Capítulo 8

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Kara prendeu a respiração enquanto Lena deliberava em silêncio. Será que o tempo havia parado para ela? Se Lena dissesse não, não seria grande coisa. Elas tinham acabado de se conhecer e se separariam novamente em breve, de qualquer maneira. Mas, no fundo, Kara temia que a rejeição a destruísse. Ela precisava do tipo de conexão física e emocional que ela nunca poderia ter em casa. Ela ansiava por isso profundamente, mesmo sabendo que seria temporário.

"Que tipo de comida você gosta?" Um sorriso se espalhou pelo rosto de Lena e todo o corpo de Kara relaxou quando ficou claro que ela não passaria a noite sozinha.

Pelo menos, não a porção da refeição. O que aconteceria depois disso provavelmente dependeria de como Kara jogaria suas cartas naquele momento. Falando em cartas, sua noite na mesa de pôquer correu tão bem que ela ganhou quase mil dólares. Do jeito que ela olhou para isso, isso era uma gota no oceano quando se tratava do que ela precisava para salvar seu rancho, mas poderia comprar uma noite divertida e infernal na cidade.

Kara passou a mão na parte de trás do chapéu, em sua pose pensativa, como seu pai gostava de dizer. O tempo todo, aqueles olhos grandes e lindos a puxavam para a órbita da mulher, como algum tipo de poder celestial em ação. "Você já esteve na Torre Eiffel?"

"Segure seus cavalos, vaqueira." Lena fingiu amarrar Kara, o que foi fofo, mas muito desnecessário. Kara estava praticamente viciada nela. "Talvez eu deva listar alguns parâmetros."

"Como?"

"Não sair da cidade. Eu tenho que trabalhar amanhã."

"Assim como eu", Kara assegurou-lhe com uma risada. "Nenhum avião estará envolvido. Eu prometo. Você não sabia que há uma Torre Eiffel bem acima de nossas cabeças? Tem um dos restaurantes mais chiques da cidade."

"Ah, meu Deus." A tez de Lena ficou com uma cor amarelada. "Estamos bem vestidos?"

Kara passou os olhos pelo corpo de Lena - desde sua calça social preta até a camiseta vermelha que lutava em permanecer fechada, com o volume de seus seios- fazendo várias paradas pitorescas ao longo do caminho. Pode não ter sido um conjunto típico de Las Vegas, mas era muito enlouquecedor.

"Você parece chique", Kara disse a ela, o que foi o maior elogio conhecido pela humanidade. "Quanto a mim, estou com meus melhores jeans e minhas botas de sair. Talvez eu devesse tirar o chapéu para jantar."

Kara tirou o chapéu, que, embora fosse tão funcional em seu ramo de trabalho quanto os saltos de Lena eram para o dela, estava sujo demais para ser estiloso. Ela alisou rapidamente o topo da cabeça com a palma da mão. "Melhor?"

Lena inclinou a cabeça para o lado, estendendo a mão com hesitação. Quando Kara não se agitou ela estava muito congelada no lugar com a perspectiva de Lena tocá-la para fazer mais do que respirar Lena deu um leve puxão no elástico que prendia o rabo de cavalo de Kara. Seu cabelo caiu solto sobre os ombros e Lena sorriu. "Muito melhor. Mas este lugar na Torre Eiffel não será caro?"

"Você não vê aquela pilha de fichas de pôquer que estou prestes a sacar? Esta noite é por minha conta." Não era sempre que Kara gastava dinheiro como alguns daqueles tipos de empresários de Hollywood faziam quando iam ao Wyoming para desfrutar de seus chiques ranchos. Normalmente, ela não sentia nada além de desdém por eles, mas agora, parecia que seria divertido interpretar o papel, pelo menos por uma noite. "Vamos. Lembre-se do que eles dizem. O que acontece em Vegas, fica em Vegas."

"Isso é o que eles dizem, não é?" Lena soltou uma risadinha nervosa. Ela parecia tão linda que Kara precisou de toda a contenção para não a agarrar e beijá-la no meio do cassino com o mesmo abandono imprudente que ambos demonstraram na barraca de Klaus. Lembrar que isso aconteceu e não foi uma mera invenção da imaginação de Kara fez com que as perspectivas para a noite parecessem mais brilhantes a cada segundo. "Vamos então."

KARLENA - Viagens&EmoçõesOnde histórias criam vida. Descubra agora