Capítulo dois

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James podia contar nos dedos todas as vezes que sentiu medo pelos amigos, todas elas fizeram questão de ficaram marcadas em sua mente, conseguindo vê-las acontecendo perfeitamente.

A primeira vez foi Remus. A noite em que descobriram o segredo de Remus foi como uma pedra saindo de suas costas, eles já duvidavam que ele fosse um lobisomem, porém a visão de Remus sentado em sua cama com as pernas cruzadas e os olhando como se eles pudessem apenas pensar em se afastarem fez James ter medo do que se passava na cabeça do amigo.

Remus que assista jogos de quadribol apenas porque eles gostavam; que lia baixinho para Thomas abaixo das cobertas quando o irmão tinha pesadelos e ia até o quarto deles; o mesmo Remus que James arrastou pela estação apenas para ser apresentado para Euphemia.

James não via sentido nele sequer pensar que eles podiam o afastar. Talvez todo aquele chocolate que ele comia fizesse mal ao seu cérebro.

A segunda vez foi Peter. Eles estavam no quarto ano e estavam na aula de porção, Peter fazia dupla com Dorcas e nesse dia ela faltou por estar doente. O menino pareceu se surpreender quando James e Sirius praticamente imploraram para os colocarem como trio, mais tarde naquele dia ao ser questionado Peter falou que se sentia excluído no grupo e que não esperava que o chamassem.

James se sentiu horrível por fazer Peter se sentir assim, ele entendia que Sirius ocupava uma grande parte de sua vida, mas a hipótese de estar excluindo seu amigo deixava James com muito medo de ser um péssimo amigo.

Naquele dia James conversou com os outros três e eles combinaram de tentar incluir Peter em coisas simples. James jogava xadrez com ele, Sirius dividia seus discos, Thomas o fazia se levantar cedo para exercícios e Remus ajudava em suas atividades.

James esperava que Peter conseguisse se sentir melhor com aquilo.

Depois foi Thomas. Na noite em que passaram a primeira lua cheia com Remus, Thomas estava nervoso. Eles haviam conseguido se transformar em animagos e nesse dia todos estavam realmente animado em ajudar Remus com seu probleminha peludo, porém poucas horas antes da lua aparecer Thomas teve uma pequena crise nervosa, ele nem conseguia se transformar temendo que não funcionasse.

James se lembra que Sirius saiu do quarto dizendo que iria trazer alguém para ajudar, James achou que era Minnie, mas minutos depois seu irmão apareceu com os olhos arregalados e com o rosto suado por ter corrido pelo castelo. Luke foi até Thomas, tocou em seu rosto e beijou seus lábios, Luke o acalmou em um instante apenas conversando em sussurros com ele.

Eles estavam junto em um relacionamento que James sabia que não era bem visto por muitas pessoas do mundo. James achou que podia sentir seu corpo inteiro tremendo apenas com a possibilidade de alguém machucando seu amigo e seu irmão por se amarem.

A última e mais recente vez que James sentiu o medo atravessar seu peito foi quando Sirius apareceu molhado e machucado em frente a sua casa nas férias antes do sexto ano.

Sirius estava machucado, seus olhos derramaram lágrimas que o Potter não sabia que alguém podia ser capaz de possuir tantas e seu corpo tremia sob seu toque. Seu pai havia o punido, Sirius havia saído de casa logo depois que ele conseguiu se colocar de pé e Regulus garantiu que Orion dormia.

Teve um momento enquanto via Effie cuidar dos machucados que Sirius fechou os olhos inchados e sua respiração ficou quase inexistente, foi nesse momento que James sentiu seu chão se desfazer e o mundo paralisar, quando pensou que seu melhor amigo estava morto e ele não podia fazer nada.

James. Se lembra da voz do seu pai em seu ouvido assim que seu corpo tensionou, do modo como sua mãe o olhou quando sua boca emitiu o nome Sirius. E então o Black abriu os olhos e o encarou com olhos nevoados.

Calm down, little boy Onde histórias criam vida. Descubra agora