Capítulo 2

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"Ei, garoto!" Kara estendeu a mão, contendo uma risada enquanto o nariz aveludado do cavalo branco como a neve fazia cócegas em seus dedos enquanto ele cheirava a cenoura que ela lhe trouxera. "Você está pronto para vencer essa coisa, Klaus?"

Mastigando a cenoura, o árabe de três anos permaneceu com uma confiança tranquila que acalmou os nervos em frangalhos de Kara. Ele era um bom cavalo e ela o treinou bem. Além disso, considerando que a competição começaria em meia hora, não lhe restava muito o que fazer, a não ser confiar que o que ela já havia feito era bom o suficiente.

"Este é o seu cavalo?" perguntou a voz rouca de um homem do lado de fora da barraca.

"Claro que é." Kara se virou rapidamente, notando a expressão de surpresa do homem ao ver o rosto dela. Ela suspeitava que sabia o motivo. Com quase um metro e oitenta de altura, constituição musculosa e seu longo rabo de cavalo enfiado dentro do chapéu Stetson, esta não seria a primeira vez que Kara seria confundida com um homem. Ela estendeu sua mão. "Meu nome é Kara Zor-El. Este aqui é Creed Klaus, mas eu o chamo de Klaus."

"Colt Webb." O homem tocou com os dedos a aba de um chapéu de cowboy que era brilhante e novo demais para ter visto um dia de trabalho duro sob o sol escaldante. Isso e seu característico bigode grisalho deram a Kara a ideia da identidade do homem antes mesmo de ele fornecer seu nome. Colt Webb era dono do maior centro de treinamento de cavalos do Texas. "Foi uma boa montaria na fase de qualificação. Só queria passar por aqui e parabenizar a você."

"Obrigada, senhor." Kara não tinha dúvidas de que não teria se dado ao trabalho de procurá-la se percebesse que o nome dela não estava listado com K. Zor-El, mas agora que ele estava aqui, ela poderia muito bem tirar vantagem disso. "Posso ajudá-lo em alguma coisa?"

"Bem, uh..." Ele se mexeu um pouco, parecendo desconfortável por ter sido colocado em uma situação difícil, mas parecendo perceber que se não fosse em frente e dissesse o que pretendia quando pensava que Kara era um homem, isso acontecia a ser bastante óbvio. "Na verdade, queria perguntar se você já pensou em trabalhar como treinadora em tempo integral. Tenho um pequeno negócio fora de Abilene e estou sempre em busca de novos talentos."

Um pequeno negócio. Que descrição estranhamente humilde para um império tão grande de treinamento de cavalos. Kara era uma rancheira de coração e não tinha intenção de fazer mais nada se pudesse evitar, mas também sabia que seu pai a esfolaria viva se ela não pressionasse pelo menos esse simpático multimilionário para obter alguns detalhes.

"O que voce tinha em mente?" Kara pegou uma escova e começou a alisá-la na pelagem elegante de Klaus.

"Agora, isso depende. Você é o único treinador deste cavalo?"

Tradução: há algum irmão ou pai com quem eu deveria conversar?

"Desde que eu o tirei de sua mãe." Kara continuou escovando, mas não resistiu em dar uma olhada para ver sua reação. Ela foi recompensada com um olhar relutante de respeito.

"Nesse caso, e supondo que você esteja entre os 25% melhores esta semana, que tal você aceitar isso?" Ele enfiou a mão no bolso da camisa, tirou um cartão de visita e entregou-o a Kara. "Todos os detalhes estão aí, salário e afins. Ligue para meu gerente, Joe. Ficaríamos felizes em ter você a bordo."

"Obrigada, senhor." Kara abriu o colete azul e enfiou o cartão no bolso da camisa vermelha, esperando até que ele desaparecesse de vista antes de retirá-lo e virá-lo para ver a oferta.

Na verdade, não era ruim. Na verdade, foi generoso no que diz respeito a essas coisas. O salário inicial era mais ou menos médio, hospedagem e alimentação estavam incluídas, além de darem a ela uma porcentagem dos prêmios ganhos. E, considerando que o cartão foi preenchido antes de ele descobrir que ela não era um cara, Kara poderia ter certeza de que esta era realmente sua melhor oferta, sem nenhum desmerecimento por ser mulher embutido.

KARLENA - Viagens&EmoçõesOnde histórias criam vida. Descubra agora