Tempestade interior

Cap.11

Um mês depois

Mauro

Depois que deixei as crianças na escola, fui até a casa do Otto, ele disse que estava sozinho e queria conversar comigo. Estacionei meu carro e apertei a campainha.

- Mauro - Disse Otto aparecendo com um segurança atrás dele - Já estava achando que você não viria mais.

- Demorei mais do que eu imaginava na escola dos meninos, tive que conversar com o diretor sobre o Kaiky.

- Como ele está?

- Bem graças a Deus, estou levando ele para fazer exames toda semana.

- Que bom, vamos entrar, já tomou café?

- Ainda não.

- Tem uma mesa prontinha pra gente, aí podemos conversar enquanto nós comemos.

Entramos e fomos direto para a cozinha, senti o cheirinho de café no ar. A falta que os meus pais faziam era muito grande.

- Pode se sentar, fica a vontade.

- Obrigado.

- Senhor Otto - Disse um segurança entrando na cozinha - Sua esposa chegou.

- Avisa ela que estamos aqui.

- Sim senhor.

- Pietra chegou antes do previsto, mas ela chegou na hora certa.

Dona Pietra é um amor de pessoa, me senti muito mal quando nossas famílias viraram inimigas por causa de um projeto que sumiu e agora estou sentindo que estamos nos reaproximando de novo, tudo graças ao Benjamin que é neto deles.

- Mauro, meu querido, que bom te ter por aqui - Disse vindo na minha direção

Me levantei e abracei ela.

- É muito bom ver a senhora novamente.

- Digo o mesmo meu anjo. Aiaiai, você está muito bonito.

- Obrigado senhora.

- Senta Pietra, você precisa comer alguma coisa - Disse Otto

- Eu já comi, tomei um bom café com os meninos.

- Quem te trouxe?

- O Yuri.

- Por que ele não entrou com você?

- Ele disse que a Isabella não estava muito bem, aí foi pra casa. Enfim, como está o pequeno Lorenzo?

- Ele já não é mais tão pequeno assim e está cada vez melhor, parou de tomar os remédios pra ansiedade e muito feliz com a menininha que ele adotou.

- Sério? Que coisa maravilhosa, Matias me comentou sobre isso, é muito bom ouvir que ele está bem, não vou perguntar do Dylan porque vejo ele todo dia mas e você? Como você está?

- Um pouco cansado, é o trabalho, casa, minha atenção dobrada nos gêmeos mas estou bem.

- Não está mesmo - Disse Dona Pietra batendo na mesa

- Pietra!

- É a verdade Otto. Olha esse menino, os olhos dele estão dizendo outra coisa.

Senti meus olhos marejando. Ela tinha razão. Eu não estava nada bem.

- Me desculpe - Falei não conseguindo mais controlar minhas lágrimas

- Tudo bem querido, é por isso que eu pedi para o Otto te chamar - Disse Dona Pietra segurando a minha mão - Todo dia eu penso em você e lembro de quantas vezes já te vi sorrindo com seus olhos cheios de lágrimas e eu sabia que você precisava de alguém pra conversar, os olhos não mentem, eles transmitem o que está guardado dentro de você e eu vejo um pedido de socorro, vejo que você está cansado, que está sobrecarregado e desde que eles se foram e o Dylan foi embora, toda responsabilidade caiu encima de você. Eu estava conversando com o Otto e decidi que quero você perto da gente de novo, não só você, mas o Lorenzo, a pequenina e os seus filhos, querendo ou não, vocês continuam fazendo parte dessa família e eu amo muito vocês três.