Capítulo 3 - Tentativas falhas de ser legal

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Dei algumas batidas na porta do quarto de César e logo o mesmo me atendeu.

- O que você quer?

- Posso... Conversar com você? - ele assentiu e deu passagem para que eu entrasse.

- É sobre a Marília? - disse depois de fechar a porta, me fazendo arregalar os olhos e fazer um gesto desesperado com as mãos para que ele falasse baixo.

- Como sabe? - sussurrei.

- Talvez pelo fato de que você tenha uma queda por ela e ela esteja passando uns dias na sua casa?

- Eu não tenho uma queda por ela. Pff! - cruzei os bracos.

- Ah, por favor! Acha que eu não via como você ficava olhando para ela na escola? - deixei meus ombros caírem e sentei na cama.

- Eu preciso de ajuda.

- Quer saber como fazer para impressionar ela, já que ela gosta do Ricelly e não de você?

- Tá, agora você está me assustando!

- Ai maninha, eu já passei por esse tipo de coisa. - deu um tapa amigável na minha cabeça.

- César, eu sou mais velha que você, tu é literalmente uma criança. - digo zoando ele.

- Você quer os meus conselhos ou não?

...

Era domingo e eu estava cortando a grama do quintal de casa. Uma mulher precisa fazer tarefas se quer a sua mesada.

Dei graças à Deus que Marília tinha saído com Amanda, assim não me veria nesse estado deplorável no qual me encontro.

Enquanto fazia minhas tarefas, pensava no que César havia me dito na noite passada. Basicamente, se eu quisesse conquistar Marília, teria que ser mais descontraída e fazer ela rir. Logo depois ela disse que a cara de palhaça eu já tenho, mas tirando essa parte da ofensa, eu acredito que ela esteja certa.

Ricelly é uma pessoa engraçada, porém de vez em quando faz piadas sem graça que as pessoas só riem por educação e porque gostam dele. Por mais que ele seja meu "rival" às vezes sinto pena do moreno, muita gente se aproxima dele apenas por ele ser o modelo do maior e melhor estilista de Seul, que no caso é o seu pai.

Então César disse que eu devia fazer as pessoas gostarem de mim pelo que eu sou, já que não tenho nada interessante a oferecer. De novo, tirando a parte da ofensa, meu irmão mais novo sem noção até que tem razão.

...

Na segunda-feira, minha mãe insistiu em levar eu e Marília para a escola. E depois de pagar aquele micão básico com ela gritando do carro que nos amava, nós duas sentamos na escada enquanto Amanda e Bruno ainda não tinham chegado.

Ficamos em silêncio, eu por não ser corajosa o suficiente para falar e ela porque estava atenta esperando Amanda ou Ricelly.

Eu sabia que tinha que colocar o meu plano em prática, não podia ficar de boca fechada esperando que o moreno modelo venha e roube toda a atenção.

Pensando nisso, reuni toda a coragem e decidi apostar em uma técnica que César disse ser infalível.

- Marília?

- O que foi?

- Por acaso seu pai é padeiro?

- Sim, porque?

- É que você... Pera o quê? - respirei fundo ao notar a burrada que tinha feito – Seu pai é padeiro mesmo. Droga! - bati minha mão na testa, fazendo ela me encarar completamente confusa.

JUST FRIEND - MALILAOnde histórias criam vida. Descubra agora