𝘚𝘪𝘭𝘦𝘯𝘤𝘪𝘢𝘥𝘰.
Essa era a única sensação que, pessoas tão diferentes como Doyoung e Sicheng, sentiam em comum. A única sensação que os sufocava, dia após dia, ao ponto de fazê-los clamar por ajuda.
𝗔𝘁𝗲́ 𝗾𝘂𝗲 𝗽𝗼𝗻𝘁𝗼 𝘂𝗺𝗮 𝗽𝗲𝘀𝘀𝗼�...
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O chinês sentia seu corpo tremer a cada passo que dava em direção ao seu apartamento. Sicheng só conseguia pensar que assim que colocasse seus pés naquele lugar, iria dar de cara com Kun, e isso lhe desesperava de uma maneira terrível.
Sicheng apertou o botão do 3°andar e esperou que as portas grossas de aço liberasse o caminho para continuar o seu trajeto. Adentrando o lugar, estranhou o total silêncio, pelo seu atraso para sair da universidade, já era para Yuta ter saído do treino e estar em casa.
De imediato, ele foi em direção à longa e escura escada que ligava as duas partes do apartamento e passou a caminhar em passos lentos e silenciosos, porém o garoto se assustou quando ouviu uma voz grave chamar seu nome, a mesma voz que sempre lhe causava arrepios involuntários.
— Sicheng! Percebeu que estamos sozinhos em casa?
Para qualquer outra pessoa, essa frase soaria da forma mais comum e inocente possível, mas para Sicheng, foi o suficiente para fazer seu corpo tremer em puro medo.
— Y-Yu... — Ele se esforça para falar, mas foi uma tentativa falha.
— Não se preocupe com o Yuta, amor. Ele vai dormir fora por causa de um trabalho da faculdade e pediu que eu cuidasse de você. — Qian se aproximou e tocou no rosto assustado de Sicheng, que apenas sentiu algumas lágrimas quentes deslizarem por sua face. — Vamos lá! Hoje vai ser um dia divertido, não?
O chinês tentou correr e se esconder em seu quarto pelo resto do dia, mas foi outra tentativa falha, visto que Kun havia lhe alcançado antes mesmo de chegar próximo ao cômodo. Agora, no controle do homem de cabelos pretos, Sicheng teve seu braço apertado brutalmente e arrastado até o seu quarto, vendo Qian trancar a porta e esconder a chave, deixando-lhe sem saída.
— Sua boquinha é tão convidativa Winko, quero fodê-la de novo o mais rápido possível.
Sicheng entrou em um desespero sufocante, não queria que mais uma vez o mais velho se aproveitasse de si. Não aguentava mais, sentia que havia chegado ao seu limite e que a qualquer momento, seu corpo pararia de corresponder.
— Venha comigo. — Kun disse alto num tom imperativo. — Você tá se fazendo de difícil mais uma vez? Não quero ser maldoso com você, baby.
Sicheng abaixou a cabeça e permaneceu quieto. Estava tão triste e decepcionado consigo mesmo que nem ao menos tentava mais se proteger de tudo aquilo. Sentia-se um inútil por não conseguir falar para as pessoas que Qian Kun, o estrangeiro prodígio da universidade, abusava dele quase todos os dias.
Tinha medo da fúria de Kun, tinha medo da reação de Yuta ao descobrir tudo que se passava dentro de sua casa, e tinha ainda mais medo de que no final, ninguém acreditasse em suas palavras. Com certeza, imaginar que as pessoas poderiam fazer julgamentos maldosos sobre si mesmo sem saber de fato o que aconteceu, o deixava com medo e aflito.
