Cap. 24

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Adrian

Fui para a minha casa com o Kaio, larguei a mochila dele no sofá e fui até a minha mesinha de bebidas.

- Dindo, meu irmão vai ficar bem?

- Vai sim meu amor, sobe lá para tomar um banho.

- Eu estou com fome.

- Vou pedir um lanche pra gente, agora vai tomar banho.

- Tá bom.

Pedi nosso lanche, mandei mensagem para alguns dos meus conhecidos e "colegas de trabalho". Um deles acabou me ligando e como eu sei que ele não ia conseguir esperar, tive que atender.

- Oi.

- Kaio está aí com você?

- Sim.

- Vamos nos reunir e estaremos aí em 10 minutos.

- Por favor não exagerem, se alguém aparecer aqui armado, eu uso a minha arma em vocês.

- Como o senhor quiser.

- Ótimo, não cheguem muito tarde, ele tem que dormir.

- Sim senhor.

- Até mais tarde.

- Até.

Encerrei a ligação, subi para o meu quarto, tomei um banho, me vesti e desci para a sala. Kaio estava falando com alguém no celular.

- Tá bom, o tio Adrian pediu lanche pra gente... Boa noite pai... Eu também te amo.

Ele largou o celular e me olhou com seus olhos cheios de água.

- Ele não acorda tio - Disse chorando

Corri até ele e o abracei forte.

- Ele vai acordar meu amor, ele vai acordar, só precisa de um tempinho para se recuperar.

- Eles sabiam que se batessem no Kaiky primeiro, eu não ia deixar barato. Me apagaram, bateram no Kaiky e eu acordei no chão do banheiro sem o meu irmão.

- A culpa não é sua.

- Eu tentei ensinar ele a se defender, mas o Kaiky nunca se interessou.

- Seu irmão é igual ao seu pai, sempre tentei ensina-lo a se defender, mas ele nunca quis, não se culpe por isso meu bem.

A porta foi aberta e Paolo entrou com o restante do pessoal.

- Podemos entrar? - Pergunta Paolo sentando no sofá

- Depois que você já está sentado no sofá, não adianta perguntar mais.

- Acho que isso é de vocês - Disse Fernando me entregando o pacote de lanche

- Obrigado Nando. Vem Kaio, você vai comer, tomar seu remédio e ir dormir.

- Não quero dormir.

- Você vai sim Kaio, eu tenho coisas para fazer e você tem que descansar pra ir ver seu irmão amanhã.

Separei o lanche dele, coloquei as batatinhas num potinho, enchi o copinho com refrigerante e entreguei para ele.

- Tio! Eu não gosto de ervilha e nem tomate.

- Lanche errado, troquei o seu pelo meu - Falei trocando as embalagens

- E meus chocolates?

- Acho que tenho só dois, ainda não tive tempo de comprar mais.

Peguei as duas barrinhas de chocolate e dei para ele.

- Come tudinho, qualquer coisa você me chama.

Guardei meu lanche e voltei para a sala.

- Não sei como você aguenta - Disse Paolo - Que menininho chato.

- É muito bom você escolher bem as suas palavras Paolo, você está falando do meu afilhado.

- Foi mal, não está mais aqui quem falou - Disse levantando as mãos em forma de rendição - O que quer que a gente faça?

- Investiguem todas as câmeras de segurança, anotem horários, quantas vezes os meninos aparecem, pra onde vão e até onde essas câmeras chegam.

- Quer que apagamos os responsáveis?

- Não Paolo! São crianças, um susto já está de bom tamanho.

- Se é só um susto, porque não vai você?

- Eu até iria, mas não posso deixar o Kaio sozinho e ainda estou me recuperando do nosso último trabalho.

- Nunca vou te perdoar pelo que você fez, você poderia ter morrido.

- Mas não morri!

- É, porque a gente conseguiu chegar a tempo, antes de meterem uma bala na sua cabeça!

- Se você não diminuir seu tom de voz, sou eu que vou meter uma bala na sua cabeça.

- Seu pai ficaria orgulhoso vendo no que o filho dele se tornou.

- Paolo, você já está me enchendo a paciência.

- TIO!

Kaio gritou da cozinha, deixei Paolo de lado e corri até o meu filho, a boca dele estava sangrando, tinha sangue em suas mãos, na sua roupa e na bancada.

- O que aconteceu meu amor? O que foi isso? - Perguntei pegando um pano que tinha ali

- T-tinha alguma coisa na minha comida - Responde chorando

- Vem cá, vamos limpar isso.

- Um pedaço de caco de vidro - Disse Paolo

- Vai - Falei jogando meu celular pra ele - A senha é 1305, tem o endereço salvo aí

- Vocês dois ficam - Disse Paolo apontando para o Fernando e o Gabriel - Os outros vem comigo.

A boca do Kaio não parava de sangrar, uma coisa que eu não queria era ter que levar ele de volta para o hospital e deixar o Mauro mais preocupado ainda.

- Não tenho outra escolha - Falei pegando o Kaio no colo - Vamos para o hospital

- Vamos com vocês.

- Ótimo, vai ficar tudo bem meu amor.

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