Capítulo 6 - Festival das flores mortas

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O clima na hora do lanche estava ótimo! Mentira. Estava péssimo!

Bruno estava calada por se sentir desconfortável, Marília encarava Ricelly de forma tímida, Amanda e Bianca estavam brigadas e discutiam por qualquer coisa, e eu tentava sorrir mesmo sentido o olhar julgador de Ricelly sobre mim.

Eu sabia que não podia continuar assim, caso contrário as pessoas envolvidas poderiam não querer sentar juntas novamente. Então, decidi arriscar a reputação de garota descolada, que eu não tinha.

- Então... - comecei e todos me encararam - Vocês sabem o que um prédio disse para o outro quando ele perguntou como era a sua vida?

- Prédios não falam. - Ricelly disse e eu o encarei.

- Não sei, o que ele disse? - Marília questionou e eu olhei para ela sorrindo.

- Que edifício. Entendeu? "Edifício", "É difícil"! - começamos a rir e logo Bianca, Amanda e Bruno se juntaram a nós.

- Foi engraçada de tão ridícula! - Ricelly se pronunciou e continuamos rindo. Pelo menos eu tinha conseguido quebrar o clima estranho.

- Nossa Maraisa, você é demais! - Bianca estendeu a mão e fizemos um toque.

Ricelly inda me encarava com aquele olhar mortal. Queria entender o porquê disso. Eu não fiz nada!

- O que acham de irmos juntos ao Festival das Flores que terá hoje no parque? Ouvi dizer que vai ter várias atrações legais. - Amanda sugeriu.

- Por mim pode ser. - Ricelly deu de ombros - Marília, você vai? -- a loira arregalou os olhos surpresa por seu crush se preocupar se ela vai ou não.

- E-Eu... Na verdade, só se a Maraisa for também. - agora foi a minha vez de arregalar os olhos. Ricelly me encarou confuso - Combinamos de tomar sorvete.

- Mas é claro que ela vai, não é Maraisa? - Bianca questionou animada. - Vocês podem tomar sorvete outro dia.

- Vou sim. - respondi sem pensar - E você, Bruno?

- Ah, eu não sei...

- Por favor! - implorei com o olhar e ele acabou cedendo e murmurando um "tá bom".

- Tudo bem então, nos encontramos às 18h na frente do portão principal. Pode ser? - Amanda perguntou e nós assentimos.

...

- É sério, ele me encarava como se soubesse de todos os meus pecados, ou algo do tipo.

- Ah para! Deve ser só paranoia sua. - Bruno revirou os olhos, enquanto eu contava sobre as encaradas de Ricelly.

- Não é. Fica ligado hoje, garanto que ele vai me olhar daquele jeito amedrontador.

- Porque ele faria isso?

- E eu vou saber?

- Não sei em quem devo acreditar. Você costuma ser muito dramática.

- Você desconfia da sua irmã semideusa?

- Já disse que eu não sou filho de Atena. Nem você. Você é muito burra pra ser filha dela.

- Credo! Eu sou filha de quem então?

- Minha. - minha mãe entrou na sala - Porque pergunta isso? César colocou na sua cabeça que você é adotada de novo? - bati minha mão na testa.

- Não é isso mãe, é só... - parei de falar assim que vi Marília descer as escadas. Seus cabelos estavam soltos, usava um vestido em tons vermelhos e um batom vermelho claro, que combinava com a sua roupa.

JUST FRIEND - MALILAOnde histórias criam vida. Descubra agora