VIII

212 25 4
                                    

Mostro as fotos que tirei do túnel para Tio Chico. Ele as analisa, ponta a ponta.

- Estou adorando o mistério. – Eugene exclama animado. Sinto que posso confiar nele, além do que, um gênio a mais faz diferença no resultado. – Será que ela é uma assassina mesmo? Será que ela tem poderes? Será que ela tem milhões de anos? Será que ela-

- Tudo bem Eugene, já entendemos. – Digo enquanto procuro novamente o mesmo livro. Mãozinha faz alguns gestos desconformado com tudo isso. – Mãozinha, eu te avisei que era uma má ideia mexer com ela.

- Dá um tempo a ele, Wandinha. – Enid estava ali também. Neste momento, todos eram necessários.

Foi explicado cada detalhe, cada detalhe dela. Por mais que Enid, Mãozinha e eu fossemos colegas de quarto de Sarah, todos precisavam saber o perigo que corríamos. Enid e principalmente Mãozinha, adoravam Sarah, mas tudo tem limite, e para a segurança deles, é melhor dizer logo a verdade.

- Se você disse que viu duas pessoas no santuário-

- Eu não as vi. – Corrigi. – Eu as ouvi.

- Certo. – Enid diz parecendo não acreditar. – Você acha que uma delas era ela?

Assinto com a cabeça.

- Esperem um pouco. – Tio Chico levanta as mãos para o ar, assustando a nós. – Mãozinha, abre na página da foto da família Ghringör.

- O que você descobriu Tio?

Ele aponta para a foto no livro. Estamos em volta da mesa de centro, na cabana do Tio Chico, olhando para onde o seu dedo indicava. Gregório Di Ghringör.

- Você disse que viu ele na gincana Poe? – Afirmo. – E como ele estava?

Paro para pensar. Olho para Enid, ela está assustada.

- Igual a da foto. Nada mudou.

- Então temos um viajante do tempo. – Afirma Tio Chico.

- Ou alguém que viveu por milhares de anos e continua o mesmo. – Eugene ri.

- Não inventa besteira Eugene. – Enid olha para a foto e logo após olha para mim.

- Não. – Tio Chico ri. – Você é um gênio Eugene.

- Sou?

- Eugene pode estar certo também. Olhem bem. Vamos recapitular o que sabemos. Gregório Di Ghringör foi o fundador da família Ghringör, e indo pelo livro, ele fez tudo isso até os dezoito anos.

- Seria impossível, né? – Questiona Enid.

- Sim. – Tio Chico faz uma pausa. – Impossível para pessoas normais. Não para quem faz sacrifícios.

Mãozinha faz alguns gestos sobre o livro. Ele disse que talvez os sacrifícios lhe davam algum bônus.

- A vida eterna. – Exclamo baixo, mais como um sussurro.

- Como? – Enid me encara.

- Os sacrifícios são para ter uma vida eterna.

- Digamos que sim, mas não explicaria o que ele estaria procurando por aqui. E por que mandaria Sarah a encontrar. – Tio Chico fica animado. – Você teve uma visão dos três, disse que a missão de Sarah é encontrar algo, mas e a de Stefan? E como ele está em Never More se ele não é um aluno.

- AH – Eugene berra. – São tantas perguntas!

- Espera. – Enid se assusta, seu rosto está pálido, como se tivesse acabado de ver um fantasma. – Wandinha, você disse que somente ouviu e sentiu duas pessoas falando no santuário, então significa que tem almas vagando pela escola... – Ela me encara. – Você acha que possamos estar sendo vigiados nesse momento?

Vitus Shaitt - WandinhaOnde histórias criam vida. Descubra agora