Desenrolando II

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Seguimos para a área externa do condomínio, nos aproximamos da piscina, por incrível que pareça haviam poucas pessoas alí, uma área com algumas cadeiras espreguiçadeiras e guarda sol, empurrei ele até embaixo de um, coloquei minha bolsa em uma das cadeiras.

Anahí: Prefere que te coloque em uma dessas - apontei as cadeiras - ou prefere ficar ai?

Alfonso: Prefiro ficar aqui! - sorrio

Anahí: Eu acho melhor não tirar a camisa por causa da cirurgia, fizemos o curativo, mas não sei se é bom deixar livre assim!

Alfonso: Concordo Chefe!

Anahí : você tem que estragar os segundos de paz né? - Falo e me viro para tirar a saída de praia que estava usando, deixando meu corpo exposto apenas com biquini tampando o necessário, me deito de costas para tomar sol.

Ela tira aquela saída e seu belo corpo fica exposto, como ela linda, tudo na proporção certa, todo seu corpo desenhado a dedo, é até covardia eu estar nessa cadeira e não poder fazer nada, a observo e desvio o olhar quando ela se vira pra mim.

Anahí: É Alfonso, tenho que concordar que foi uma boa ideia! - Sorrio fraco

Alfonso: Eu só tenho excelentes ideias - Sorrio brincando - mas é sério que você nunca veio aqui?

Anahí: Muito trabalho, poucos amigos, sabe como é né!

Alfonso: Anahí, não querendo ser invasivo...

Anahí: Mas já sendo ... - ele ri

Alfonso: Por que você se esconde tanto? - questiono realmente interessado

Anahí: Me escondo? Eu não me escondo, apenas trabalho muito! - Respondo desviando da resposta

Alfonso: não senhorita, de fato ser editora chefe demanda muito de você,  mas o tempo todo, você é reservada em falar da família, tem poucos amigos, é educada mas extremamente direta eu não acho que você é uma pessoa má, apenas acho que se esconde do mundo.

Anahí: E eu acho você extremamente curioso - sorrimos juntos - Sabe o que é, não é que me escondo, mas me propus tanto a tomar um caminho diferente do da minha mãe, e acabei me reservando. E eu gosto disso.

Alfonso: Entendo, mas que caminho sua mãe trilhou? - pergunto curioso

Anahí: Alfonso eu não quero falar disso, é muito pessoal, e não me sinto a vontade para te contar! - respondo com o máximo de educação

Alfonso: Entendi, mas saiba que estarei pronto a ouvir se um dia quiser compartilhar!

As palavras dele me causaram uma estranha sensação de confiança, ele não me parece uma pessoa ruim, mas não consigo simplesmente abrir minha vida para ele, principalmente por ser homem, ele nunca entenderia o que eu passei e porque das minhas decisões.

Anahí: Mas e você? - o encaro - Vi que seu relacionamento com sua família não é dos melhores, o que aconteceu?

Alfonso: Não sabe a clássica história de pais ricos? - Ela sorri em negativa - O sonho do meu pai era eu assumir aquela empresa, ou pelo menos ser um candidato, visto que meus irmãos disputam isso, mas não nasci para ficar engomadinho em um terno, atrás de uma mesa resolvendo problema e dando ordens - vejo ela sorrir e atenta as minha palavras - eu sempre quis ser livre, sempre amei aventura, fotografia e sempre foi um problema para o meu pai, minha mãe é um amor, mas nunca o enfrentou, as brigas se tornaram recorrentes e tudo que eu não queria era continuar, então saí por aí, viajei para diversos países, fotografei diversas paisagens, vivi aventuras inesquecíveis, mas entendi que era hora de voltar, parar um pouco em um lugar ... - Respiro fundo e a vejo atenta as minhas palavras - basicamente isso

Tropeçando No AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora