Ciúme Infundado

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Tori:
Não acredito que deixei a Jade me convencer a vir a essa festa, e não acredito que realmente todo o colégio veio.
Quando chegamos ao hotel, já tinha vários alunos perambulando pelo lugar, fizemos o check-in e nos instalamos rapidamente, voltando ao saguão, onde Marlon obrigou a todos a recepcionar os recém chegados.
Todos que digo são a Jade, Ben e Nikki, mas fiquei também, mesmo sendo avisada por Nikki que minha presença era totalmente dispensável.
Passamos quase uma hora aguardando que todos chegassem. Além do pessoal do colégio, veio um monte de gente que nunca vi na vida.

— Fico muito feliz com a presença de todos, sei que comemorar esse aniversário com meus amigos será inesquecível, dito isso, explorem as redondezas, mas não gastem todas as suas energias, porque hoje à noite começa nossa festa.
Marlon falou subindo em cima do balcão da recepção.

Como ele disse, todos foram para um lado, o hotel tem vários espaços de lazer, mas a praia também é incrível, foi para onde escolhi ir.

— Aqui é lindo.
Falei empolgada, correndo pela areia até chegar ao mar, mas Jade não pareceu impressionada.

— Não vai entrar?
Perguntei, quase sendo derrubada por uma onda.

— Vou ficar por aqui mesmo.
Disse, sentando na sombra de uma árvore solitária da praia.

Mergulhei algumas vezes e depois me juntei a ela na areia.

— Que incrível, é minha primeira vez em Aruba.
Falei espremendo a água do cabelo.

— É, o lugar é bem agradável.

— Agradável? Isso aqui é magnífico.
Falei e ela apenas observou o movimento das pessoas, sem falar mais nada.

— Ei, estávamos te procurando.
Gio disse, vindo até nós acompanhada da Ju.

— Oi.

— Podemos roubar a Tori?
Gio perguntou a Jade, que assentiu.

Passeamos pela praia e depois voltamos para o hotel, onde aproveitamos o dia na piscina.
Pouco tempo após o sol se pôr, a movimentação começou, com pessoas indo e voltando, algumas indo se trocar e outras já arrumadas.
Eu era uma das que não estava pronta, então tentei ser rápida, tomei um banho apressado e me vesti na mesma velocidade, já com o cabelo e a maquiagem demorei mais tempo.
Fiquei pronta uma hora depois, liguei para Jade para que me encontrasse no saguão para irmos ao show.

— Oi, como foi o seu dia?
Perguntei após a cumprimentar com um selinho.

— Cansativo, que bom que foi com suas amigas, se não teria que passar o dia todo cuidando dos preparativos comigo.

— Se não quiser ir à festa, não precisa, podemos assistir algum filme ou coisa assim.

— Quase enlouqueci para preparar essa festa, eu vou nem que seja arrastada.
Disse, me segurando pela cintura e me puxando para a saída.

— Jay, olha quem acabou de chegar.
Marlon nos encontrou no caminho abraçando uma moça negra um pouco mais velha que nós.

— Grace, ai, minha nossa.
Ela foi até a moça, a abraçando forte.

— Pensei que não viria.
Disse ainda a abraçando.

— É o niver do meu único irmão, consegui um tempinho.

— Grudou?.
Perguntei, achando o abraço demorado demais.
E elas se afastaram.

— Grace, essa é a minha namorada, Tori.

— Muito prazer.
Sorriu estendendo a mão e apertei.

— Idem.
Falei séria.

— Vou deixar minha mala no quarto, encontro vocês depois.
Disse se despedindo e indo até a recepção. Marlon a seguiu.

— Vem, o show começa daqui a pouco.
Falou, me levando pela mão.

— Então, Grace?
Perguntei.

— O que tem?

— Parecem boas amigas.

— Somos.

— Que bom.

— Por que não a conheci quando fomos para a casa do Marlon?

— Ela está morando na Inglaterra, faz faculdade lá.

— Hum... Ela é muito bonita.

— Eu sei, maravilhosa, né?

— Uhum, uhum.
Falei um pouco irritada, ela não pareceu ter notado.

Chegamos ao show onde a cantora já estava no palco, ficamos na frente com nossos amigos, que se juntaram pela primeira vez sem discutir.
(...)

No dia seguinte, esperei encontrar o hotel silencioso, já que o show durou até de madrugada. Pensei que todos estariam dormindo, mas já tinha gente por todo lugar, uns conversando, outros se pegando, e alguns enchendo a cara.
Jade estava de mau-humor pela ressaca, me acompanhou até o restaurante, mas não comeu nada, só ficou parada de braços cruzados com um óculos de sol para evitar a claridade.

— Bebe um suco pelo menos.

— Não, valeu.

— Se quiser, pode voltar para o quarto.

— Não.

Respirei fundo, um pouco impaciente, pior que bêbados só pessoas de ressaca.

— Bom dia, posso sentar?
Grace perguntou e fiz sinal para o fazer.

— Mau-humor?
Perguntou a Jade, que apenas grunhiu.

— Pensei que a irmã do Marlon beberia mais do que só refrigerante.
Falei me referindo à noite passada, onde ela me acompanhou no refri.

— Não bebo álcool, sou atleta.

— Que esporte?

— Corrida e tênis.

— Eu jogo tênis.

— Sério? Tem uma quadra aqui no hotel, topa uma partida?

— Claro.

— Ótimo, então vamos daqui a pouco.

— Quer vir também, pombinha?
Grace perguntou a Jade, que não respondeu.
Levantei seus óculos e ela estava dormindo.

— Pombinha?.

— É, a chamo assim desde criança.

— Por quê?

— Sei lá, só um apelido carinhoso.

— Eu estou te achando muito legal, mas preciso que me responda uma coisa.

— Pode dizer.

— Tiveram alguma coisa?
Perguntei, apontando para a Jade.

— Imagina, ela é como uma irmãzinha mais nova chata pra caramba.
Disse sorrindo.

— Mas me conta, como a convenceu a ter um relacionamento sério, a Jade que eu conheço nunca ficou com uma pessoa por mais de um dia.

— Não precisei convencê-la, a gente começou a namorar depois do primeiro encontro.

— Caramba, fácil assim? Você deve ser muito especial.
Falou e sorri.

Tomamos nosso café, e após acordar a Jade para mandá-la para o quarto, fomos até a quadra.
Jogamos algumas partidas, acabei perdendo, mas foi divertido mesmo assim.

Como ela era a única sóbria, passamos o dia juntas, nos separamos faltando pouco tempo para o show dessa noite.

Quando voltei para o quarto, a Jade já estava pronta.

— Se sente melhor?

— Muito melhor.

— Que bom, vou me arrumar, me espera?

— Aham.

Não demorei e logo descemos, e novamente viramos a noite no show.
(...)




Tentação ( Jori ) Onde histórias criam vida. Descubra agora