𝑹𝒆𝒄𝒐𝒎𝒆𝒄̧𝒐?

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2024, 04 de janeiro

Minho queria um novo começo ou apenas que tudo voltasse a ser como antes?

A porta foi aberta sutilmente, a mulher se assustou ao ver um homem deitado naquele chão tão frio, rapidamente foi até ele e ergueu seu tronco, se sentou ao seu lado e pôs a cabeça do homem sobre seu ombro, passando a mão pelo rosto dele e podendo ver o quanto a pele do mesmo estava fria, começando a ficar preocupada. Tentou o levantar, mas o homem era pesado.

Minho acordou, estava sendo puxado enquanto dormia e isso o fez acordar assustado. Se encolheu rapidamente e se afastou daquela mulher.

--- Senhor, por favor, o senhor não está bem. - A enfermeira parecia intensamente preocupada com a saúde do homem desconhecido.

- E-Eu estou bem. - A pressão de Minho estava baixa, sua visão escura e sua cabeça doía muito, mas como sempre, preferiu dizer que estava tudo bem.

--- Por favor, se levante e saia dessa sala, aqui está muito frio, senhor.

- Eu já disse que estou bem, me deixe. - Minho disse grosso. Pôs a mão em sua testa, de onde vinha muita dor. Estava bravo e mal sabia porquê.

A mulher o olhou um pouco intimidada e logo depois saiu como Minho havia pedido.

Estava suando frio, sua pele estava tão pálida e fria, parecia que havia morrido. Seus olhos inchados, suas mãos tremendo. O que ainda fazia ali? Por que não saía daquele espaço? Sua visão totalmente escura. Minho se levantou devagar, querendo não ficar mais tonto do que já estava. Olhou para a porta, seu coração, agora, mais acelerado. Tinha que consertar tudo aquilo. Não poderia desistir assim, depois de tantos anos, depois de tantos momentos...

E o que faria para mudar? Minho simplismente não sabia, mas iria fazer. Abriu com rapidez aquela porta e correu pelo corredor mais uma vez, agora como uma forma de voltar atrás. Não poderia fugir, sempre fugiu, tinha que ser agora ou nunca - não queria que fosse nunca - independentemente, teria que continuar mesmo não querendo. Deixou que suas pernas o levassem para o quarto de Jisung. Não poderia desistir, não queria, mesmo que toda sua mente o forçava a desistir e continuar sua vida... Mas Minho sabia que não tinha vida sem Jisung ao seu lado. Minho correu mais rápido até a sala, vendo as pessoas olharem para ele de forma estranha, mas aquilo pouco o importava. Parou de frente para a porta de Han. Daqui à alguns dias o garoto iria receber alta, então teria que fazer Han se senitr confortável com sua aproximação em pouco dias.

Assim que ambos saíssem do hospital, a fisioterapia começaria e as consultas com um psiquiatra também, mas para tudo isso começar, teria que fazer que Han ficasse com si e que não se sentisse desconfortável e muito menos desconfiado de Minho.

Abriu a porta devagar, olhando o quarto como se fosse a primeira vez ali. Seus olhos rodearam o lugar, porém só procuravam uma coisa... Jisung. O garoto parecia estar dormindo, todavia, apenas estava olhando a janela. Seu corpo imóvel, apenas a cabeça virada para a bela paisagem de Seul. Estava tentando deixar sua mente mais calma.

Minho entrou sem querer fazer barulho, por pensar que Han estava dormindo. Andou devagar até a cama do mais novo, se sentou devagar na cadeira. Não sabia se estava pronto ou apenas fingindo, mas iria continuar. Respirou fundo. Jisung ouviu um suspiro alto perto de si e olhou assutasdo para o seu lado, vendo Minho ali.

- Qual é o seu problema? Por que chega sem avisar? - Jisung disse emburrado, querendo mostrar que ficou bravo, fazendo Minho sorrir levemente.

- Desculpe, eu pensei que o Senhor estava dormindo. - Minho disse em tom de deboche leve, vendo Jisung lhe encarar e logo depois revirar os olhos, voltando a olhar a janela ao seu lado.

- Por que foi embora ontem? Você saiu de repente... - Jisung dizia ainda olhando para a janela, se lembrando o quanto a saída daquele homem havia o deixado mal, mesmo não sabendo explicar o motivo.

- Sentiu minha falta? - Minho ainda mantia um tom de deboche em sua fala, porém perguntou com esperança de que Han ainda se lembrasse de algo.

Jisung olhou para Minho por alguns segundos, se sentindo tímido pela fala do homem.

- Não fale desse jeito, parece estranho. - Disse rápido, voltando a olhar a janela. Minho apenas sorriu de canto e abaixou a cabeça, o jeito de Jisung não mudou.

Minho começou a ver Jisung não como alguém que havia perdido a memória, mas sim como alguém que voltou a sua adolescência. Desconfiado e bravo, Han do ensino médio, foi assim que Minho o conheceu e naquela hora sentia que estava vivendo um flash back.

- Você... Você está preparado? - Perguntou sugestivo, chamando a atenção do garoto para si.

- Preparado para o quê? - Olhou Minho e franziu as sobrancelhas.

- Daqui à poucos dias você receberá a alta e iremos começar a fisioterapia. - Dizia entusiasmado. - Ah, sim! Iremos também ter consultas com psiquiatras. - Chegou mais perto do menino, que rapidamente se encolheu tímido.

- Primeiro, por que você fala tudo como se fossemos fazer juntos? E segundo, por que diabos terei que ir para um psiquiatra? Eu apenas sofri um acidente, eu estou bem mentalmente. - Jisung disse desconfiado, com as sobrancelhas franzidas e a cara de bravo. Se levantou devagar, se sentando naquela cama.

Minho apenas sorriu para o mais novo, querendo profundamente contar tudo, todavia, se conteu.

- Ei, por que não posso falar em nós dois como um só? Eu sou seu cuidador agora, esterei com você 24 horas por dia. E não discuta com seu cuidador e nem com as indicações dos médicos que estão cuidando de você, não tem como discutir, você terá que ir à um psiquiatra. - Sorriu delicado para Jisung.

- Não me importo, eu apenas quero sair dessa cama. - Se encostou no travesseiro, revirando os olhos novamente, voltando a olhar pela janela.

A partir dali, tentaria fazer seu máximo para cuidar de Han, mesmo que ainda doesse em si saber que o mais novo o tratava como uma pessoa desconhecida e que Han não possuía nenhuma confiança em Minho.

Sua respiração ainda não estava certa, sua mente ainda cansada, como seu corpo, que ainda dava sinais de fome, porém Minho fazia questão de ignorar todos os sinais, tinha que comer ou se não poderia morrer, mas aquilo pouco o importava.

Seu celular de repente tocou, Minho o tirou do bolso de sua calça, vendo uma mensagem de Seungmin.

- Com licença, Senhor Han. - Minho se levantou.

- Está indo aonde? Você não falou que iria ficar comigo 24 horas por dia? - Falava enquanto ainda admirava a paisagem através daquela janela.

- Vou apenas atender uma mensagem.

Minho saiu da sala, parando de frente para a mesma. Pôs seu celular no ouvido para ouvir a mensagem de Seungmin.

- Quando você ouvir essa mensagem, por favor me responda. Uma notificação foi enviada para meu celular, estão querendo entrar em contato com você... Deve ser aquele trabalho que você mandou o currículo. Não perca tempo, Minho. Você precisa desse emprego.

Minho retornou a ligação perdida de Seungmin.

- Esqueça isso, Seungmin. Eu tenho dinheiro guardado e vou viver disso até Jisung recuperar a memória. Eu não posso o deixar, você mesmo me disse isso.

- Pelo amor de Deus, Minho. Eu falei para cuidar de Jisung, não arriscar sua vida e sua renda pela volta da memória de Jisung, sendo que você nem tem certeza que funcionará mesmo.

- Você me deixa desligar essa ligação na sua cara? - Disse bravo e indignado pelas palavras de Seungmin - Pelo amor, digo eu, Seungmin. Eu tenho renda e vou conseguir com isso. Você fala como se fosse fácil, quero ver se fosse Changbin no lugar de Jisung e você no meu lugar.

- Não fale isso nem brincando.

- Vai à merda, Seungmin.

Minho desligou a ligação, seu emprego não importava e nem importaria mais do que Jisung.

Se Minho próprio se forçou a aguentar mais uma vez tudo aquilo, não teria nada que o faria desistir...

𝗗𝗶𝗴𝗮 𝗠𝗲𝘂 𝗡𝗼𝗺𝗲Onde histórias criam vida. Descubra agora