Manabu Horikita

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Corro até ele, meio que perdendo o ar. Merda, ele parou. Paro ao seu lado, tentando recuperar o fôlego.

"O que você quis dizer?", falo, tentando recuperar o fôlego. "O que... você... quis... di...di... dizer?", digo, ofegante.

"Horikita Manabu. Quero que investigue ele", disse ele e continuou andando. Merda, estou aqui tentando recuperar o fôlego e ele simplesmente diz isso e vai embora.

Vejo ele se afastando quando alguém chama por ele. Levanto o rosto e vejo Ichinose, aquela garota insuportável. Merda.

Me levanto e vou embora.

Caminho rapidamente, tentando afastar da minha mente a confusão provocada pela breve conversa com Ayanokoji. Não posso deixar que isso me abale. Tenho outras coisas com que lidar.

Enquanto me afasto, percebo que Ichinose está seguindo na mesma direção que eu. Merda, ela está vindo na minha direção. Eu realmente não tenho paciência para lidar com ela agora.

"Karuizawa! Espere um minuto!", ela chama, tentando me alcançar.

Respiro fundo e me viro para encará-la, forçando um sorriso falso. "O que é, Ichinose?"

Ela se aproxima com um sorriso radiante, completamente alheia à minha irritação. "Oi, eu estava pensando se você gostaria de se juntar a nós para uma atividade. Alguns de nós estamos indo para a cidade para um lanche. Seria ótimo se você pudesse vir!"

Meu primeiro impulso é recusar educadamente, mas então percebo que pode ser uma oportunidade para me distrair e evitar pensar demais nas últimas conversas desconfortáveis. Além disso, seria uma chance de me enturmar mais com os outros alunos.

"Claro que não", respondo, forçando um tom mais animado do que realmente estou me sentindo. "Tchau".

Ichinose sorri ainda mais amplamente, aparentemente nao mudou muita coisa. "Que ótimo! Vamos nos encontrar na entrada do dormitório às 16h. Estou ansiosa para passar um tempo juntas, isto é se mudar de ideias!"

"Está bem, vamos ver então", digo, dando meia-volta e seguindo meu caminho. Talvez essa atividade possa me ajudar a limpar minha mente e afastar os pensamentos perturbadores sobre Ayanokoji e suas misteriosas instruções.

Chegando ao dormitório, entro no meu pequeno lar e respiro fundo, sentindo-me um pouco mais tranquila. Decido que preciso de algum tempo para me recompor antes de sair novamente. Caminho até meu quarto e fecho a porta atrás de mim.

Assim que fecho a porta do meu quarto, sinto um alívio momentâneo. Este é meu refúgio, meu espaço onde posso ficar sozinha com meus pensamentos. Caminho até a janela e olho para fora, observando as árvores balançando suavemente ao vento.

Respiro fundo, tentando clarear minha mente. Mas os eventos daquele dia continuam a ecoar em minha cabeça, especialmente as palavras enigmáticas de Ayanokoji. "Horikita Manabu. Quero que investigue ele." O que ele quis dizer com isso? Por que ele escolheu me pedir isso?

Sacudo a cabeça, tentando afastar essas dúvidas. Preciso me concentrar em algo mais imediato, como me preparar para investigar.

Vou até meu guarda-roupa e escolho uma roupa casual, nada muito extravagante. Não estou com humor para me arrumar muito. Opto por uma blusa confortável e um par de jeans, e calço meus tênis.

Antes de sair do quarto, pego meu celular e verifico as mensagens. Nada de novo. Apenas alguns lembretes do grupo de estudo e notificações de aplicativos de rede social.

Desço as escadas e saio do dormitório, encontrando-me com Ichinose e o resto do grupo na entrada. Eles parecem animados e prontos para a tarde que está por vir.

Ao ver as meninas se dirigindo ao karaokê, decido não me juntar a elas. Tenho algo mais importante em mente: investigar Horikita Manabu. Enquanto elas se afastam, vejo Sato me chamar, mas balanço a cabeça e digo que tenho algumas coisas para resolver. Assim que elas se distanciam, me preparo para seguir a assistente ou secretária de Horikita Manabu, esperando descobrir algo útil.

Mantenho-me escondida enquanto a sigo, esgueirando-me pelos cantos e mantendo-me fora de vista. Mas, de repente, sinto uma mão pesada em meu ombro. Dou um pulo, assustada, e viro-me e vejo Ryuen parado atrás de mim.

"O que você está fazendo aqui, Karuizawa?", ele pergunta com um tom desafiador.

"Eu poderia fazer a mesma pergunta para você", respondo, cruzando os braços e mantendo meu tom firme.

Ignorando-o, viro-me e saio do local, determinada a não ser envolvida em nenhum drama desnecessário.

No entanto, enquanto me afasto, vislumbro uma cena preocupante. 

Vejo Horikita sendo pressionada contra a parede por seu irmão, Manabu Horikita. Observo por um momento, sem saber exatamente o que fazer. Mas, finalmente, decido que é hora de sair dali. Não quero me envolver em mais confusão do que já estou. Afasto-me rapidamente, com a mente cheia de perguntas e incertezas sobre o que acabei de testemunhar.

Merda, eu vou embora. Em que Ayanokoji me envolveu, hein? Dou alguns passos para trás e esbarro em alguém. Merda, me pegaram. Sinto suas mãos grandes em meu ombro. Me viro e, merda, é o Ayanokoji.

"O que você faz aqui?", ele pergunta.

"Estou investigando, como me pediu", digo.

Ele me encara e pergunta, desconfiado: "Fugindo?"

"Olha, você está me envolvendo em muita coisa. Eu quero explicações", digo, meio brava.

Ele me segura pelo braço. "O que está fazendo?", digo, tentando me soltar. Ele aperta meu braço com força, está doendo muito. "Me solta, vai", digo, baixo, para que eles não nos ouçam.

"Quem está aí?", ouço alguém perguntando.

Ayanokoji me encara e me puxa para trás de umas caixas.

Eles estão vindo. Ayanokoji me arrasta pelo braço, e a dor lateja enquanto corremos em desespero. "Quem está aí?", a voz ecoa, cada vez mais próxima. Os passos ecoam, alertando sobre sua proximidade.

Em pânico, buscamos refúgio, encontrando uma porta entreaberta. "Vamos por aqui", murmuro, mal conseguindo respirar. Entramos no escuro do prédio, onde o medo se torna nosso único companheiro.

"Me solta, está me machucando", imploro, tentando me desvencilhar. Mas os passos persistem, cada vez mais audíveis, enquanto as luzes das lanternas se aproximam.

Outra voz ressoa, questionando nossa presença. O coração dispara, e Ayanokoji não hesita em calar minha boca. "Fica quieta", ele sussurra, sua mão pressionando contra meus lábios.

Eu tento resistir, empurrando-o com desespero, mas ele me mantém sob controle, sua determinação inabalável. E então, em um momento de caos, perdemos o equilíbrio e caímos.

"Ah!" Eu solto, e de repente, estou por cima dele, nossos corpos se chocando no chão frio. Seus braços me cercam, protegendo-me da queda iminente.

Merda. Em meio à escuridão, percebo que ele agiu rápido para nos salvar.

KiyoKei: Entre NósOnde histórias criam vida. Descubra agora