09/12/2019, segunda-feira.
Eram 7h da manhã de uma segunda, e Doyoung encarava seu reflexo no espelho enquanto fazia alguns curativos em seus machucados. Graças à ajuda de Taeyong e às vezes de Sicheng, seus ferimentos já não estavam tão aparentes e doloridos como antes.
Estava cansado daquela rotina, não aguentava mais levantar da cama e a primeira coisa que tinha de fazer era encarar seu torso e notar as diversas manchas escuras espalhadas por si. Aquilo sugava suas energias. Sentia-se fraco. Sentia-se doente diante aquilo.
Por diversas manhãs, sendo elas frias ou calorosas, se perguntava ao deus que regia a terra o que de tão errado ele tinha feito em suas vidas passadas para que aquele fosse seu castigo. Se pudesse voltar no tempo, mudaria tudo sem pensar duas vezes.
Viver daquela forma era o equivalente a estar preso, a única diferença era que não haviam algemas visíveis que lhe fizesse ter a certeza de tal coisa.
— Jaehyun, eu não consigo mais. — Doyoung sussurrou, deixando algumas lágrimas deslizarem de seu rosto, até sentir um pouco do antisséptico que estava em sua mão pingar próximo a um de seus machucados. — Merda! — Praguejou alto quando sentiu o líquido arder em sua pele.
Nunca se acostumara com a ardência, era impossível não expressar nenhuma reação quando a única coisa que sentia era como se estivesse ateando fogo sob sua pele.
— Porra. Eu devo ter acordado ele. — Doyoung abriu um pequeno espaço da porta e notou que a cama estava vazia, ou seja, Taeyong realmente já havia acordado, somente não sabia se ele havia sido o causador.
•••
Taeyong estava em pânico.
Adentrava cada cômodo daquela casa e não encontrava Doyoung. Estava enjoado e tonto, acreditava que a qualquer momento suas pernas pudessem vacilar. Não conseguia acreditar que Doyoung tinha feito aquilo.
Não queria acreditar que Kim Doyoung havia ido embora.
Até que o de fios rosas ouviu um grito no andar de cima, e por um segundo, sentiu medo. Estava sozinho ali, de onde vinha aquele som? Taeyong reuniu a pouca coragem que tinha em seu corpo magro e subiu as escadas lentamente, pedindo baixinho para que o grito tivesse sido emitido pelo seu vizinho, que constantemente brigava com algumas crianças que acabavam mexendo no belo jardim que tinha feito na frente de sua residência.
Sentia o ar ficar cada vez mais denso, e consequentemente, sua respiração já estava sendo afetada. Ao abrir a porta de seu quarto sem fazer nenhum barulho, percebeu que nada estava diferente, nenhum móvel sequer estava fora do lugar, o que fez Lee ficar mais apavorado. Porra! Não fazia nem três semanas que havia se mudado, e todos os papéis da compra do imóvel já haviam sido assinados, e em nenhum momento, o corretor falou algo sobre a casa ser assombrada.
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𝗺𝘂𝘁𝗲𝗱 ══ 𝗱𝗼𝘁𝗮𝗲; 𝘆𝘂𝘄𝗶𝗻
Фанфик𝘚𝘪𝘭𝘦𝘯𝘤𝘪𝘢𝘥𝘰. Essa era a única sensação que, pessoas tão diferentes como Doyoung e Sicheng, sentiam em comum. A única sensação que os sufocava, dia após dia, ao ponto de fazê-los clamar por ajuda. 𝗔𝘁𝗲́ 𝗾𝘂𝗲 𝗽𝗼𝗻𝘁𝗼 𝘂𝗺𝗮 𝗽𝗲𝘀𝘀𝗼�...