Aí Deu

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Nossos lábios se encontram em um beijo suave e inesperado. A sensação é estranha, mas ao mesmo tempo reconfortante. Sinto-me envolvida pelo momento, deixando de lado as preocupações e as dúvidas que assombram minha mente.

Enquanto nos beijamos, uma mistura de emoções percorre meu corpo. Há um misto de ansiedade e excitação, mas também uma sensação de alívio por finalmente me permitir viver algo novo e diferente.

Por um instante, esqueço tudo ao meu redor. É apenas Daichi e eu, perdidos no calor do momento, compartilhando um momento íntimo que parece durar uma eternidade.

Quando finalmente nos separamos, olhamos um para o outro, ainda envoltos na atmosfera carregada de emoção. "Desculpe," diz Daichi, parecendo um pouco envergonhado. "Eu não deveria ter feito isso tão de repente."

Eu sorrio, sacudindo a cabeça suavemente. "Não precisa se desculpar. Foi... inesperado, mas não me arrependo."

Daichi parece aliviado com minha resposta, e um sorriso se forma em seus lábios. "Você é incrível, Karuizawa," ele diz sinceramente.

Fico corada com o elogio, sem saber muito bem como reagir. "Obrigada, Daichi," respondo, sentindo-me grata por sua gentileza e por me fazer sentir especial.

Enquanto nos afastamos do corredor e voltamos para o resto da escola, percebo que algo mudou entre nós. Não sei ao certo o que o futuro reserva, mas estou ansiosa para descobrir.

Subo para o dormitório, Após o banho, enquanto a água ainda parece ecoar em minha pele, sou interrompida pelo toque do celular. Uma letra "A" ilumina a tela, indicando que é Ayanokoji. Sua voz fria e controlada ressoa do outro lado da linha, como sempre.

"O que você quer?" Pergunto, tentando manter a calma.

"Quero que investigue o representante da turma B, Suzuki Daichi," ele diz.

"Tudo bem. Quem é ele?" Pergunto, sentindo meu coração acelerar.

"Suzuki Daichi," ele repete. "Você o conhece?"

Meu coração dispara com a menção do nome de Daichi. O que Ayanokoji quer com ele? Por que de repente está interessado em Daichi? Minha mente está cheia de perguntas, mas não tenho escolha senão concordar.

"Entendi," digo, minha voz um pouco trêmula. "Vou fazer o que você mandou."

Antes que eu possa processar completamente a conversa, Ayanokoji encerra abruptamente a ligação. Sua frieza só serve para alimentar minha frustração.

"Eu te odeio, Ayanokoji Kiyotaka!" Grito para o celular, como se pudesse fazer alguma diferença.

Quase imediatamente, o telefone vibra novamente, desta vez com um número desconhecido. É Daichi. A surpresa me deixa sem palavras.

"Oi, Karuizawa. Sou eu, Daichi," sua voz soa do outro lado, calma e descontraída.

"Como conseguiu meu número?" Pergunto, curiosa.

Ele admite ter pedido a Sato, o que me arranca um sorriso.

"Entendi," respondo, tentando manter a compostura.

Daichi parece notar minha hesitação e acrescenta: "Desculpe se foi invasivo. Eu só queria falar com você."

Sua tranquilidade é reconfortante, mas ainda estou intrigada com a súbita ligação.

"Tudo bem," digo, finalmente. "O que você quer?"

"Queria saber se você está livre amanhã à noite," ele diz. "Gostaria de sair para jantar juntos."

Fico surpresa com o convite repentino, mas algo em sua voz me tranquiliza. Talvez seja a sinceridade em suas palavras, ou talvez seja o fato de ele ter sido gentil comigo na piscina.

"Claro," respondo, sentindo um sorriso surgir em meus lábios. "Eu adoraria."

Conversamos um pouco mais e combinamos os detalhes do encontro antes de desligar. Após a ligação, sinto-me um pouco mais leve, como se uma nova porta se abrisse diante de mim.

Deixo-me cair na cama, perdida em pensamentos. O encontro com Daichi me pegou de surpresa, mas estou ansiosa para ver para onde isso vai me levar.



KiyoKei: Entre NósOnde histórias criam vida. Descubra agora