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Chegamos cedo no estúdio, iríamos gravar na cidade que eles montaram, era uma cena na rua, fiquei horas fazendo a maquiagem.

Nesse filme eu interpreto Bianca Müller, uma mulher drogada, o filme mostra sua história de superação e tudo que ela teve que passar pra tentar se manter viva até o fim. Eu amei o roteiro preliminar, independente dele fazer parte do acordo eu aceitaria de qualquer forma, a história do filme é linda e muito bem escrita estou muito animada pra ver como vai ficar no fim, a equipe é impecável, os atores são ótimos. Tenho a sensação que esse é um dos meus maiores projetos.

Fizemos uma pausa de vinte minutos para o almoço. Já havia trocado as roupas e tirado a maquiagem.

—Oi, trouxe nosso "almoço". -Mostro o sanduíche na minha mão e Hailee ri.

—Entra.

Diferente do meu o trailer dela é perfeitamente organizado, tudo no devido lugar, menos a mesa de maquiagem que é uma bagunça sem fim. Tem pincéis, pós, rímel, tudo espalhado em cima da mesa.

Sento na cama com ela e começamos a comer. O tempo era curto, temos sobrevivido de sanduíches, pizzas e saladas.

—Que bagunça dona Hailee.

—Olha quem fala. -ela ri e pega o sanduíche da minha mão. -Obrigada.

—Escolhi o de atum por que Griffin me contou que é seu favorito.

—Passar um tempo com sua família te fez bem mesmo, virou outra pessoa. -rio.

—Na verdade foi só você parar de pegar no meu pé que tudo melhorou.

—Não comece. -estreita os olhos e aponta pra mim de brincadeira.

Estamos em paz desde que fomos pra casa de campo dos meus pais a um mês atrás. Eu queria falar sobre o beijo, foi tão intenso, tenho certeza que não foi só eu que senti. Tem algo acontecendo entre nós mas nenhuma das duas quer tocar no assunto.

Não encontrei coragem e deixei o assunto pra depois.

—O que sua mãe achou do presente?.

—Ela amou! Perguntou quando irá vê-la novamente.

—Diga a senhora Steinfeld que assim que conseguir respirar farei uma visita. -rimos.

—Eu disse pra ela que estamos bem ocupadas. Acredita que ela nem quis saber de mim? Ficou a chamada toda perguntando sobre você. -Não consegui conter o riso.

—Minha sogra me ama, o que posso fazer?. Você é uma chata de qualquer forma.

Ela esbarra no meu ombro e ficamos rindo. O contato não é mais um estranho, nos acostumamos com a presença física uma da outra.

—Podemos ir daqui dois meses, acho que teremos uma pausa.

—Hum, se eu estiver livre podemos passar lá. -dou de ombros.

—Por que estaria ocupada? Tem planos?.

—Não. -cedo ao pensamento intrusivo. -Mas talvez eu esteja com minha namorada.

Hailee para o que estava fazendo e me olha séria.

Eu sou sua namorada.

—Não de verdade. Ai!.

Ela belisca minha coxa com a unha, aquilo dói pra caramba. Esfrego o local rindo, por seu temperamento tranquilo ninguém acha que Hailee Steinfeld é do tipo ciumenta, mas ela é bem dominadora pra ser sincera.

Pelo menos agora tenho uma resposta, o beijo também significou algo pra ela. Steinfeld me quer. A conclusão me faz sorrir.

—Do que está rindo?.

—Você ficou com ciúmes.

—Não fiquei não.

—Ficou.

—Não fiquei.

—Ficou.

—Não f...

Interrompo sua fala com um selinho. Hailee intercalava entre meu lábio e meus olhos, ela parecia surpresa de uma forma boa.

—Ganhei.

—Você roubou. -nossos rostos continuam próximos. -Faça isso de novo e eu...

Dessa vez lhe dou um selinho mais longo.

—O que disse?. -ela engole em seco.

—Disse para fazer de novo.

Meu peito estava acelerado, segurei seu rosto e a trouxe para mim. Repetimos aquele primeiro beijo, era incrível como Hailee conseguia ser sempre intensa.

Achei que depois do primeiro beijo esse "nervosismo" iria passar, mas não, meu coração continua palpitando, minha respiração continua acelerada, meu corpo deseja ela cada vez mais e mais. Sua língua se esbarra na minha, suspiro quando encontramos o ritmo perfeito, Hailee sabia exatamente o que estava fazendo. Me ajeito na cama, Steinfeld se apoia no meu ombro e sobe no meu colo, não interrompemos nosso beijo por nada.
Me sinto ofegante, agitada, ansiosa, tudo ao mesmo tempo. Mordo seu lábio inferior e ela sorri em aprovação. Não perdemos tempo e voltamos a nos beijar.

Aperto sua cintura com força, o beijo traz a tona todo o desejo que tenho acumulado por ela e ela estar no meu colo não torna nada disso mais fácil. Seguro Hailee no colo e a deito com cuidado na cama, traço beijos por todo o seu pescoço e deixo algumas mordidas. Ela arranha minha nuca de leve e um arrepio gostoso se espalha pelo meu corpo.

Desço a alça fina pelo braço e ela me ajuda a retirar. Eu poderia simplesmente tirar toda sua roupa e dizer que ganhei o jogo, que fiz ela se deitar comigo e engolir as promessas de que nunca iríamos transar, isso seria ótimo pro meu ego, mas a verdade é que não me importo com essa merda, tudo que eu me importo agora é com Hailee, ela é a única coisa que se passa na minha mente nesses últimos meses. Abaixo a blusa até a cintura e não me importo em retira-la, só quero admirar o corpo dela enquanto eu posso.

—Vou ter que esperar quanto tempo?.

—Desculpa.

Saio do transe e agarro seu seio direito por cima do sutiã sentindo o bico duro de prazer. Beijo o vale dos seus seios com calma, quero que Hailee se lembre de cada segundo.

Quando estou prestes a tirar seu sutiã escuto batidas na porta.

Hailee solta um gemido frustrado e eu me levanto irritada para atender.

—O que é!?.

—Vai me bater?. -reviro os olhos. -Vocês tem trinta segundos pra aparecer no estúdio 19.

—Porra não tinha hora melhor?.

—O sino já tocou e vocês não apareceram. Sinto muito interromper o que quer que estivessem fazendo, mas podem terminar mais tarde.

Hannah me entrega o roteiro da cena que iríamos gravar. Fecho a porta com raiva, eu estava quase lá, cheguei muito perto.

—A Hannah não tem culpa.

—Eu sei. -Hailee veste a blusa e entrego as falas.

—Então por que a destratou daquele jeito?.

—Por que eu agi no calor da emoção. -não preciso mais olhar pra Hailee pra saber que está me olhando com aquela cara de quem vai me dar uma bronca. -Desculpa.

—Não precisa se desculpar comigo. -Ela levanta e me dá um selinho. -Vamos amorzinho, temos que trabalhar.

O jogo da conquistaOnde histórias criam vida. Descubra agora