O jogo da conquista

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—Oi, desculpa, você foi a primeira pessoa que eu lembrei. Será que pode vir me buscar? Acho que bebi demais e fiz merda. Eu te explico tudo em casa, prometo.

Bridgett estava agitada, atropelava algumas palavras e se embolava em outras. Ela não é muito de me ligar, acho que a única vez foi quando estávamos em Paris. O assunto devia ser sério.

—O que você fez Sn?.

—Eu explico depois. Por favor me ajuda. -respiro fundo.

—Que saco. Estou indo, não saia de onde está!.

Levo cerca de trinta minutos pra chegar até Sn, ela está visivelmente nervosa. Desço do carro indo até ela.

—O que aconteceu?.

—Hailee.

Corre pra me abraçar, parece aliviada em me ver. Bridett não é de abraços, talvez esse seja o número três? De qualquer forma me causa uma sensação estranha, porém boa.

—O que aconteceu?.

—Eu bebi como de costume, nada demais. Aí teve essa garota que dizia ser minha fã e ficou dando em cima de mim a noite toda. -Senti uma pontada de raiva. -Eu disse não e ela enlouqueceu! Ela surtou Hailee, surtou completamente!.

Só agora reparo a faixa avermelhada na mão, parece um corte feio.

—Hailee eu juro que não encostei nela, eu nunca encostaria em nenhuma mulher. Tudo o que eu fiz foi me defender, você precisa acreditar em mim. Por favor, acredite em mim.

Seu olhar era quebrado, desesperado, Bridgett estava completamente perdida.

—É claro que eu acredito em você. Por que ela surtou?.

—Sei lá, ela começou a dizer que eu merecia alguém a minha altura e que eu não deveria estar com você, que eu deveria estar com ela. Eu nem sei quem é ela porra! Foi quando eu disse que ela estava passando dos limites e que eu não queria nada no momento com ninguém além de você. Aí ela surtou, começou a gritar e a jogar tudo que via pela frente em mim, copos, garrafas, guardanapos, os bancos. Tudo.

Ela respira fundo e olha nos meus olhos.

—Eu não encostei nela Hailee, eu te juro que não encostei um dedo nela, eu nem queria ela.

Acredito nela, mas fico confusa. Ela estava dizendo que não agrediu a garota ou estava preocupada comigo e me assegurando que não beijou ninguém naquela noite? E se for a segunda opção por que ela se importaria, ela faz questão de deixar bem claro que tudo não passa de um acordo.

—Eu acredito em você. Fica tranquila. -Olhei sua mão mais uma vez. -Entre no carro, vou ligar para Naomi e ela assume daqui.

Liguei para Bayers e expliquei a situação, não pareceu irritada, na verdade parece algo que ela estava acostumada a lidar. Não dei muita importância, a prioridade agora era cuidar de Sn. Dirigimos em silêncio.

—Senta, vou buscar os primeiros socorros.

—Tem certeza que sabe o que está fazendo?.

—Claro que eu sei! Que audácia. -Ela sorriu. Retirei o pano. —Sn isso tá péssimo.

—Eu sei, a garota estava furiosa.

—É, ela não gostou mesmo de ter sido rejeitada.

O corte foi profundo, ainda sangrava bastante, limpei o melhor que pude e comecei a retirar os cacos de vidro para não infeccionar.

—Por que rejeitou ela?.

—Ué, não é óbvio?. Por sua causa.

Eu imaginava a resposta, mas queria ouvir da boca dela. Queria ter certeza.