𝑨𝒑𝒆𝒏𝒂𝒔 𝒒𝒖𝒆𝒓𝒊𝒂.

9 1 0
                                    

2024, 02 de janeiro.

Não poderia considerar que o ano havia começado bem. Tudo tinha sido planejado para dar certo, porém não fora como o esperado.

Minho ainda não conseguia acreditar realmente que aquilo havia acontecido, esperava que estivesse em apenas um sonho, na verdade, um pesadelo. Olhar Han através daquela pequena janela da porta era algo angustiante, esperava que o garoto acordasse logo, estando ainda com as alianças nas mãos, esperando que ele acordasse para não perder tempo em pedi-lo em casamento.

Via os dois amigos dormindo ao seu lado, naquela desconfortável cadeira para paciente esperar ser atendido. Ouviu os amigos roncando durante duas madrugadas, completando quase dois dias na espera daquele hospital, apenas esperando seu amor acordar, enquanto sofria em silêncio por não ter Han em seus braços.

Minho via seu único e verdadeiro amor deitado naquela cama de hospital, sem poder saber como ele estava se sentindo, se ainda respirava bem ou o que estava sonhando...

...

Acorrentado, sem poder fugir. Mas... Fugir de quem? De si mesmo? Por que fugiria de si mesmo? Por que estava com medo de si? Talvez por não saber que era ele mesmo, talvez por não saber de nada. Tinha medo. Tinha frio. Mas não existia algum monstro para ter medo. E... Muito menos vento gelado para ter frio? Por quê? Apenas queria respostas. Suas pernas e seus braços trancados com cadeados e correntes, mas talvez nem fosse apenas seu corpo aprisionado, mas sim sua mente. O que realmente era aquilo tudo? Estava sonhando? Estava vivendo? Ou melhor, sobrevivendo? Apenas se via perdido, ao redor de espelhos, onde sua própria face era escondida. Onde está Han? E... quem era Han?

...

Em um cochilo mal dormido, Minho acordou assustado ao ouvir seus dois amigos o chamando tão alto que fizera seu curto sonho terminar.

- Minho! Vem! Han está acordando! - Changbin disse, ao ver os médicos correndo para a sala que Han dormia.

Minho ao ouvir a notícia que mudaria sua vida, levantou rapidamente, deixando a caixinha de alianças cair das suas mãos. Han acordou, não tinha mais nada que importava além dele. Correu até a sala, esbarrando na porta antes que entrasse, porém foi impedido de entrar antes que pensasse.

- Me deixe entrar! Me deixe vê-lo. - Minho empurrou o médico, fazendo ele ser segurado por outro médico. - Me solta! Eu quero ver ele. - Era segurado com bastante força, deixando Minho emotivo, não poderia ser privado de ver quem amava, isso era injusto, toda a vida de Lee era injusta.

--- Senhor, se acalme! O paciente ainda não acordou, estamos observando. - O médico segurava com força Minho, o impedindo de entrar.

Ao ver a situação de Lee, Changbin e Seungmin foram até ele, tentar fazer que aquela situação melhorasse. Não queria ver Minho perder a noção mais uma vez.

Tinha que esperar? Por quê?! Não havia mais angústia que o levasse a continuar parado naquele hospital. Não aguentava mais ver Han tão longe de si.

- Minho. - Seungmin o chamou. Calmamente Minho foi se recuperando, enquanto Changbin pedia várias vezes desculpas para os médicos. Minho foi até Seungmin, ver o que ele queria. - Aqui. - Entregou o celular para Minho.

Sem acreditar, a mensagem que via através da tela do celular pedia para que Minho comparecesse ao hospital onde foi aceito seu currículo. Não queria e na verdade nem iria comparecer ao local, não iria deixar Han, nunca iria deixá-lo. Sabia que aquela mensagem mudaria sua vida, mesmo assim se sentia indeciso. Esperou dois dias sentado daquele banco, apenas para ver Jisung acordar... Apenas para ver ele. Não poderia deixá-lo. Poderia até deixar Han aos olhos dos dois amigos, mas não queria. Queria vê-lo acordar, queria ver ele abrir os olhos lentamente. Queria abraçá-lo, queria beijá-lo, queria senti-lo.

- Você irá? - Seungmin perguntou.

Minho apenas balançou a cabeça em negativo, não queria deixá-lo, não poderia. Se fosse para esperar mais dois dias sentado, ou talvez mais que isso, iria esperar. Não iria medir esforços ou dar desculpas, era o amor da vida dele que estava naquela cama, deixá-lo não era um escolha.

Seungmin não poderia acreditar que Minho perderia a oferta que mudaria a vida dele. Não queria pensar que Jisung não sairia vivo do hospital, mas Minho tinha que cuidar de sua vida. Mas sabia que se falasse isso para Minho, o mesmo brigaria com si.

[...]

Horas passadas, novamente sentado naquele banco olhando Han pela janela daquela porta, imaginando ele se levantando e indo para fora daquela sala para abraçar Minho... Apenas coisas que não aconteceriam.

Segurava, agora, com força as alianças, para que elas não caíssem de novo.

Com a lenta frequência do tempo passando, Minho sentia sua ansiedade na mesma lentidão. Queria ver ele, por que não poderia? O cansaço vinha e ia, lutava contra si mesmo para não dormir, porém o cansaço falava mais alto.

...

Via Jisung de longe, por que estava fugindo de si? Jisung tinha medo? Por quê? Tentava chegar perto, porém o garoto se afastava. Não iria perdê-lo, nem que sua vida estivesse em jogo. Jamais o deixaria. Jisung foi feito para si, assim como ele foi feito para Jisung. O que significava aquela sala? E por que Jisung se mantia tão longe? Por que tinha medo? Era apenas Minho, apenas a pessoa que passara a vida toda junta.

...

- Minho? Minho?

Minho acordou assustado, olhando para Seungmin à sua frente, vendo-o com expressão assustada.

- O que aconteceu? - Lee perguntou preocupado, se lembrando que ainda esperava ansiosamente para que Jisung acordasse.

- Ele, agora, acordou. - Minho ficou em dúvida se ficava feliz ou preocupado, se Jisung realmente havia acordado, por que aquela expressão vinda de Seungmin?

Minho se sentiu aliviado, levantou-se nas pressas, queria vê-lo e poder lhe abraçar como nunca antes. Olhou para a caixinha de alianças, sorrindo bobo ao lembrar que mesmo depois de dois dias, ainda queria fazer o que havia planejado na virada de ano. Correu nas pressas até a sala, vendo muitos médicos saindo de lá. Esperou ansiosamente para vê-lo acordar, não sabia bem o que estava sentindo, mas só queria saber assim que beijasse Han. Entrou na sala, vendo Jisung sentado na cama do hospital, vendo-o com a expressão muito devastada, mas iria fazer tudo voltar ao normal.

- Jisung. - O chamou, agora muito mais aliviado e feliz só de ver o amor da sua vida sentado e respirando bem.

Han olhou para Minho com uma expressão confusa, não sabia ao certo onde estava, muito menos o que estava fazendo ali.

Changbin iria chamar Minho, porém foi impedido por Seungmin.

- Ele vai saber lidar com isso. - Seungmin disse, fazendo o namorado se sentir culpado.

- Você sabe como ele é. - Changbin simplismente não iria ter coragem de dizer a verdade para Minho.

O garoto estava realmente feliz, ver Jisung com as bochechas inchadas depois de um longo sonho era a coisa mais perfeita que existia. Se sentou ao lado da alta calma, em uma cadeira mais confortante do que as que tinha dormido.

- Meu amor... Sei que deve está confuso, mas eu irei te explicar assim que chegarmos em casa. - Sorriu para o mais novo, ainda tão desesperado como antes.

- Quem... Quem é você?...

𝗗𝗶𝗴𝗮 𝗠𝗲𝘂 𝗡𝗼𝗺𝗲Onde histórias criam vida. Descubra agora