Ayanokouji

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Essa situação é um verdadeiro caos. Ayanokoji e eu estamos completamente vulneráveis, escondidos no escuro e esperando que não nos encontrem. A pressão de ter que ficar quieta é sufocante, especialmente quando não tenho ideia do que está acontecendo ao meu redor.

Os segundos parecem se esticar até o limite, e minha respiração fica mais e mais rápida. Eu me sinto como um animal encurralado, esperando pelo momento certo para fugir.

Finalmente, os passos se aproximam, cada vez mais próximos. Eu posso ouvir o som das vozes, ecoando pelas paredes escuras. A tensão no ar é palpável, como uma tempestade prestes a desabar sobre nós. 

De repente, uma luz brilha através da escuridão, iluminando o espaço ao nosso redor. Eu prendo a respiração, com medo de que nos encontrem a qualquer momento.

Mas então, os passos se afastam, as vozes se tornam distantes. Eu suspiro aliviada, sentindo-me como se tivesse escapado por um triz. Ayanokoji e eu nos entreolhamos, compartilhando um momento de alívio mútuo.

"Está tudo bem agora", ele sussurra, sua voz suave e reconfortante. Eu assinto, ainda sentindo meu coração bater descontroladamente no peito.

Com cuidado, nos levantamos do chão frio e empoeirado. Meus músculos estão tensos, e eu sinto uma onda de exaustão me atingir. Mas não há tempo para descansar agora. Ayanokoji está certo. Precisamos sair daqui o mais rápido possível.

Com passos silenciosos, começamos a nos afastar do local, mantendo-nos nas sombras e longe de qualquer olhar indiscreto. Ainda não estamos fora de perigo, mas pelo menos conseguimos escapar por enquanto.

Enquanto nos afastamos, minha mente está girando com perguntas e incertezas. O que diabos está acontecendo? Por que Ayanokoji me envolveu nisso? E o que diabos ele está tentando esconder?

Eu não sei as respostas, mas uma coisa é certa: esta noite está longe de acabar. E eu tenho a sensação de que as coisas estão prestes a ficar muito mais complicadas.

Fico ali, parada, tentando recuperar o fôlego, observando Ayanokoji se afastar. Minha raiva cresce enquanto ele continua a andar como se nada tivesse acontecido. Merda, ele é mesmo um babaca. Ele para de repente, olha para trás e depois volta a andar. Quem é esse cara, afinal?

Minha curiosidade e frustração se misturam. Eu não sei o que ele está escondendo, mas uma coisa é certa: ele me envolveu nisso, e agora não consigo mais voltar atrás. Com um suspiro, decido seguir Ayanokoji, determinada a descobrir o que está por trás de toda essa confusão.

Com passos rápidos, alcanço-o e o chamo. "Ayanokoji, espere!" Minha voz sai firme, mesmo que por dentro eu ainda esteja tentando entender toda essa situação.

Ele para novamente, virando-se para me encarar. Seus olhos escuros me estudam por um momento, como se estivesse avaliando alguma coisa.

"O que você quer, Karuizawa?" Sua voz é calma, mas há algo nela que me faz estremecer.

"Eu quero respostas. Por que me envolveu nisso? O que está acontecendo?" Minhas perguntas saem mais duras do que eu pretendia, mas eu estou cansada de ser mantida no escuro.

Ayanokoji suspira, como se estivesse resignado. "Não posso te contar tudo agora. Há coisas que você não entenderia, pelo menos não ainda."

"Isso não é justo! Você não pode simplesmente me arrastar para algo sem me dar explicações decentes."

Ele mantém seu olhar fixo em mim. "Você quer mesmo saber a verdade, Karuizawa?"

Eu hesito por um momento, mas então aceno com a cabeça. "Sim, quero. Quero saber por que estou metida nisso e o que diabos está acontecendo."

Ayanokoji olha para o lado, como se estivesse avaliando se deve ou não compartilhar algo comigo. Em seguida, ele suspira novamente. "Está bem. Venha comigo. Vou te contar o que puder, mas temos que sair daqui."

Ele volta a andar, indicando para que eu o siga. Com uma mistura de ansiedade e determinação, eu o sigo, pronta para enfrentar o que quer que esteja por vir.

Com raiva fervendo dentro de mim, chego perto dele. Ayanokoji vira para mim e me encara, tirando sua gravata. "Você precisa usar isso se quiser descobrir", ele diz, segurando-a em minha direção. Olho para ele, depois para a gravata, e concordo. "Tudo bem", respondo.

Ele coloca a gravata em volta do meu pescoço, ajustando-a com cuidado. Em seguida, começamos a andar. Ele me guia pelo caminho, e seguimos em silêncio por cerca de dois minutos até pararmos.

"Me dê seu telefone", ele ordena.

"Posso tirar a venda agora?", pergunto, esperançosa.

"Ainda não", ele responde, firme.

Entrego meu celular a ele, e ele o pega. Não demora muito para que o devolva. "A partir de agora, não faremos barulho até que o alarme toque, está bem?", ele instrui.

"Sim, tudo bem", respondo, concordando com as regras.

Ficamos em silêncio, esperando. Parecem se passar horas, mas sei que é apenas a tensão que está nos fazendo perder a noção do tempo. Então, finalmente, o alarme toca.

"Você pode tirar a venda dos olhos agora", ele diz.

Aceno com a cabeça e, aliviada, tiro a venda. Olho ao redor e, para minha surpresa e horror, percebo onde estamos. "Você não pode fazer isso!", grito, sentindo a raiva pulsar dentro de mim. "Ayanokoji, eu te odeio!"


KiyoKei: Entre NósOnde histórias criam vida. Descubra agora