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Tudo bem, definitivamente eu odiei essa garota que está com o Bill, ela é insuportável.

Além de não desgrudar um segundo dele, está olhando para todos como se fossem ratos de esgoto e ela fosse a rainha da Inglaterra.

Estava fazendo o possível para não me aproximar deles, porém isso foi em vão pois ela acenou em minha direção pedindo uma bebida.

- Eu não sabia que vocês contratavam esse tipo de gente docinho - ela fala me olhando de cima a baixo.

- Algum problema com ela? - Bill pergunta confuso.

- Ah você sabe, esse tipo de gente nunca é confiável - ela me lança um olhar enojado.

Como assim "esse tipo de gente"?

Eu entrego a bebida e rapidamente volto para o bar apertando meus punhos com força ao ponto do sangue fugir de meus dedos.

Quem aquela loira oxigênio pensa que é? Ela acha que só por que é branca tem direito de me destratar?

Acabei de perceber que as palavras do meu pai eram realmente verdadeiras "O racismo existe em todo o mundo, mas cabe a nós por um fim nele".

Realmente o raciocínio não tinha fronteiras, ele simplesmente existia e pessoas amarguradas o praticavam sem ao menos perceber.

Eu demorei muito tempo para aceitar quem eu era de verdade, aceitar minha cor, minha raça, meu cabelo, meus traços, para finalmente entender que eu era uma preta linda independente da opinião da sociedade sobre mim.

Porra eu exalo melanina e continua sendo perfeito do jeito que sou, não vai ser uma branquela sem sal que vai me fazer mudar de ideia.

Piso em passos duros em direção ao corredor onde ficam os camarins e me encosto na parede tentando regular minha respiração ofegante e desesperada.

Agora não....por favor..

Continuo respirando fundo até meus batimentos se normalizaarem por completo para que eu pudesse retornar ao serviço.

(Quebra de tempo longa)

A boate já havia fechado e todos estávamos no salão organizando a bagunça.

Eu limpava o balcão enquanto outros varriam e lavavam os copos, limpavam mesas, jogavam garrafas secas no lixo e etc.

Estranhamente eu estava confortável aqui na boate, todos eram amigáveis e gentis uns com os outros. Não tinham motivos para discussão.

Mas uma coisa não saia da minha cabeça, as palavras ecoavam em minha mente "esse tipo de gente nunca é confiável", "não sabia que vocês contratavam esse tipo de gente".

Eu não queria pensar nisso...eu simplesmente queria esquecer o rosto daquele vadia descarada, mas parecia impossível pois, o que eu realmente queria era esfolar a cara dela.

- Está pronta? – Dylan me pergunta e afirmo.

- Só irei avisar minha irmã e já volto –  ele concorda.

Vou andando calmamente até o camarim onde Katrina e Lívia se encontravam.

Katrina havia de apresentado pela primeira vez aqui na Black e de primeira já recebeu uma chuva de elogios, fiquei muito contente por ela.

Estro e encontro ambas deitadas em lugar diferentes encarando o teto, aparentemente cansadas.

- Eu estou saindo, Dylan me convidou para dar uma volta e resolvi aceitar – eu falo e ambas me olham animadas – é só um passeio suas putas.

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