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—Até que não foi tão difícil ficar sem brigar.

—É só você não começar que nada acontece.

—Então devo ficar quieta?.

—Se possível, sim.

Estreito os olhos para Hailee, ela deixa escapar uma risadinha e eu aponto o dedo para ela de forma acusatória.

—Você adora meu humor.

—Não mesmo.

—Adora sim, você riu umas três vezes só hoje.

—Eu sou uma pessoa sorridente.

—Acho que estamos falando de Hailees diferentes. Viu ai, riu de novo.

—Ai Sn não me irrita, sai daqui vai.

O quarto não era minúsculo, era espaçoso até demais. Tinha uma cama enorme e uma sala, tinha também uma mesa com poltronas, estilo um escritório improvisado. Entretanto, só tinha uma cama, não sei se Mark fez de sacanagem ou foi tudo tão em cima da hora que não conseguiu.

Liguei para recepção solicitando uma cama extra ou outra suíte, mas a moça me informa que eles estavam em alta temporada e todos os quartos estavam lotados.

Respiro fundo desligando o telefone. Steinfeld sai do banheiro nesse momento.

—Pode ficar com a cama, vou dormir no sofá, mas só hoje amanhã é sua vez.

—Obrigada.

Pego dois travesseiros e a coberta, o sofá não era nada confortável, não tinha como esticar e tive que me acomodar no pequeno espaço, mal podia virar de lado sem cair.

§

A Bridgett me irrita de todas as formas possíveis, mas hoje tivemos um dia ótimo e ela pareceu ser legal pela primeira vez.

Eu não gosto da Sn pois a forma que ela trata as pessoas não condiz com o que eu acredito, ela parece tratar todos, homens e mulheres, como meros objetos para satisfazer seu prazer. Eu odeio isso, você apenas usa as pessoas e joga fora quando enjoa, como aquele brinquedo que você vê na vitrine e faz birra pros seus pais comprarem e quando finalmente tem em mãos percebe que não queria tanto assim. Isso é errado, não pode descartar pessoas como plástico, Bridgett me soa imatura e irresponsável, ela precisava aprender a ter responsabilidade emocional com as pessoas.

Ela é extremamente talentosa, chega a ser bizarro o quão boa é nas coisas que se propõe a fazer, porém sinto que todo esse talento dela é desperdiçado pelo jeito que escolheu viver.

Óbvio que não me diz respeito como conduz sua vida pessoal, mas independente de me afetar ou ser da minha conta, o certo continua sendo o certo e o errado continua sendo o errado.

Acendo a tela do celular, é madrugada ainda, estava um pouco agitada e acabei acordando.

Sento na cama ainda sonolenta.

—Sem sono também?. -levo a mão ao peito.

—Porra, Bridgett! Que susto.

—Foi mal.

—A quanto tempo está aí parada me observando?.

—Não estou te observando Hailee, por que acha que o mundo gira pra você?.

—Não começa.

—Você já começou. -Bridgett respira profundamente e fecha o livro. -O sofá é horrível, devo ter cochilado por uma hora e depois não aguentei mais.

O jogo da conquistaOnde histórias criam vida. Descubra agora