Capítulo 1

753 72 16
                                    

Boa leitura, pessoinhas! 💕

~~~~~~~~~~~~~~~💛

POV LAUREN JAUREGUI:

- Eu não sei mais o que fazer - Coloco todas aquelas contas sobre a mesa e apoio meu rosto contra minhas mãos, em um ato de frustração.

Suspiro repensando o que venho enfrentando ultimamente, e não está sendo nada fácil, pois além do cansaço físico, o mental é mil vezes pior.

Faz poucas semanas que meu pai descobriu um câncer de próstata, que mesmo não recebendo muitas esperanças, estamos confiantes que no fim tudo dará certo. Mas claro que após essa descoberta nossa realidade ficou ainda mais abalada, já que os valores para o tratamento adequado não condiz com a mesma, e é exatamente isso que vem me atormentando nos últimos dias.

Minha atenção foi para o barulho de patinhas ecoando pela a casa, me fazendo sorrir ao comprovar as horas antes da minha visão capturar Duda com os jornais, assim como ela fazia todos os dias nesse mesmo horário.

Duda é uma cadelinha muito bem treinada pelo o senhor Michael, e posso dizer que foi uma boa companhia para ele desde que minha mãe faleceu. Ela me encara em expectativa até que eu me aproximo e pego os jornais, Duda deita próxima aos meus pés e lá ela fica após uma pequena carícia em agradecimento da minha parte.

Não sou muito de ler jornais, mas confesso que qualquer coisa que chame minha atenção e me tire da realidade por alguns segundos, ajudará a aliviar a carga que estou sentindo nesse momento. E não preciso abrir o jornal para me deparar com algo um tanto... inusitado.

"A bilionária Camila Cabello revela sua intenção de conceber seu primogênito através de uma barriga de aluguel."

Arregalo os olhos.

"Sua viagem pelo o mundo seria apenas para nos confundir sobre a real identidade da escolhida?"

"A sortuda será recompensada com uma boa quantia de dinheiro, essa que pode mudar sua vida." 

Releio mais algumas vezes, apenas para ter certeza do que estava escrito.

Curiosa e ao mesmo tempo aproveitando da distração, vou até a matéria completa, obtendo mais informações. 

Assim que meus olhos bateram contra a foto que estampava a notícia, arregalo ainda mais os olhos, comprovando que sim, é ela.

Olho para sua foto com atenção, analisando tudo com cuidado. Camila é uma mulher tão bonita, seu olhar penetrante e indecifrável é irreconhecível por mim, ela exala autoridade.

Por que ela pagaria para alguém gerar seu filho? Sei que ela ainda é jovem, aparentemente saudável...

Talvez não queira passar pelo o processo? Ou simplesmente não pode passar pelo o mesmo?

São tantas perguntas...

Balanço a cabeça e desvio meu olhar do seu, continuando a ler mais.

"Pois os 5 milhões de dólares serão suficientes para a escolhida se cuidar e investir como bem entender"

Leio mais algumas vezes para ter certeza do valor.

Isso seria muito mais que o suficiente para o tratamento do meu pai...

Rapidamente balanço a cabeça com o pensamento. Sorrio negando, é óbvio que eu nunca seria a "escolhida". É algo distante demais.

Mas não posso negar que esse valor me chamou a atenção...

Fecho o jornal com certa pressa, aceitando minha realidade, a qual eu sou apenas uma auxiliar qualquer, nada mais que isso.

Deixo o jornal de lado e me levanto, caminhando até a pia e lavando as louças que usei para meu café da manhã.

Quando termino, olho ao redor e comprovo que não tinha mais nada para fazer alí, então sigo para meu quarto, preciso terminar de me arrumar, meu trabalho não espera.

Escovo os dentes e logo em seguida pego minha bolsa, saindo do quarto e caminhando até a porta. O caminho até o metrô não é longo, preciso apenas atravessar algumas quadras e logo estarei lá. 

Trabalho em uma das maiores empresas de Nova Iorque, e agradeço todos os dias por conseguir um emprego lá após terminar minha faculdade, pois mesmo sendo óbvio que ainda pretendo ir muito além, é através desse emprego que estou conseguindo manusear minha nova situação.

Eu estava com um pouco de pressa, e ao atravessar na faixa de pedestres, escutei um alto barulho de freio antes do impacto ocasionar a minha queda. Passei um tempo tentando raciocinar o que aconteceu.

Faço uma careta quando o sol começa a incomodar meus olhos, e ela se intensifica quando forço meu corpo a levantar, sendo assim ficando sentada contra o asfalto quente.

- Não se mova, já estou em contato com a emergência - Olho para o senhor a minha frente, tampando a claridade que agora a pouco me incomodava. Ele estava com o celular contra a orelha, logo falando com a pessoa no outro lado da linha. - Já estão vindo - Sorrir nervoso ao encerar a ligação. Ele me analisa com um olhar preocupado. - Eu sinto muito, não foi minha intenção te machucar - Acabo sorrindo.

- E eu acredito, mas seria bom ter mais cuidado no trânsito - Minha voz é suave, pois realmente a dica foi sincera já que quanto à minha situação, não podemos fazer mais nada a não ser lidar com as consequências, e uma delas sendo meu pé levemente inchado.

- Eu... - Sua fala é cortada com uma nova ligação no seu celular. Percebo uma palidez instantânea ao encarar o visor do aparelho, mas logo ele atende. - Senhora...

- Eu pensei que tinha dito cinco minutos! - Arregalo os olhos para a voz raivosa. O homem novamente sorrir sem graça antes de se afastar, me impossibilitando de ouvir mais a dona da voz.

- Perdão, é que aconteceu um pequeno imprevisto - Ainda consigo ouvir a voz dele antes de se afastar por completo. 

Olho ao redor escutando o barulho da ambulância se aproximar cada vez mais, eles realmente são muito rápidos.

Sou questionada sobre algumas coisas enquanto me transportavam em uma maca, mesmo eu repetindo algumas vezes que não precisava, pois mesmo com dificuldade eu ainda conseguia ficar de pé.

O homem responsável por tudo isso reapareceu e foi comigo até o hospital, no caminho me dizendo seu nome, esse que é Jason, e também se desculpando mais algumas vezes. 

Fui levada para um dos melhores hospitais da cidade, e isso me deixava um pouco nervosa, pois mesmo Jason deixando claro que arcaria com tudo, eu não o conhecia e não confiava cem por cento na sua palavra. E se ele simplesmente fosse embora assim que eu entrasse para ser atendida?

Meu atendimento foi rápido, acabei sofrendo uma luxação no tornozelo, nada grave mas que mesmo assim me preocupava, afinal a situação coloca em risco meu emprego, coisa que não poderia acontecer, preciso dele como nunca antes, o dinheiro é fundamental para continuar com o tratamento do meu pai.

Minha mente estava conturbada demais com todos esses pensamentos que nem vi quando alguém adentrou o quarto, só notando a presença quando o rosto da mulher se aproximou o suficiente do meu, e nesse momento meu corpo travou, pois era ela, Camila Cabello, minha chefe.

Barriga de Aluguel (G!P) Onde histórias criam vida. Descubra agora