível elevado que conseguimos usarmos o banheiro juntas enquanto fazemos as necessidades, quase como gêmeas siamesas. Estaciono em frente à minha casa e desço do carro, viro a chave para trancar e ativo o alarme, não confio nem um pouco na vizinhança apesar dos hospedes em minha casa, seguimos caminhando até a entrada e abro a porta da casa. Arqueio a sobrancelha com a cena a minha frente, Billy sentado com a cabeça completamente jogada para trás no sofá e Stuart apoiado com a cabeça no ombro do amigo com a mão abraçado na cintura do outro. Nós duas no entreolhamos e como uma grande conexão, tivemos a mesma ideia.
- Oh, meu amor, minha querida, estive ansiando o seu toque, muito tempo solitário. – Começamos cantar a música de Ghost para a visão romântica que estamos presenciando deles.
Os dois acordam em um pulo do sofá, Stuart estica a mão para a Ane e a puxa para dançar, ele brincava balançando o corpo dela de qualquer jeito como se fosse uma boneca, em algum momento vi o seu quadril passar por cima dos ombros do mais velho. Balanço a cabeça negativamente e viro-me dando um pulo para trás quando noto um Billy me encarando com a expressão séria, caramba, como a Sidney não desconfiou dele de imediato? Ele mata alguém apenas com o olhar.
- Vocês querem escolher o filme hoje..?. – Pergunto tentando sair do foco de atenção dele.
- Halloween, a noite do terror. – Responde Billy. – Quando Michael faz uma massacre em sua cidade natal. – Ele conclui sorrindo, sinto um arrepio em minha espinha.
Billy é um grande fã de filmes de terror, muitos acreditam que ele enlouqueceu e matou os seus amigos por tanto filmes do gênero de horror que assistiu, mas ele vira um grande vilão dos filmes quando insinuam essa teoria para ele. Porque me sinto atraída por ele?
- Acho que estou enlouquecendo.. – Murmuro caminhando até a cozinha.
- Todos nós enlouquecemos as vezes. – Responde Billy em um sussurro em meu ouvido.
Minhas pernas bambearam com a sua voz assustadora em meu ouvido, apoio as mãos na bancada da cozinha, apertando com força para tentar me segurar, esse maluco sabe o efeito que me causa, é como se ele pudesse me ler e controlar como agir.
- ANE! EU VOU QUEBRAR AS REGRAS... – Exclamo como um pedido de socorro para minha amiga que rapidamente entende e corre até a cozinha.
Entre todas as loucuras que eu e Ane estamos vivenciados, criamos alguns momentos de lucidez, como temos hospedes criminosos em casa, começamos a assistir filmes de terror escondidas para tentar entender as regras básicas de sobrevivência e a principal além da mais difícil para nós duas com dois assassinos atraentes, não tirar a roupa e sem transar, virgens sobrevivem, nunca pensei que fosse tão difícil manter as pernas fechadas. Ane rapidamente e se posiciona no meio entre eu e Billy para tentar manter a esperança da sobrevivência, mas pela a saia dela amarrotada parece que o meu grito de socorro também a salvou. Viramos para encarar a dupla que está de nos encarando como dois selvagens de frente para as suas presas, não havia parado ainda para reparar as roupas que eles vestiam que nós escolhemos, Stuart vestia uma calça jeans clara de cintura alta similar a minha, também utilizava um cinto preto mas ao contrário do meu, ele aflouxo, a camiseta de botões com listras em cores de verde e azul pastel realçam os seus olhos claros, Billy vestia uma calça quase idêntica ao seu amigo, mas o cinto preto em largura menor trazia mais suavidade, combinando com a camiseta branca e quebrando a delicadeza da roupa, uma jaqueta preta de couro em sincroniza perfeita com sua botina preta igual a de Stu, o visual perfeito de um bad boy, os dois estão lindos, porque fizemos isso?
- Querem ajuda com os hambúrgueres?. – Pergunta o Stuart e sorri animadamente travesso, acompanhado de Billy.
- NÃO!. – Gritamos as duas em uníssono desespero tentando manter a distância do pecado a nossa frente.

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Scream Mirror
FanfictionE se mudássemos apenas alguns segundos no massacre na casa da familia Macher em Woodsboro? O final de Billy Loomis e Stuart Macher ainda seria a morte por Sidney?