04. Segundo ano/ Azul

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🌟Não Esqueça da Estrelinha e Comente por favor 🌟













🌙

Andrew começou a falar cada vez menos enquanto o segundo ano se arrastava.

Não importava, no entanto. Todos nós ouvíamos sua voz em nossas cabeças.

Dissemos a nós mesmos que a trilha não havia desaparecido. Que Drake Spears ainda estava lá fora, em movimento. Planejamento. Mantivemos nossos ouvidos em alerta, para o caso de algo surgir.



Uma noite, Aaron e Dante discutiram.

Quando tudo acabou, Dante me perguntou porque eu não os mandei parar de discutir.

Tudo o que eu queria fazer era fumar um cigarro em silêncio.

- Eu não sou o seu pai.-Eu disse.

Isso não ficou bem com ele. Um rugido baixo rolou de seu peito e Dante disse: - Não, você não é. Ele realmente se importava com a gente.

- Bem, ele não está aqui. Eu estou.

- Por escolha? Ou porque você se sente culpado?

Eu estreitei meus olhos para ele.

- E por que diabos eu teria que me sentir culpado?

Ele se empurrou da parede onde estava apoiado.

- Eu não lembro, sabe? O que aconteceu quando os caçadores vieram. Eu era muito pequeno. Mas meu pai me disse. Porque era a minha história. Ele me contou o que você fez. Como você rejeitou...

- Não, - eu disse friamente. - Não diga outra palavra.

Ele balançou sua cabeça. - É minha história, Jean. Mas é a sua também. Você fugiu. De seu companheiro. Jeremy não...

Eu estava em seu rosto mesmo antes de saber que estava me movendo.

Meu peito bateu contra o dele, mas ele se manteve firme. Seus olhos eram laranja, mas seus dentes eram duros.

- Você não sabe uma maldita coisa sobre mim. Se você soubesse, você saberia que eu fui o único que ficou para trás. Fui eu quem ficou em Green Creek enquanto seu pai saía com a matilha. Eu mantive o fogo aceso, mas algum de vocês parou para pensar no que isso fez comigo? Você não é nada além de uma criança subserviente que não sabe o que diabos está fazendo.

Ele rosnou na minha cara.

Eu não recuei.

- É o bastante. - Andrew estava na porta aberta do quarto do motel.

Foi a primeira vez que ouvimos a voz dele em dias.

- Mas-

- Dante.

Ele revirou os olhos e passou por mim, voltando para a escuridão.
Nós ouvimos seus passos desaparecerem.

- Você não deveria ter nos interrompido, - eu disse a Andrew friamente. - É melhor soltar agora do que deixar que o apodreça por dentro. Vai doer mais se ele não fizer.

- Ele está errado, você sabe.

- Sobre?

Andrew parecia exausto.
- Você se importa com a gente.

Ele fechou a porta atrás dele.

Eu fumei outro cigarro. Queimou no caminho da minha garganta, meu nariz e meus olhos.

2°. Canção do Corvo-(AFTG)Onde histórias criam vida. Descubra agora