𝑺𝒖𝒓𝒑𝒓𝒆𝒔𝒂

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2024, 17 de janeiro.

Não tinha como saber ao certo por onde começaria, mas Minho estava feliz. Era a única esperança que tinha, porém não havia pensado em chances disso tudo dar errado, e se desse, Minho ficaria sem chão.

Só quem não percebia era Jisung, pois era fácil ver os olhares tão vivos de Minho para si, Jisung não via ou apenas fingia que não via.

Jisung já havia se acostumado com Minho, só um pouco, já não se sentia tão desconfortável perto dele. A única coisa que realmente o fazia delirar, era o fato de não saber o motivo sincero de Minho cuidar de si. Mesmo sem querer, já gostava de passar as tardes com Minho, mas ainda tinha dúvidas, e mesmo que tentasse, em forma de indireta, perguntar o motivo de Minho estar com si todo esse tempo, o moreno sempre mudava de assunto, e isso deixava Jisung aflito.

Tudo que queria era que ficasse em paz com seus sentimentos, mesmo estando ainda muito confuso com as coisas.

O dia andava calmo, sem muitas surpresas, já que Jisung conseguia conviver normalmente com Minho e vice-versa, portanto, os dias andavam na mesma frequência de lentidão e calmaria. Porém Minho andava preocupado, não conseguia entender ainda o porquê de se sentir tão vazio, mesmo tendo Jisung ao seu lado. Talvez poderia ser pelo fato de Jisung ainda não conseguir se lembrar de tudo que viveram.

Minho se mantia sentado em um baco de madeira do lado de fora daquele grande hospital psiquiátrico, vendo outros pacientes sendo cuidados por médicos. Queria ver Jisung sair com ele daquele lugar, esperava ansiosamente por esse dia.

De repente Minho sentiu seu celular vibrar, vendo que era uma ligação de Changbin. Então atendeu.

- Fala, Changbin.

- Minho, você não sabe o que aconteceu... Preciso que você venha até mim, vou te mandar a localização.

Changbin disse parecendo nervoso.

- Aconteceu algo ruim?

- Depois te explico.

Changbin desligou a ligação, deixando Minho a pensar sobre o que tinha acontecido.

Lee se levantou rápido com preocupação, indo direto para dentro do hospital, enfim avisar que teria que sair por um tempo. Certificando de que Jisung estava bem, o olhando atravéz da janela do quarto onde Jisung dormia.

Minho saiu rápido e pegou seu carro, botando no GPS a localização que Changbin havia o mandado. Seguiu na pista, vendo o quanto ensolarado estava o dia, fazendo-o lembrar de Jisung, pois era o clima deles. Dirigiu até chegar a uma praça, onde de longe viu Changbin sentado ao lado Seungmin, observando que ambos pareciam tristes.

Minho rapidamente desceu do carro, indo em direção aos dois, chegando sutilmente.

- Que bom que você chegou. - Changbin se levantou rapidamente, fazendo Minho ficar em dúvida sobre o que tinha acontecido.

- O que foi que aconteceu? - Minho estava preocupado com os amigos. Rapidamente sentou-se ao lado de Seungmin, o olhando preocupado esperando uma resposta.

- Minha mãe... Ela... Ela morreu. - De repente desabou, não conseguiu se controlar ao pensar novamente em sua mãe. Aquilo lhe doía muito, pois não esperava que iria ter que aguentar aquilo.

- Seungmin, tudo bem... - Minho abraçou fortemente Seungmin, deixando um pequeno beijo em sua bochecha, afim de conseguir consolar o amigo já tão devastado. - Pessoas partem... Mesmo que a gente não espere. - Abraçou com mais força o amigo, vendo-o desabar em seu ombro.

Changbin também mostrava estar aflito vendo o namorado tão entristecido. Chamou Minho pois já não sabia o que fazer para acalmar o namorado tão desesperado. Não sabia ao menos o que falar para lhe deixar mais confiante. Seo se sentou no outro lado de Seungmin, o abraçando também, vendo que o menino já se tremia de tanto chorar.

- Vocês não querem sair um pouco daqui e irem comer? É o melhor que podemos fazer. - Falou Minho, vendo Seungmin e Changbin balançarem a cabeça em concordância.

Então se levantaram e seguiram até um restaurante próximo da praça onde estavam.

Seungmin estava devastado, não queria nem se lembrar que tudo aquilo realmente havia acontecido. Sabia que o câncer não tinha cura, porém ainda esperava que sua mãe conseguisse superar essa fase e voltar a viver sua vida normalmente, porém não ocorreu dessa forma. Tudo que queria era viver com sua mãe, mas não conseguiu, e isso que o deixava mais devastado.

Changbin sentia as dores do namorado, via o quando Seungmin estava arrasado por tudo, estava tão triste quanto. Não sabia o que falar para que pudesse o acalmar, mas estava fazendo o seu melhor.

Entraram no restaurante e logo sentaram na mesa, pedindo a comida que escolheram olhando no cardápio. Mesmo que não estivesse com fome, Seungmin foi obrigado a comer pelo seu namorado, que estava muito preocupado com si.

Minho via toda aquela cena e só se lembrava de Jisung, lembrava como o menino lhe consolava toda vez que Hyunjin fazia algo contra si. Tudo que via, lembrava Jisung, jamais esqueceria ele, mesmo que quisesse. Minho sentia dores físicas e mentais toda vez que se imaginava a perder Jisung, toda vez que olhava para o garoto e o via tão devastado e perdido. O que tinha por Jisung, era surreal de tão real os sentimentos.

De repente o celular de Minho apitou, sendo uma mensagem do hospital, chamando Minho para confirmar mais informações sobre Jisung. Não queria deixar os amigos ali, já que estavam tão fragilizados, porém não tinha escolha.

- Gente, o hospital 'tá me chamando para confirmar umas coisas sobre Jisung... - Falou entristecido, demostrando que não queria os deixar naquele estado.

- Tudo bem, Minho... Cuide bem dele. - Seungmin disse, tentando sorrir em meio aos olhares cheios de lágrimas, demonstrando apoio.

- Muito obrigado, eu te amo Seungmin. - Minho deu um abraço em Seungmin e depois em Changbin, saindo do restaurante para ir até seu carro.

Já havia feito uma semana desde que tinha entrado com Jisung naquele hospital. As vezes via o garoto distante de si e as vezes tão próximo, porém a convivência dos dois estavam se estabilizando. Minho amava Jisung com todo o coração, por isso sentia-se tão mal quando via Jisung distante de si. Tudo que queria era que a vida voltasse a ser como antes.

Dirigiu devagar até o hospital, observando a tarde se instalar no dia ensolarado. Só de pensar em Jisung, Minho sentia a esperança de poder tê-lo em seus braços.

Chegou ao hospital depois de minutos, estacionando seu carro no estacionamento do edifício, logo depois entrando no mesmo. Andou devagar pelos corredores, indo até o quarto de Jisung.

Assim que chegou perto, ouviu Jisung conversando, então pensou que poderia ter acontecido alguma coisa com ele por pensar que o garoto estaria conversando com um médico. Minho abriu a porta sutilmente, vendo Jisung sentado na cama e alguém ao lado dele.

- Jisung? - Minho chamou o menino enquanto fechava a porta do quarto.

- Quem é? - O menino respondeu, tentando olhar atravéz da cortina que cobria sua cama.

Minho caminhou até o garoto, tirando a cortina de frente da cama. Assim que puxou a cortina que tampava a cama, observou a pessoa que menos queria ver naquela hora, Hwang Hyunjin.

𝗗𝗶𝗴𝗮 𝗠𝗲𝘂 𝗡𝗼𝗺𝗲Onde histórias criam vida. Descubra agora