𝑺𝒆𝒏𝒕𝒊𝒅𝒐𝒔

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2024, 31 de janeiro.

Depois da ligação, Minho foi rapidamente falar com Jisung. Estava preocupado se o garoto ficaria bem sem sua presença, mesmo que não fosse demorar tanto assim.

Secou suas mãos e guardou os pratos secos dentro do armário, para enfim ir avisar para Jisung.

Andou rapidamente pela casa indo para o quarto do garoto.

...

Han não estava conseguindo se controlar. Seu corpo estava quente, suas mãos tremiam e ao menos sabia como parar tudo isso. Sentia como se estivesse febril ou cansado, sua visão turva mostrava tudo embaçado. Sentia como se fosse desmaiar. Sentia aromas que lhe lembravam apenas uma pessoa, porém não sabia quem era ela ou sabia muito bem quem era ela.

Tudo que queria era que aquela tontura acabasse. Tinha sensações como se estivesse numa sauna, suas mãos e seu corpo tremiam como se estivesse prestes a se desmanchar.

...

Lino abriu a porta rapidamente, olhando para a cama.

Jisung olhou para a porta vendo Minho olhando para si.

Rapidamente Jisung cobriu seu corpo, deixando Minho ao olhá-lo estranhando a repentina ação. Jisung lhe olhava estranho, lhe olhava assustado como se estivesse escondendo alguma coisa.

- Tudo bem, Jisung? - Perguntou preocupado, tentando entender o que ele estava escondendo de si.

- C-Claro. - Estava envergonhado pelas sensações que estava tendo. Todos toques sentidos, mesmo quando ninguém o havia tocado.

- Ok... - Ainda o olhava com dúvida e ao mesmo tempo preocupado, franzindo as sobrancelhas mostrando desconfiança. - Eu vou sair um pouco e já volto, não demorarei muito. Você consegue ficar bem sem mim durante esse tempo?

- C-Claro. - Tentou mostrar um sorriso, porém falhado.

- Tem certeza que está tudo bem? - Chegou mais perto da cama.

- Não cheguei perto... Estou bem.

Minho estranhou tudo, não sabia o que estava acontecendo e ao menos tinha certeza do que havia visto.

- Ok. Volto mais tarde.

Minho saiu da casa, estando em dúvida sobre o que tinha visto e as coisas que Jisung havia falado, não conseguia entender porquê Jisung começou a agir mais estranho com si nos últimos dois dias.

Tentando não ligar muito, Minho pegou seu carro e saiu da casa, indo para o encontro que havia marcado com os amigos, mesmo que sua mente ainda estivesse cismada.

Estacionou seu carro na calçada, tirou a chave e saiu do automóvel, o trancando. Andou rapidamente até a mesa logo depois de ter avistado Changbin sentado nela. Chegou perto do garoto baixo e sentou na cadeira ao lado do mesmo.

- Há quanto tempo, Know. - Changbin recebeu com graças Minho, mostrando um sorriso alegre ao vê-lo depois de tanto tempo.

- Nossa! Eu nem me lembrava mais desse apelido que vocês me deram. - Riu contente ao lembrar de seu passado tão perfeito ao lado de seus amigos.

- Verdade, faz muito tempo. Alguma novidade? - Tomou um gole do suco que estava no copo a sua frente.

- Acho que não... - Olhou para baixo, pensativo. - Quer dizer...

- Fale. - Disse interessado na conversa.

- Depois que eu lavei a louça do almoço, eu fui para o quarto de Jisung avisá-lo que eu iria sair e perguntar se ele iria ficar bem. Porém... Eu acho que o vi... Eu acho que vi... - Estava deixando Changbin ansioso. - Eu vi ele excitado. - Falou um tanto envergonhado, tendo o olhar direcionado para baixo.

- Fala sério. - Zombou rindo arfando, achando ironia as falas de Minho.

- Eu estou falando sério. - Disse tentando convencer Changbin.

Ao observar que Minho estava sério, Changbin franziu as sobrancelhas, estava em dúvida sobre o que o mais velho havia lhe dito.

- Mas como, Know? - Olhou-o com dúvida. - Da cintura para baixo ele não tem movimentação, como ele poderia estar excitado?

- Eu também não sei. Eu até achei que tinha visto errado, mas tenho certeza que não vi. - Mais uma vez tentou ser convincente.

- Mas... Por que ele ficaria excitado assim, do nada? Ele tem visto coisas pornográficas na internet ou em revistas? - Perguntou.

- Não, ele reclama que a tela do celular deixa ele com dor de cabeça e nem tem revistas em casa. - Ficou confuso, não havia alguma coisa que explicasse isso.

- Vocês tiveram alguma aproximação mais do que o normal?

- Não, nem um pouco... - Olhou para o lado, ficando pensativo. - Mas... Mas há dois dias atrás eu vi ele, eu acho que foi sem querer, entrando sem querer no banheiro enquanto eu tomava banho.

- E já adivinho... - Revirou os olhos. - Você ainda tem a mesma mania de tomar banho com a porta do boxe aberta?

- Você sabe que eu tenho claustrofobia. - Tentou-se explicar.

- Então ele te viu nu e ficou excitado com isso? - Estava pensativo.

Minho o olhou estranhando a fala de Changbin. Mesmo querendo tanto demonstrar que cuidava de Jisung como se ainda fosse noivos, tinha cuidado com ele e entendia que o garoto ao menos queria sua aproximação.

- Não pode ser isso, não tem como.

- Minho, olha para mim. - Puxou o rosto do mais velho pelo queixo, vendo o mesmo lhe olhar com dúvida. - Eu sei que esse Jisung não é aquele Jisung que saia com a gente e ou aquele que iria casar com você, mas ele ainda é o Jisung. Talvez a aproximação... - Deus os ombros. - Você não sabe. Vocês dormem na mesma casa, vocês comem juntos, vocês saem juntos. Tudo é possível.

- Não fale merda, ele nem sabe que é gay. - Empurrou a mão de Changbin, a tirando de seu rosto. Não conseguia confessar para si mesmo que ainda não havia superado tudo que havia acontecido e o que vinha acontecendo.

- Ele nasceu gay, ele vai ser gay até morrer, não vai ser uma memória perdida que isso vai mudar. Memória passada ou não, ele vai continuar sendo gay. - Mesmo que não assumisse para si mesmo, tudo que Changbin lhe falava fazia sentido. - E eu não o julgo, pois você é muito bonito. - Sorriu para Minho, logo depois tomando mais um gole de seu suco.

- Modesto. - Sorriu envergonhado, gostando do elogio.

- Além de ter um corpo escultural. - Piscou para Minho, vendo o mesmo fazer cara de nojo. - Se Jisung não tivesse namorado com você e se você não tivesse se apaixonado por ele, eu estaria na primeira fileira da fila para namorar com você. - Sorriu malicioso, mesmo tudo aquilo sendo apenas brincadeira.

- Diga isso para seu namorado. - Apontou para frente, direcionando seu dedo para Seungmin, que já sentava em uma das cadeiras da mesa.

- Quê? - Changbin olhou para o lado, vendo Seungmin olhando para si com um olhar confuso.

- Dizer o que para mim? - Seungmin perguntou, enquanto botava as garrafas de cerveja na mesa.

- Nada, vida. - Changbin deu um beijo na bochecha de Seungmin, que estava confuso, mas aceitou.

Minho olhava tudo e apenas sorria bobo, estava sentindo falta dessa nostalgia que o grupo lhe trazia quando estavam juntos, mesmo que Jisung não estivesse ali. Changbin e Seungmin eram importantes para Minho.

Mesmo tão destraído com a saudade dos amigos, não conseguia esquecer o que achava que tinha visto antes de sair de casa ou ter que aceitar que o que Changbin havia lhe dito era verdade.

𝗗𝗶𝗴𝗮 𝗠𝗲𝘂 𝗡𝗼𝗺𝗲Onde histórias criam vida. Descubra agora