Kiran Alice

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Após a aula, decido dar uma volta pelo campus para espairecer. Encontro alguns colegas e converso brevemente com eles, mas minha mente ainda está repleta de pensamentos sobre os recentes acontecimentos. Decido ir para a biblioteca, buscando um ambiente tranquilo para me concentrar e organizar meus pensamentos.

Enquanto caminho pela biblioteca, minha mente vagueia pelas recentes reviravoltas em minha vida escolar. A decisão de ignorar Karuizawa foi difícil, mas parecia necessária para manter uma certa distância. No entanto, não posso deixar de me questionar se agi corretamente. Ao chegar aos corredores silenciosos da biblioteca, decido me refugiar em um dos cantos mais tranquilos, onde posso revisar minhas anotações e mergulhar nos estudos.

mergulho nas páginas do livro "Hábitos Atômicos", deixando-me envolver pelas palavras e ideias que se desdobram diante de mim. A cada parágrafo, absorvo conhecimento e reflexão, buscando entender os princípios que regem a formação dos hábitos e como podem moldar nossas vidas. Ao longo da leitura, minha mente se expande, e sinto-me cada vez mais imerso na busca pelo auto aperfeiçoamento.

"Oi, posso me sentar aqui?", alguém falou, uma voz feminina ecoou em meu ouvido. Olho para ela, cabelos pretos e brancos nas pontas, negra de olhos azuis, o corpo dela moldado no uniforme.

"Sim, claro", digo. Ela puxa uma cadeira e se senta ao meu lado. "O que está lendo?", ela pergunta.

"Hábitos Atômicos", eu respondo. A encaro por um momento, curioso sobre sua presença.

"Por que quer aperfeiçoar o que está perfeito?", ela pergunta.

"O que será que já está perfeito?", pergunto.

 "Você", ela diz. Olho para os livros que ela pegou: "Pense Bem e Como Fazer Amigos e Influenciar". Ela estende a mão para mim e diz: "Sou a Kiran Alice".

Seu nome é estrangeiro e não parece nada japonês, então posso supor que ela é brasileira. Estendo minha mão de volta. "Sou o Ayanokoji Kiyotaka", digo. 

"E eu sou Cabo Verdeana", ela diz, com um tom de confiança. 

"Ayanokoji, pode me chamar de Alice", ela acrescenta.

"Tudo bem, então", digo. 

Continuo lendo o livro, mas minutos se passam e ela continua me encarando. "Ayanokoji", ela chama. 

"Sim", respondo, olhando para ela. 

"Você é muito gato", ela diz. "Hmm, okay", digo, me levantando.

Me dirijo às prateleiras para devolver os livros. "Por que está fugindo de mim?", ela pergunta. 

"Não estou", respondo. "Estou indo embora", digo, enquanto me dirijo para a saída

Saio da biblioteca e sigo em direção ao refeitório. Enquanto caminho, não consigo deixar de pensar na interação com Alice. Ela parecia interessante, mas algo sobre ela me deixou desconfortável.

Chegando ao refeitório, vejo alguns rostos familiares, mas decido pegar uma refeição rápida e voltar para o meu quarto. Não estou com vontade de socializar hoje.

Enquanto como, pego meu celular e vejo algumas mensagens não lidas. Uma delas é de Karuizawa. Abro a mensagem e leio o conteúdo. Ela parece estar preocupada com algo, mas não especifica o que é. Talvez eu deva conversar com ela mais tarde.

Terminando minha refeição, jogo fora os restos e me dirijo de volta aos dormitórios. O dia foi cansativo e estou ansioso para um pouco de descanso. Ao chegar ao meu quarto, fecho a porta e me deito na cama, deixando-me envolver pelo silêncio do ambiente.

KiyoKei: Entre NósOnde histórias criam vida. Descubra agora