𝑫𝒐𝒓𝒆𝒔.

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2024, 06 de janeiro.

Quase uma semana já havia passado e Minho era o que estava com mais medo. Tinha medo das coisas não saírem como o planejado, assim como o dia que ocasionou o acidente de Jisung.

Minho não sabia ao certo se Jisung receber alta seria uma coisa boa ou ruim, pois não sabia se Jisung iria continuar querendo ser cuidado por Minho depois que ele recebesse alta no hospital.

Não sabia onde ficaria e muito menos se Jisung iria querer morar com ele. Via o garoto desconfiado e estranho, Minho ao menos conseguia chegar perto dele, e isso estava fazendo sua vida ser mais complicada. Jamais queria acreditar que nunca teria uma salvação para tudo aquilo, todavia, naquele momento não via solução. Chegar perto de Jisung estava se tornando um desafio, mas se lembrava que foi desse mesmo jeito quando se conheceram no ensino fundamental, agora, só teria que voltar no passado e refazer as mesmas coisas.

Minho já havia chamado o uber e ali, de frente para aquele hospital, Lee e Jisung esperavam-o. Jisung não parava de olhar para Minho ao seu lado, se sentia estranho perto dele, mas ao mesmo era tão bom estar perto dele. Mais uma vez Jisung estava confuso, não queria ficar tão próximo assim de seu "cuidador", porém sentia uma forte vontade de ficar com ele e isso o deixava muito aflito. Esperaram o uber chegar e Minho não havia dito uma palavra, deixando Jisung à pensar sobre o que o moreno iria fazer.

Depois da demora, o uber chegou. O homem estacionou seu carro e desceu do mesmo, ajudando Minho com as coisas que estava segurando. Pegou malas e bolsas das mãos de Minho, pondo no porta-malas e logo em seguida ajudando Minho com a cadeira de rodas de Jisung.

Minho se abaixou e tirou Jisung da cadeira, porém o garoto não conseguia se segurar no chão, então Minho o pegou no colo, fazendo a reação repentina deixar Jisung tímido. O motorista logo em seguida de ver Jisung nos braços de Minho, pegou a cadeira e a fechou, pondo no canto do porta-malas. Não era a primeira vez segurando Jisung daquele jeito, porém Minho também ficou tímido, indo rápido até as portas traseiras do carro, a abrindo e botando Jisung sentado lá. Minho fechou a porta do lado de Jisung e entrou no carro, no banco do carona ao lado do motorista, pegando seu celular para já deixar pago a viajem.

A viajem seguiu para a casa de Jisung, onde Minho torcia para Jisung se lembrar pelo menos de sua casa. Minho talvez não quisesse pôr Jisung no hospital psiquiátrico que o mesmo já trabalhou, mas teria que ser assim por conta do hospital ser mais perto da casa do menino. Não demoraria para Minho pôr Jisung no hospital psiquiátrico, mesmo que o garoto não quisesse. Minho ainda tinha esperança dele voltar com sua memória e isso era o mais importante. Um psiquiatra seria importante para Jisung não se sentir constrangido ou nervoso por não saber ao certo o que realmente havia acontecido, já que Minho não podia contar para ele... E isso foi uma própria decisão de Minho.

Jisung apenas queria saber, de verdade, como as coisas aconteceram e o porquê de Minho se importar com si, já que o moreno era apenas um cuidador. Sentia confiança em Minho, mas não queria demonstrar isso, pois Jisung não queria ter confiança nele, já que sentia Minho lhe escondia algo. Minho era pensativo e deixava Jisung nervoso, sua vida estava nas mãos daquele que dizia ser seu cuidador, estava preocupado. Por que não poderia se cuidar sozinho? Queria ter liberdade, mas estar ao lado de Minho lhe deixava bem, porém confuso, e... Pra ser sincero... Jisung já estava confuso o bastante.

O carro se locomovia lentamente, Jisung mantia a cabeça baixa enquanto olhava as próprias unhas, lembrando que teria que limpá-las para logo depois pintar. Olha o sinal fechado fazia Jisung se sentir estranho, de repente sentiu seu peito doer de leve porém ansioso. Jisung não estava entendendo o que estava acontecendo, só queria que aquela dor parasse. O carro andava devagar e tocava uma música boa, tudo aquilo fazia Jisung se sentir mal, mas não sabia porquê. Seguiram reto até a rota da rodovia, onde haviam muitos carros e faróis altos. Jisung olhava tudo aquilo e sentia que iria vomitar, a falta de ar o tomava toda vez que olhava para aqueles carros na rodovia ao lado.

Minho percebeu a inquietação de Jisung, porém quando olhou para trás parecia que o garoto estava bem. Em Jisung, vinha memórias rápidas de faróis altos em sua mente, mas tudo era dolorido, assim que lembrava de uma noite chuvosa, sua mente deixava o tonto e seu estômago embrulhava.

Jisung não sabia o que estava acontecendo, só queria que aquilo parasse. A tarde estava chegando e assim o tempo se nublava, e quando Han olhava para o céu através da janela do carro, sentia pontadas em sua cabeça, como se estivesse em um déjà-vu forte. Sentia enjoo e sabia que não era pelo carro, eram aqueles faróis, era aquele tempo nublado, parecia que já havia vivido isso e não sabia porquê doía tanto. Queria gritar mais se contia por não querer que Minho o visse assim, não sabia o que era aquilo e então por isso não queria piorar a situação.

Minho sentia algo estranho, como se Jisung não estivesse bem, porém toda vez que olhava-o para conferir, o garoto o olhava confuso e parecendo estar bem, todavia, não conseguia ignorar aqueles barulhos estranhos que o outro fazia assim que passava um carro perto do carro que estavam.

- Senhor Han, tudo bem aí? - Minho perguntou aflito, ouvia barulhos e ruídos durante a viajem toda, apenas queria mantar Jisung bem. Se virou para trás e olhou para Jisung e viu o mesmo suando frio, passando a mão na testa para tentar esconder isso, mas Minho já havia percebido.

Jisung não queria contar e não iria, sentia que poderia ser apenas um déjà-vu comum. Não se lembrava se já havia tido um, porém Jisung, naqueles dias, não estava mesmo se lembrando de muitas coisas, então isso não poderia ser importante.

- Estou bem, Minho. - Jisung disse fortemente, querendo ao máximo tirar a atenção do moreno de si. Não iria falar nada ao seu cuidador até que entendesse bem sobre o que estava acontecendo com si.

Minho se virou novamente para frente, ficando ainda mais pensativo, Jisung estava estranho e fazia barulhos estranhos, não sabia o que estava acontecendo e entendia que para conseguir saber sobre tudo que Jisung sentia, teria que construir uma confiança com ele, porém apenas tinha medo de ser rejeitado, mas iria tentar.

A viajem seguiu e Jisung não estava mais conseguindo se controlar, doía seu peito, sua cabeça doía e a falta de ar fazia seus pulmões suspirar em busca de oxigênio não tão desesperado como os que Jisung estava aspirando com tanto brutalidade. Os faróis estava quase fazendo-o chorar, não queria, mas não conseguia mandar no seu corpo, com isso, soltou todos as lágrimas que ainda o restava, começando a chorar baixinho e delicado, não querendo fazer barulho no carro.

Já estava chegando perto do lugar destinado e Minho não parava de pensar que falharia em cuidar de Jisung, já que sempre ouvira que nunca prestaria para nada mesmo. Além de tantas preocupações queria entender a mente de Jisung e poder ajudá-lo, mas não sabia como entrar na mente do outro.

Quem podia dizer, dizia, mas Jisung iria ficar calado até que tudo se resolvesse, na verdade que descobrisse o real motivo para Minho estar tão ligado à sim e tão insistente, queria saber se era por dinheiro ou outra coisa, apenas queria descobrir. Sentia que Minho o travava bem, mas não tinha certeza se poderia conversar com ele, já que o mesmo não era seu amigo e sim apenas um cuidador.

Sentia algo bom vindo do moreno e queria saber porquê...

𝗗𝗶𝗴𝗮 𝗠𝗲𝘂 𝗡𝗼𝗺𝗲Onde histórias criam vida. Descubra agora