Tempestade interior

Cap. 9

Duas semana depois

Todo dia sendo acordado por uma fofuchinha de cinco anos já se tornou uma rotina que eu não trocaria por nada. Hoje é o primeiro dia que ela vai para a escolinha, está tão animada que quase não quis dormir ontem.

- Come Antonella, se não você vai ficar dodói.

- Quero muito ir pra escolinha papai.

- Eu sei meu amor, mas ainda dá tempo de comer e terminar de se arrumar.

- Tá bom.

Ela comeu todas as frutinhas que estavam no potinho, depois quis suco com bolacha e por último ela comeu metade de um pedaço de bolo que fizemos ontem.

- Não quero mais papai.

- Então tá bom, vamos terminar de nos arrumar.

Terminamos de nos arrumar, peguei a mochila dela e voltamos para a sala mas a Antonella estava sem a sua bonequinha.

- Cadê a sua bonequinha minha filha?

- Está dormindo papai.

- Você não vai levar ela?

- Não.

- Tem certeza?

- Sim papai.

Peguei a lancheira dela e descemos para a garagem. Meu celular começou a tocar na hora em que terminei de arrumar a Antonella na cadeirinha.

- Alô? - Perguntei entrando no carro

- Loren, on-onde você está?

- Mauro,  estou levando a Antonella pra escola, o que aconteceu?

- Estou ten-tendo uma crise de ansiedade, minhas vistas estão embaçadas e estou sozinho.

- Onde estão as crianças?

- Com o Adrian.

- Tá, vou largar a Antonella na escolinha e já vou aí.

- Obrigado meu amor.

Levei a Antonella para a escolinha, conversei um pouco com a Diretora, liguei várias vezes para o Dylan enquanto voltava para o carro e corri para a casa do Mauro.

- MAURO!

Corri pela casa toda procurando por ele, até que o encontrei deitado no chão do quarto dele. Mauro estava imóvel e comecei a sentir medo.

- Mauro? - Perguntei sacudindo ele - Mauro!

Ele voltou a respirar me dando um grande susto.

- Mauro, o que aconteceu? Eu nunca te vi nesse estado - Falei ajudando ele a ir até a cama

- Sempre tem uma primeira vez.

- Meninos? - Pergunta Dylan aparecendo na porta do quarto ofegante - Vim correndo, o que aconteceu?

- Mauro teve uma crise de ansiedade, eu cheguei aqui e ele estava desmaiado.

- Você está pálido Mauro, não quer ir pra um hospital?

- Não, eu estou bem.

- O que aconteceu? O que te fez ficar assim? - Perguntei preocupado

- Minha ex, ela esteve aqui depois que os meninos e o Adrian foram embora, nós brigamos e eu achei que ia ficar bem, mas estava enganado.

- Acho melhor você ficar em casa hoje, descansar um pouco.

- Não, eu estou bem, não posso ficar em casa sem os meninos.