Cap. 28

11 0 0
                                    

Dylan

Cheguei em casa e fui direto para o meu quarto, não falei com o Benjamin e nem com o Dominic. Depois de hoje, só um bom banho para me desestressar.

Quando eu estava me vestindo, ouço alguém bater na porta.

- Entra - Falei vestindo minha calça

Dominic entrou e fechou a porta se escorando nela.

- E o Benjamin?

- Deixei ele assistindo tv. Podemos conversar?

- Senta aí na cama ou na cadeira, eu vou terminar de me vestir.

Levei a toalha de volta para o banheiro, vesti minha camisa e sentei na cama de costas para o Dominic.

- Quer conversar sobre o que?

- Primeiro sobre o Ben.

- Estou ouvindo.

- Ele me contou que teve uma crise de pânico.

- Uma crise de Pânico? - Perguntei me virando de frente para ele

Me levantei da cama e antes que o Dominic pudesse me impedir, eu já estava indo para a sala.

- Filho, podemos conversar um pouquinho?

- Sim pai.

Ele desligou a tv, cruzou as perninhas e pegou uma almofada.

- Primeiro eu quero te pedir desculpas pela forma como chegamos em casa, não te dei atenção, o papai estava estressado e ia acabar descontando tudo em você.

- Eu sei pai, o Dominic me falou.

- Agora eu quero saber, como foi seu primeiro dia na escola?

Ele abaixou a cabeça e começou a beliscar a almofada.

- Filho, se aconteceu alguma coisa você tem que contar pra mim.

- Eu tive uma crise de pânico.

- Por que? O que aconteceu pra você ter uma crise?

- A professora chamou todo mundo para ir na frente se apresentar e quando chegou na minha vez eu travei, não conseguia falar e entrei em Pânico.

- Alguém te ajudou?

- Sim, um menino que estuda comigo me acalmou e eu não quero mais voltar pra escola pai - Responde vindo me abraçar

- Ah meu amor, isso acontece, é a sua primeira vez voltando para a escola depois de um tempo fora, vai demorar um pouco pra você se acostumar de novo.

- Pai, me promete uma coisa?

- O que?

- Que não vai mais me levar pra casa da vovó, eu não gosto quando ela fala do Dominic.

- Tudo bem filho, você não vai mais.

- A gente pode ir na casa do tio Mauro? Eu queria ver os gêmeos.

- Vou ver se dá.

- Ebá!

- Vem Ben, você tem que tomar banho ainda -  Disse Dominic

- Te amo pai.

- Também te amo meu amor

Ele me abraçou e correu para o Dominic. Fui para a cozinha, peguei uma garrafa de whisky e estava enchendo meu copo quando meu celular tocou.

- Alô?

Oi Dylan.

- Mauro, eu já ia ligar pra você.

- Por que?

- O Ben quer ir ver os meninos, certeza que é pra contar como foi a escola.

- Eu ia justamente convidar vocês para virem aqui, já jantaram?

- Ainda não.

- Tá, então venham pra cá, eu chamei o Lorenzo também, faz um tempinho que a gente não se reuni.

- Só vou esperar o Ben e o Dominic terminarem de se arrumar e já estamos indo.

- Tá bom, estaremos te esperando. Tchau.

- Tchau meu anjo.

Encerrei a ligação e guardei a garrafa indo para o quarto do Ben.

- Você contou para o papai? - Ouço o Benjamin perguntar

- Contou sobre o que exatamente?

- Sobre o que aconteceu com você.

- Não Ben, eu não contei e você também não vai contar.

- Por que? Você está machucado, o papai precisa saber.

- Meu bem, isso não foi nada.

- Você nem consegue se abaixar direito, eu vi seus machucados e o seu pai não deveria ter te batido.

- É isso que acontece com pessoas teimosas e o Dominic é uma pessoa teimosa.

- Não chora Dom, meu pai vai cuidar de você igual ele cuida de mim.

- Obrigado por ter entrado na minha vida meu pequenino, eu te amo muito.

- Também te amo Dom.

Tempestade interior Onde histórias criam vida. Descubra agora