Cap. 16

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Matias passou a noite aqui e antes que eu pudesse protestar, ele já estava dormindo na minha cama embaixo da minha coberta usando o meu travesseiro. Acabei indo dormir com a Antonella, depois do que aconteceu, me senti culpado por ter assustado ela.

- Papai!

Acordei antes dos dois, tomei um banho, me vesti e comecei a preparar o café da manhã. Antonella veio correndo com seu pijama de ursinho e a famosa bonequinha de pano.

- Bom dia meu amor, vem cá - Falei pegando ela no colo e a coloquei sentada na bancada - Papai quer pedir desculpas pelo que aconteceu ontem, eu assustei o meu bebezinho e isso não se faz, você me perdoa?

- Sim papai, sim.

- Aqui, eu fiz seu bolinho preferido, vou colocar na mesa pra gente comer.

- Posso assistir desenho?

- Sim meu amor, você pode assistir enquanto termino de arrumar tudo.

Coloquei o desenho para ela e voltei pra cozinha. Minutos depois ouvi o grito animado da Antonella.

- MATIAS!

- Bom dia pinguinho de gente.

Matias entrou na cozinha logo em seguida e pegou uma maçã.

- Essas frutas são da Antonella.

- Depois eu compro outra maçã pra ela. Onde você dormiu?

- Com a minha filha.

- Poderia ter dormido comigo.

- Você ocupou metade da minha cama e ainda dormiu no meu travesseiro.

- Desculpa meu amor, eu esqueci que você não gosta quando uso seu travesseiro, mas senti saudade do seu perfume.

- Arrumou minha cama pelo menos?

- Arrumar pra que? Vou deitar de novo.

- Não vai não, eu tenho que trabalhar e a Antonella tem outras coisas para fazer.

- Fica comigo hoje, comigo e a Antonella.

- Não posso, Mauro já não vai ir trabalhar, o Dylan também não, vai ficar só eu e a Lidya.

- Então vai mais tarde, quero ficar com você por mais um tempinho.

- Você pode ficar aqui Matias, a gente vai ter bastante tempo pra ficar juntos.

- Então a Antonella vai ficar comigo, vamos assistir e comer.

- Nada de bagunça Matias, estou ensinando ela a ser organizada.

Eu estava de costas, senti as mãos dele na minha cintura e a sua boca no meu pescoço. Ele me mordeu e depois me chupou.

- Se ficar marcado, eu te mato.

- Só uma marquinha, pra você se lembrar de mim.

- Eu sempre me lembro de você.

A campainha tocou, limpei minhas mãos, me afastei do Matias e fui atender a porta.

- Oi Loren - Disse Yuri

- Yuri, entra.

- Como você está?

- Bem graças a Deus.

- Que bom. Matias está por aí?

- Estou aqui Yuri, o que você quer?

- Precisamos conversar Matias, fui no seu apartamento e você não estava lá.

- Passei a noite aqui, quer conversar sobre o que?

- Sua internação.

Meu corpo enrijecem ao ouvir a palavra internação vindo da boca do Yuri.

- Não agora e não aqui na frente do Lorenzo.

- Eu não vou deixar - Falei segurando a mão do Matias

- É, seu irmão falou sobre isso.

- Eu estou sóbrio a meses.

- Se você estivesse sóbrio como diz estar, o papai não precisaria trancar o armário de bebidas dele.

- Eu falei pra ele trancar, é por isso que estou aqui com o Lorenzo, ele não tem nenhuma bebida, não é um risco pra mim.

- E se você tiver uma recaída? Tem uma criança nessa casa Matias, é perigoso.

- Se eu tiver uma recaída, sumo da vida de todo mundo, mas não vou pôr a vida da Antonella e do Lorenzo em risco.

- Enquanto você não me provar o contrário, não vou sair do seu pé.

- Você vai ver Yuri que sou capaz de me manter sóbrio por bastante tempo.

- Um escorregãozinho e eu descobrir que você magoou o Lorenzo ou encostou um dedo nele, você nunca mais sai daquela clínica.

- Eu sei e pretendo não voltar mais pra lá.

- Ótimo, estou indo trabalhar e lembra que você tem uma sobrinha, o nome dela é Isabela.

- Eu sei, vou ir ver ela hoje a noite.

- Então tá bom, qualquer coisa você me liga. Tchau Matias, tchau Loren.

- Tchau Yuri.

Matias fechou a porta e desabou chorando.

- Ei, eu estou aqui com você - Falei abraçando ele

- Me desculpa por tudo isso.

- Vou cuidar de você, vamos passar por essa juntos.

Antonella veio correndo até onde a gente estava e nos olhou com um olhar curioso.

- Vem cá filha, senta aqui com a gente, temos um novo integrante na nossa família de dois.

- Ele vai morar com a gente papai?

- Vai sim meu amor.

- Meu outro papai, eu te amo.

- Também te amo princesa.

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