𝑫𝒆𝒔𝒄𝒐𝒏𝒇𝒊𝒂𝒏𝒄̧𝒂

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2024, 10 de janeiro.

Chegaram ao hospital psiquiátrico, descendo do carro para que pudessem ir aos protocolos do edifício. Minho parecia mais feliz que Jisung, sentia que ali seria um novo começo, queria que fosse um novo começo.

Jisung apenas desceu do carro, vendo o edifício tão alto, começando a se sentir estranho. Assim que Minho pôs as malas ao lado de Jisung e pode agradecer ao motorista pela viajem, Jisung sentia seu estômago embrulhar, sentia que iria vomitar, mesmo não tendo comido nada. Olhava o edifício e parecia que já havia passado por ali algumas vezes, mas não conseguia se lembrar, apenas não conseguia. Tentava ao máximo não olhar para o prédio, porém sentia que deveria olhar para talvez conseguir se lembrar de algo.

Minho assim que se despediu do motorista do uber, percebeu o quanto Jisung havia mudado de repente, como parecia pálido e estranho, começando a se preocupar com o menino.

- Jisung... Você está bem? - Minho chegou devagar perto de Jisung, se abaixando logo em seguida para que pudesse lhe olhar nos olhos.

- Sim... - Jisung estava tendo mais uma vez aquilo que ele acreditava ser apenas déjà-vu's, porém agora realmente tinha certeza que já havia ido naquele hospital psiquiátrico, a dor era forte, mas suportável, por já conseguir distinguir as imagens que passavam como um filme em sua mente. - Eu já...? - Assim que olhou para Minho, desistiu de perguntar se realmente já havia passado por aquile espaço ou entrado no hospital, não sabia ao certo como seria a reação do moreno e muito menos se ele iria entender a pergunta.

- Já o quê?

- Esquece. - Jisung começou a locomover sua cadeira devagar, indo em direção a pequena rampa que havia ali para deficientes.

Minho ficara em dúvida se realmente Jisung havia sido sincero, porém tentou não ligar para isso. Começou a seguir o menino, observando que a cada passe de entrada que Jisung estreava naquele hospital, parecia sentir alguma dor. Estava preocupado com as ações que Jisung tinha, não queria obrigar ele a falar sobre o que realmente estava acontecendo, todavia, as vezes não via outra forma. Queria ao máximo tentar construir a confiança que planejou construir desde o início que descobriu a perda de memória de Jisung, porém agora não sabia como fazer isso, como fazer o garoto se sentir confortável na sua presença.

Jisung entrou no hospital psiquiátrico, indo direto para o balcão de atendimento, chegou perto do mesmo, vendo uma mulher lhe abrir um sorriso imenso, como se já o conhecesse.

--- Olá Jisung, há quanto tempo você-

Minho chegou rapidamente atrás de Jisung, tentando comunicar me silêncio a mulher, não queria que nada desse errado assim como planejado.

- Olá, sou Minho, você já me conhece... Eu... Queria pôr Han Jisung instalado aqui. - Minho falou, sem ao menos saber usar direito as palavras. Apenas chegou mais perto do balcão, tentando afastar Jisung da mulher, não percebendo o quanto Jisung achou aquilo estranho.

--- Sim, conheço sim. - A mulher sorriu gentil. - Me contem vocês já se casaram? Apenas soube das novidades pelo Senhor Changbin. - Sorriu novamente.

- Não... Eu... - Minho apenas não sabia como dizer. - Eu apenas queria conversar com você à sós. - Respirou fundo.

A mulher apenas assentiu, saindo da recepção para um corredor próximo dali, vendo Minho lhe seguir. Minho apenas pediu para que Jisung esperasse de frente para a recepção. Jisung estava confuso e estava curioso demais para se conter, não entendia como aquela mulher sabia seu nome e muito menos como falava com Minho como se já se conhecessem bem. Porém o que mais intrigou Jisung, foi o fato da mulher perguntar sobre o casamento de Minho, como todos sabiam menos Jisung, queria descobrir a pessoa que esqueceu Minho, queria descobrir quem era a pessoa que não queria mais nada com Minho.

Minho chegou perto da mulher.

- Desculpa te tirar seu posto, porém eu queria lhe avisar umas coisas. - Sorriu fraco por estar com medo e ansioso.

- Pode me dizer, só queria te fazer uma pergunta antes que começasse, ok? - Minho assentiu. - É... Por que Jisung precisa de tratamento psiquiatra, sendo que ele é um? - Sorriu em dúvida. -  Ainda mais, sendo um medico deste hospital.

- Não sei se você soube, não sei se por acaso Changbin te contou sobre o que aconteceu, mas... - Minho, ao tocar no assunto, apenas olhava para baixo para não demonstrar fraqueza na frente da mulher. - Jisung sofreu um acidente de carro ano passado, no réveillon, você já deve ter reparado que ele perdeu a sensibilidade nas pernas e... Com isso, ele também perdeu uma boa parte de sua memória. - Minho dizia quase gaguejando, querendo se conter ao máximo. - Ele não se lembra de mim, não se lembra de você, provavelmente ele não se lembra de nada, acho que apenas de sua infância.

- Minho... - A mulher se aproximou. - Eu tenho certeza que deve estar sendo tão difícil 'pra você. - Tocou em seu ombro. - Mas não importa o que aconteça, eu farei o que me pedir.

- Apenas queria que você avisasse aos outros funcionários que já conheciam ele, para que agora, começassem a tratá-lo como um simples paciente e não um psiquiatra.

- Não se preocupe.

A mulher parecia reconfortante fazendo Minho se sentir mais seguro. Minho tentava se conter de todas as formas, tentando fingir que estava tudo bem, dizendo apenas que estava bem, mesmo não estando. Não tinha alguém para ser um fardo, apenas não queria que falhasse com Jisung, por já mesmo sentir que já havia falhado. Os dois voltaram para a recepção, onde lá estava Jisung olhando Minho de um jeito estranho e desconfiado, queria descobrir e faria de tudo para saber o real motivo da gentileza de Minho com si.

Minho começou a preencher a caderneta que a mulher havia dado, começando a escrever os dados de Jisung e seu. Não sabia ao certo se poderia ficar vinte quatro horas por dias com Jisung, mas faria de tudo para que ficasse com ele, já que jamais iria lhe abandonar.

Talvez um novo começo, porém só Minho se mantia entusiasmado, enquanto Jisung apenas se mantia desconfiado... De Minho...

𝗗𝗶𝗴𝗮 𝗠𝗲𝘂 𝗡𝗼𝗺𝗲Onde histórias criam vida. Descubra agora