Parte II - Capítulo Seis

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◇●●●~Parte dois~●●●◇

"'Não muda nada. Escrevo sem esperança de que alguma coisa que eu escreva possa mudar o que quer que seja. Não muda nada.”
– Clarisse Lispector

Capítulo IVFelizes para sempre.

— Meu namorado conseguiu ficar ainda mais deslumbrante esta noite — Falou James pela quinta vez, recebendo um tapa na nula de Sirius por dizer a mesma coisa na frente dele.

Potter encarou o amigo com a testa franzida, alheio aos risinhos de Thomas e Remus logo atrás dele.

— Mas é verdade... — Argumentou com um beicinho — Você não pode dizer que é mentira!

James se voltou a Regulus, agora vindo em sua direção ao lado de Luke, um sorriso surgindo nos lábios de ambos.

Sirius teve que se conter para não resmungar, escondendo seu rosto no ombro de Remus, que cercou sua cintura com uma pequena risada.

— Lupin! – A voz de Luke estava baixa quando se encontrou ao namorado, Sirius se retirou do esconderijo para olhar seus irmãos se encontrarem com os parceiros.

Ainda soava estranho explicar que dois de seus irmão namoravam, mas ainda assim, era engraçado ver a confusão no rosto das pessoas.

— Olá, Potter...

— Nós estamos atrasados — Regulus falou, discretamente puxando James pelas mãos – Onde está o outro pateta?

Luke sufocou uma risada, pondo a mão na boca quando recebeu a atenção franzida de todos na roda.

— Peter. — Explicou baixinho.

— Ele já tá lá dentro — James cerrou os olhos para o irmão, parecendo repreender ele — Com Amélia, a corvinal.

— Então vamos ao baile – Sirius começou a puxar Remus.

— Isso é basicamente um puteiro — Luke falou, atraindo a atenção de todos novamente, que assim como Sirius, não reconhecem a última palavra.

James parece reconhecer, já que começa a mexer com a cabeça de cima para baixo rapidamente.

— Até tem faixas...

— E as luzes são muito bonitas.

— O que é isso? — Questionou Regulus, sendo apoiado pelos outros.

James e Luke se olharam, parecendo animados em explicar.

— É uma palavra em Português – James explica.

— Um puteiro é um lugar cheios de casais, tem fitas e danças muito legais – completa Luke, olhando de canto para o irmão – Vocês deveriam ir alguma vez.

Sirius olhou para Remus.

— Vou te levar em um puteiro algum dia — E ele iria cumprir isso, ele faria qualquer coisa de casal com seu namorado e o levaria para todos os lugares.

Remus assentiu com um sorriso, beijando seu nariz com carinho.

James e Luke trocaram olhares sem serem notados, sorrindo discretamente enquanto seguiam até o grande salão que aconteceria o baile de formatura deles.

— Acho que também vou levar James em um – Regulus sorria enquanto dizia, fazendo o rosto do Potter mais velho se avermelhar.

●●●

James odiava ter que esconder coisas de Regulus, mas ele viu os olhares de Dumbledore presos neles enquanto vagavam pelo baile e isso significava que ele estava de olho em seus futuros subordinados.

Porém, era o baile de formatura deles, amanhã eles estariam em um trem e não voltariam em alguns meses.

Não teria mais quadribol as cinco da manhã, enquanto todos reclamavam dos horários de James, as refeições normalmente bagunçados no salão, não teria as pegadinhas e Minnie não brigaria com eles toda vez que às fizessem.

James Potter, o capitão da grifinoria, estava dando adeus para Hogwarts, e isso significava que ele não se importaria com seu diretor mal humorado com Regulus.

Ele queria apenas dançar com seu namorado, fazê-lo girar em meio ao salão e se divertir com seus amigos.

Isso implicaria, é claro, no decreto de Minnie sobre não consumir bebidas. Mas eles ficaram responsáveis pelas bebidas, o grande erro da professora, então quando todos já estavam cansados de dançar sobre os pés uns dos outros, Lily, Peter, Sirius e Remus ficaram responsáveis por levar os adultos para seus respectivos dormitórios enquanto James, Thomas, Marlene, Mary e Dorcas começavam à organizar a verdadeira festa de despedida.

Isso tudo sob o olhar julgador de Pandora, Regulus e Luke, que não moveram um dedo para ajudar, mas que foram os primeiros a se sentarem para beber.

O copo de Regulus foi pego emprestado quando James passou por ele e o pegou, beijando seu lábios antes de devolver.

— Tá preguiçoso você, não acha?

— A festa é de vocês, não minha.

James sorriu, totalmente perdido nos olhos escuros.

Algumas pessoas começaram a entrar na comunal da grifinoria, enchendo o lugar com uma animada agitação.

Eles dançaram o resto da noite, bebendo e cantando a todo vigor. James se lembra que viu Lily e Pandora fazendo um competição acirrada de algum jogo trouxa, de Remus arrastando Sirius do lugar escadas acima e de Luke e Thomas cantando alto uma música de Rock brasileiro.

James se lembra de Regulus ao seu lado, sorrindo e cantando baixinho, os olhos brilhando em algo que ele reconhecia muito bem.

Ele se lembra que passou os braços pelos ombros dele e ficou assim por tempo suficiente para não se lembrar de quando os tirou, acordando no outro dia com o cheiro de café, deitado e sua própria cama ao lado de Regulus.

Foi uma noite boa, pensou, aceitando o café e se encostando nos travesseiro a tempo de ver o sorriso de Regulus em sua direção.

— Então, como é a vida se um recém formado?

Suas mãos cercaram a cintura de Regulus, o trazendo para se sentar em seu colo. O Black riu baixinho, se encostando mais nele.

— Sou um formado muito sortudo, tenho um bom café e um perfeito namorado em meu colo. Estou gostando muito dessa vida.

Um risada soou no quarto, atraindo a atenção dos dois quando o barulho de algo caindo veio logo atrás. James e Regulus olharam para onde Thomas tinha acabado de cair da cama.

— E então, Tommy – Luke quase não conseguiu falar pela risada o interrompendo, Thomas pareceu se juntar a ele – Como é a vida de formado?

Regulus revirou os olhos.

— Muito boa, eu tenho um chão duro e um namorado rindo da minha desgraça. O que mais eu poderia querer?

— Eu queria silêncio — Sirius resmungou da cama de Remus, que provavelmente estava lá embaixo fazendo seu papel de monitor e se despedindo dos outros alunos, como prometeu fazer.

James riu, abraçando Regulus contra si a tempo de Remus entrar no quarto praticamente correndo.

Ele estava ofegante, e sorriu primeiramente em direção a Sirius e depois para os outros.

— Minnie está nos chamando! É hora de irmos!

James sorriu, ainda que seu coração doesse com o fim daquilo.

Calm down, little boy Onde histórias criam vida. Descubra agora