Capítulo Cinco

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         — Certo, não é difícil. Um e-mail simples e pronto, arriscado ele não ler, porém, é melhor mandar e tentar esse contato novamente que morrer sem saber os motivos por tudo. – falei tentando acalmar meu coração.

          Já em meu apartamento relendo o e-mail enviado começo a rever o quanto de dignidade eu ainda tenho, acho que em dezoito anos o silêncio é mais que suficiente como resposta. Com esse pensamento corro até o notebook que está em minha bolsa jogado em algum lugar do quarto, porém ao abrir não vejo a bolsa preta e então estou procurando em todo o ambiente, porém sem sucesso, quando finalmente encontro a bolsa com o notebook embaixo de uma almofada do sofá já pode ser tarde demais. Me sento no sofá e coloco o notebook preto em minha perna e de forma meio descontrolado tento cancelar o e-mail, porém a notificação de resposta ao meu e-mail faz o ar dos meus pulmões acabarem.

          Sim, eu irei ao seu encontro, Bianchi, as reservas foram feitas em meu nome no La Maison. Quero ouvir o que você tem a dizer amanhã a noite.

          — Simples como sempre. – um fio de voz escapa da minha boca. 

          Sei que não será necessário responder e que só devo ir e me explicar, quem sabe descubro o motivo para ter sido traído. Tento me levantar, porem minhas pernas relutam ao ponto de que não consigo mover um músculo, e nesse momento me vem a voz da minha mãe" Um homem desse, tão forte e não consegue controlar o corpo", há se ela soubesse quais outras partes do meu corpo eu não controlo quando aquele francês invade minha mente. Jogo meu corpo contra o sofá com muita força quando a raiva volta e me lembro que devo odiado e não desejá-lo, não é justo comigo mesmo que depois de tantos anos eu recaia. Acordo quase caindo do sofá, minha cabeça dói como se tivesse uma banda de heavy metal estivesse tocando dentro da minha cabeça, um gemido de dor escapa da minha boca e então paro de tentar me mover para fora do sofá e tento dormir.

         Acordo meio atordoado com um tipo de ressaca pós-dor de cabeça e sono, levanto meio que caindo, mas consigo chegar até o banheiro. Fico encarando o espelho enquanto escovo os dentes e tento me lembrar de um compromisso importante, porém a mente falha e resolvo seguir minha rotina. Saio de casa quase nove horas, sei que estou atrasado, porém, todos os meus esforços para agir de forma mais rápida foram inúteis, quando estou quase em frente ao grande prédio cinza e preto da construtora meu celular toca e vejo se tratar de Mavie.

Ligação 

— Eu vou ser rápida. Bom dia, a sua benção e tio o senhor fez parte de qual turma da universidade de Palermo? Eu achei que você também tinha ido para Roma, mas a mamãe disse que não. Então qual foi delas?

— Minha turma era a três, 35 alunos formados no ano 2004, a exatamente dezenove anos, um ano antes de você nascer. Satisfeita com a resposta?

— Sim, mas você namorou alguém da sua turma na faculdade?

Apesar de ser esquisito ela perguntar sobre isso, resolvo responder, afinal Mavie não iria se interessar muito por uma resposta vaga. 

— Um cara de uma turma um ano mais novo que eu.

— Certo, e só para avisar eu vou para Roma próximo ano. Beijos, tenha um bom dia. – a ligação cai e eu só posso ri da situação. 

         O dia passa calmo até que Matteo se despede dizendo que tem um jantar com Natália. Puta merda, eu esqueci completamente, o restaurante, eu não sei qual é, você chegar atrasado e, droga, eu procurei ele e ainda tive a ousadia de esquecer. Corro atrás de Matteo enquanto peço para minha secretária desligar meu computador, meu irmão faz questão de dizer que estou agindo como louco e realmente estou, pois quando chego no estacionamento pego o carro e saio dirigindo feito louco pelas ruas até chegar no meu apartamento, com certeza terei multas para pagar, mas isso não importa, as roupas que escolho antes de tomar banho são as mais batidas possíveis.

          Depois de uma hora, recorde, chego ao Lá Mansion com a respiração descompassada, sei que o nervosismo de finalmente está encontrando com ele para conversar sobre tudo é o culpado, porém culpar o clima e a adrenalina é mais coerente, a meu ver.

          — Boa noite, estou procurando Vittorio D'Angelo. – digo para a recepcionista, que faz questão de e arrumar a blusa para deixar os seios mais notáveis, perda de tempo.

          — O senhor D'Angelo não chegou, porém, deixou avisado que o senhor poderia chegar antes. Bianchi, certo? – me olha como quem devora uma refeição com os olhos.

          — Sim. – respondo de forma ríspida tentando lhe mostrar que estou aqui com um só objetivo.

           A mulher me conduz até a mesa tentando chamar minha atenção a todo custo, como se eu fosse me interessar por alguma parte dela, eu até me interesso por certa parte de mulheres, o cérebro. Fico sozinho na mesa e tomo a decisão de pedir um vinho do Porto, após quase meia hora sem ele chegar às pessoas já me olham com certa pena, porém ele surge em meio às mesas sorrindo, não de felicidade e sim de forma cínica, como e dissesse "cheguei, e você é patético".

          — Desculpe-me pela demora, estava terminando a decoração de Halloween. ‐ diz ao se sentar em minha frente.





Mais um capítulo, espero que gostem.

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⏰ Última atualização: Mar 01 ⏰

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The Hell Between UsOnde histórias criam vida. Descubra agora