capítulo 1

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Ser jovem é uma experiência, tanto individual quanto coletiva, todas as suas experiências são únicas, seus problemas deveriam ser o problema de todos, ninguém te entende o suficiente e você sente que precisa gritar, ser jovem é ser imperfeito, até mesmo os que tentam ser perfeitos, tirar as melhores notas, obedecer o toque de recolher, obedecer aos seus pais, até eles tem os seus defeitos, eles também acham que um vestido de baile menos do que perfeito é o fim do mundo, eles sentem tão intensamente quanto o jovem rebelde, mas todos esses pensamentos são compreensíveis, é assustador ser jovem, você é velho demais para ser uma criança e jovem demais para ser um adulto, estar no último ano do ensino médio e em breve ter que escolher o que você fará pro resto de sua vida quando você nem sabe ao certo quem você realmente é…. É verdadeiramente uma experiência assustadora.

Rhaenyra Targaryen é um exemplar perfeito de um adolescente rebelde, ela é emotiva demais, absolutamente tudo é o fim do mundo, ela grita e bate a porta quando alguém não a entende,ela sente tudo e não se importa que isso a faça parecer mimada ou histérica, ela sabe que não importa o que ela faça, mate aula, pinche o carro do atleta racista (ele mereceu), seus pais ainda a amaram no final do dia.

Em contrapartida temos Alicent Hightower, um espécime perfeito do adolescente perfeito, ela é líder de torcida, presidente do conselho estudantil, fundadora do clube de castidade, vai a igreja com a família todos os domingos, tem o namorado quarterback com quem pretende se casar após o ensino médio, realmente perfeita, mas como foi dito no início dessa divagação sobre como é difícil ser jovem… até os perfeitos são imperfeitos.

Como era de se esperar, essas duas pessoas completamente opostas não se dão bem, Alicent e Rhaenyra se conhecem desde que conseguem se lembrar, seus pais são amigos de longa data, parceiros de negócios e acharam que seria bom tentar tornar suas filhas de mesma idade em amigas, no início as meninas se deram bem, até Rhaenyra em sua inocente curiosidade infantil pegar um sapo em suas mãos e tentar mostrar a Alicent, a pequena Alicent muito menos curiosa do que a loira chorou e correu até seu pai implorando para levá-la pra casa, Otto e Viserys tentaram mais algumas vezes, mas o incidente jamais foi superado.

Agora adolescentes de 17 anos ambas estudam em West High, mas se evitam o máximo que conseguem, elas não são inimigas juradas nem nada assim, elas mal reservam um único pensamento uma à outra.

Alicent estava no estacionamento do colégio esperando Criston, seu namorado, o garoto de ouro dos Greens de West High,ela não gostava tanto dele no início, mas seu pai gostava muito dele, então ela acabou aprendendo a gostar do garoto moreno de sorriso fácil, ele ser bonito ajudava também. Ela estava distraída olhando para o seu celular quando de repente ela sente um calor em seus olhos, tudo estava preto, ela sorri e toca as mãos que haviam tocado os seus olhos.

“Você demorou amor” então ela escuta uma risada que definitivamente não era a risada máscula de seu namorado.

“acho que primeiro você deveria me pagar um jantar, ir direto pros apelidos carinhosos é um pouco rápido não acha?”  Alicent arrancou bruscamente as mãos que tapavam a sua visão e se deparou com cabelos loiros platinados, olhos violetas que exalavam zombaria e um sorriso que era tão zombeteiro quanto os seus olhos.

“O que você quer Rhaenyra” A ruiva revirou os olhos e seguiu para a aula, a loira para a infelicidade da Hightower a seguiu.

“Nada de mais, eu só te vi aqui sozinha, meus amigos não estão aqui então eu pensei acho que ali é a Ali, vou falar com ela, e aqui estou eu.” a loira falava rápido demais, isso sempre irritou a ruiva profundamente.

“Você está falando muito rápido, e eu sei que você só faz isso quando quer alguma coisa, então fala, qual é o sacrifício que você quer que eu faça” Rhaenyra fez uma careta.

“Você fala como se eu fosse o diabo” Alicent virou as costas perdendo a paciência e a loira pegou o braço dela antes que ela fosse muito longe. “Tudo bem, eu falo…preciso que você faça algo pra mim” a Targaryen estava verdadeiramente inquieta, de um jeito que Alicent jamais tinha visto.

“Olha, se for pra enterrar um corpo, eu sinto muito, mas não posso fazer isso” A Hightower tentou descontrair e deu certo porque a loira riu.

“Não é isso, é só que… eu preciso de aulas de reforço” a garota parecia se sentir profundamente envergonhada por estar precisando de ajuda e a ruiva quase sentiu pena, então ela respirou fundo sabendo que se arrependeria das próximas palavras que sairiam de sua boca.

“Em que matéria exatamente?” Rhaenyra suspirou aliviada e sorriu, um sorriso que facilmente poderia ofuscar o sol pensou Alicent.

“Todas, te vejo hoje depois da escola na minha casa, amor” a Targaryen disse isso enquanto saia rapidamente sem dar tempo para que a Hightower pudesse mudar de ideia.

E Alicent? Bem, ela já estava arrependida.

a imperfeição perfeita de jovens imperfeitos Onde histórias criam vida. Descubra agora