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𝑬𝒏𝒕𝒆𝒏𝒅𝒆𝒏𝒅𝒐 𝒂 𝒇𝒊𝒍𝒐𝒔𝒐𝒇𝒊𝒂 𝒅𝒐 𝒂𝒓𝒕𝒊𝒔𝒕𝒂 𝒏𝒆𝒆𝒓𝒍𝒂𝒏𝒅𝒆𝒔.

𝓐𝓵𝓸𝓻𝓪 𝓑𝓵𝓪𝓴𝓮

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𝓐𝓵𝓸𝓻𝓪 𝓑𝓵𝓪𝓴𝓮


    Era madrugada, a lua brilhava iluminando o vagão pela janela. Os roncos de Dorian ecoavam pelo pequeno espaço que dividimos. Mas não era isso que me impedia de dormir.
   Meus pensamentos não cessavam, continuavam me atormentando todas as vezes que eu fechava os meus olhos. Aquela voz me assombrava, me fazia estremecer. Tinha pavor do que aqueles sonhos poderiam significar.

E ele continuava me chamando, como se estivesse se divertindo assistindo a nossa trajetória. Ele esperava que eu o ajudasse, e queria que o ajudasse. Não era nada que eu tenha conhecido pessoalmente, e com certeza não era um mero mortal. E eu tinha pavor de imaginar o que aquilo poderia ser.
   Porquê quando a gente sabe, a gente sabe. A gente simplesmente sabe...

— Ainda acordada Alora? Deveria descansar um pouco. — a voz de La Rue me assustou, quebrando o silêncio que recaia preguiçosamente no ambiente.

Girei minha cabeça para ela, tirando meus olhos do céu noturno na paisagem da janela. Clarisse e eu dividimos um colchonete no chão, já que as "camas" ficaram para os meus amigos.
    A pouca iluminação cobria ela com tons de prateado. Os olhos dela estavam ainda mais escuros, os lábios torneavam palidamente. Ela piscou, sonolenta.

— Não consigo. — sussurrei, tentando não acordar os outros dois.
   Já não bastava estarem todos aqui por uma ideia minha.

Clarisse coçou os olhos preguiçosamente, me virei para ela, ficamos cara a cara. Podia sentir sua respiração roçando na minha pele, era quente, apesar do frio noturno. Ela pareceu me analisar, embora não tivesse tão enérgica.

— Vai precisar estar disposta para amanhã, outro monstro pode aparecer a qualquer momento, e vai precisar de energia. — aconselhou.

Respirei fundo. Ela estava certa, e eu odiava quando Clarisse estava certa a meu respeito. Encarei o abismo profundo que eram seus olhos, na pouca luz do cubículo. Acho que nunca estive tão perto dela como agora, e acho que meu coração nunca esteve tão em paz perto de alguém. A verdade era que eu confiava em Clarisse, mesmo que fossemos tão diferentes, tinham momentos que dava para compreender a forma que convivemos.

— Sabe de uma coisa? — perguntei, ela sorriu, esperando que eu continuasse. — odeio quando você está certa. — confidenciei, o sorriso da morena se abriu mais ainda.

𝓟𝓮𝓪𝓬𝓮  - Clarisse La RueOnde histórias criam vida. Descubra agora