Tempestade interior

Cap. 6

Dylan

Eu sabia que falar com o Lorenzo não seria fácil, fazer ele me ouvir e explicar o porquê eu deveria reassumir a presidência da Four Diamonds era uma tarefa impossível mas eu preciso, preciso para proteger meus irmãos e principalmente o meu filho.

Entrei em casa sem fazer barulho e ouvi o Benjamin brigando com o Dominic.

- Não, eu que... Ro esperar o meu pai.

- Eu sei meu anjo, mas você tem que comer, seu pai não vai gostar nadinha de saber desde que horas você está esperando ele sem comer.

Meu coração se apertou, fiquei fora o dia inteiro e a possibilidade de ele estar sem comer o dia inteiro para me esperar era grande.

- E-eu vou esperar o papai.

- Vamos lá garotão, você ainda tem que tomar seus remédios.

Larguei minha mochila no chão e fui para a cozinha.

- Oi meu amor.

- P-papai!

- O que você está aprontando em? A gente já conversou sobre isso né? Não precisa me esperar pra comer.

- Mas eu q- quero papai.

- Não filho, você tem que comer pra ficar forte, se você ficar fraquinho, com quem eu vou brincar?

- Com n-ninguem.

- Então, agora come, você está com carinha de sono e tem que descansar.

- E-eu te amo papai.

- Também te amo meu garotão.

Ele comeu, tomou os remédios e o Dominic levou ele para o quarto. Aproveitei para tomar um banho, eu estava cansado e amanhã seria outro longo dia.

Voltei para a cozinha e o Dominic já estava lá.

- Ele dormiu?

- Mais rápido do que eu imaginava.

- Acordou muito cedo?

- 7 horas da manhã ele já estava me chamando dizendo que queria café.

- E o almoço?

- Comeu bem pouco, levei ele para dar uma volta, compramos alguma coisa para o café da tarde e a janta.

- Ele dormiu de tarde?

- Não quis, deixei ele assistindo tv até a hora do banho, fizemos alguns exercícios e o resto você já sabe.

- Ele não reclamou de nada hoje?

- Não, ele só brigava comigo quando eu tinha que atrapalhar ele um pouco pra dar o remédio ou alguma coisa pra ele comer.

- Meu menino.

- Como foi com seu irmão?

- Difícil, vai ser complicado explicar pra ele o motivo do porque eu tenho que voltar para a presidência, não é permanente e eu nem quero, é só pelo bem deles e pela proteção do meu filho.

- Você falou com o Lorenzo primeiro?

- Sim, amanhã eu vou ver o Mauro e os gêmeos.

- Você acha que ele vai entender?

- Não sei, o Mauro não é tão cabeça dura como o Lorenzo, talvez seja mais fácil de explicar pra ele tudo que está acontecendo e me livrar logo disso.

- Vai ficar tudo bem Dylan - Disse Dominic segurando a minha mão

- Obrigado.

- PAPAI!

- É o Ben.

Corremos até o quarto dele, Benjamin estava no chão e a janela estava aberta.

- T-tinha alguém aqui papai, tinha alguém aqui - Disse Benjamin chorando

- Você deixou a janela aberta Dominic?

- Não, é claro que não.

- Vem cá meu amor - Falei pegando ele no colo

- E-estou com medo papai.

- Vai ficar tudo bem anjinho.

Levei ele para o meu quarto e o ajeitei na minha cama.

- Está confortável?

- Sim.

Ele se virou de costas para mim e dormiu na mesma hora.

- Quem poderia ter entrado no quarto dele? - Pergunta Dominic

- Não sei, mas vou descobrir.