Cap. 21

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Dylan

Quando Adrian me ligou dizendo que estava no hospital com o Mauro e os meninos, imediatamente eu saí da empresa e fui direto para casa, senti uma enorme necessidade de ver meu filho. Não consigo entender, toda vez que acontece alguma coisa com uma criança, sinto uma enorme vontade de ver o Benjamin.

Entrei no elevador e apertei o botão que ia para a cobertura. Chegando no vigésimo andar, meu celular começa a tocar.

- Alô?

- Encontrei com o Mauro e o Adrian no hospital, eles estavam extremamente nervosos. O que aconteceu? - Pergunta Lorenzo

- Bateram nos meninos, Mauro encontrou o Kaiky desacordado no ginásio e o Kaio na diretoria com o nariz sangrando e o rosto todo machucado.

- Ah meu Deus, Adrian estava totalmente enfurecido, mataria qualquer um que olhasse torto pra ele.

- Eu imagino, você está bem? O que estava fazendo no hospital?

- Levei a Antonella para  fazer alguns exames de rotina e aproveitei para fazer também.

- Tudo certo com você e com ela?

- Aparentemente sim, vou ter que esperar os resultados saírem e depois voltar lá.

- Que bom, estou chegando em casa agora, mais tarde vou levar o Benjamin aí pra brincar com a Antonella, pode ser?

- Sim, claro que sim, vou ir no mercado comprar algumas coisas pra eles e para fazer o jantar. Se caso você tiver alguma notícia dos meninos, você me avisa, tá?

- Tá bom, aviso sim, até mais tarde.

- Até.

Encerrei a ligação e entrei em casa, o barulho que estava vindo da cozinha estava me deixando com dor de cabeça.

- Benjamin! Para! - Ouço Dominic falar - O que está acontecendo?

- Estou com fome Dom!

- Benjamin, você acabou de comer há dois minutos atrás, tem que deixar um pouquinho para o seu pai.

- A vovó disse que era pra mim!

- Não Ben, a dona Pietra disse que era para nós três, você já comeu o meu pedaço e o seu de uma vez só, tem que deixar para o seu pai.

- Meu pai nem gosta de doce, nunca vi ele comendo.

- Gosto sim, mas ele não é uma formiguinha igual a você.

- Então eu quero comer outra coisa.

- Você já fez o que eu te pedi?

- O desenho para o vovô Otto?

- É.

- Sim e fiz um desenho para o meu pai também.

- Então temos que esperar seu pai chegar, ele não me mandou nada sobre o jantar.

- Dom?

- O que foi meu amor?

- Posso te fazer uma pergunta?

- Claro que sim.

- Lembra do dia em que conhecemos o tio Yuri?

- Lembro sim, aquele dia eu fiquei tão assustado e preocupado com você.

- Você acha que é verdade?

- O que?

- Que a mamãe morreu por minha causa.

Senti meu coração bater tão forte que parecia que ia sair do meu peito. Alguma coisa me dizia que o que tinha acontecido aquele dia não ia sair tão cedo da cabecinha do meu filho.

Tempestade interior Onde histórias criam vida. Descubra agora