Dimaury - Jealous... 🔞 Parte II

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AMAURY

— Um pedido, Diego, eu te fiz um pedido. — Caminho impaciente para fora do centro de  treinamentos, mandando um áudio a ele. — Me esperar. Era só me esperar pra gente sentar e conversar  igual adulto, mas parece que até isso 'tá difícil nos últimos dias.
— E a culpa da falta de comunicação é minha?

Travo no lugar dando de cara com ele no corredor.

— Achei que tinha ido embora. — Solto a gravação que estava fazendo e envio sem querer. Droga!
— Deveria ter ido, mas fiquei. — Diego abre a mão direita na minha frente mostrando um brigadeiro. A mão balança impaciente e eu pego o doce. — E enquanto você tá aí mandando mensagens malcriadas, eu continuo sendo legal com você, vê se pode. 

Sinto meu rosto queimar um pouco.

— Eu...
— Podemos ir logo? — Diego me interrompe. — Eu realmente estou muito cansado e quero ir pro hotel logo.

Não digo nada, apenas aponto na direção em que deixei o carro estacionado e seguimos lado a lado. O silêncio é desconfortável e parece tão opressor que o barulho abafado das nossas passadas se tornam altas demais.

Alguns outros colegas e profissionais nos encontram no meio do caminho e admiro a forma como Diego consegue sorrir e descontrair em todas as suas conversas, por mais rápidas que sejam. Eu também tento fazer o mesmo e aparentar estar bem humorado,  mas sei que não tenho a mesma desenvoltura nesse sentido.

Destravo o carro, entramos com ele jogando a própria mochila para o banco de trás e no caminho até meu apartamento o silêncio se mantém. Não ouso colocar nenhuma música e ele também não parece nem um pouco afim de dar ínicio em nossa conversa. Seus dedos digitam rapidamente qualquer coisa no teclado do celular e, seja o que for, toma toda a sua atenção.

Nos próximos minutos essa é nossa dinâmica, eu dirijo em silêncio olhando vez ou outra em sua direção, e seus olhos se mantêm atentos a tela do aparelho, inabalável. Insuportável!

Quando finalmente estaciono Diego sai do carro e recolhe sua mochila batendo a porta mais forte do que seria necessário para fechá-la. Ele caminha emburrado à minha frente e aperta o elevador três vezes seguidas. Os pés batem frenéticos no chão, dentro do elevador também, e, diferente das outras vezes em que ele já esteve aqui, quando abro a porta e ele entra, não parece nem um pouco confortável.

Deixo minha mochila em cima da mesa e a dele, ele faz questão de colocar no chão próximo a entrada. O tênis permanece em seus pés e isso me mostra como ele não está pensando em ficar por muito tempo. 

— Pronto. — Diego se senta em meu sofá. — Queria sentar e conversar, — ele aponta preguiçosamente para o restante do estofado ao seu lado. — cá estou. Sou todo ouvidos.
— Mas veio até aqui pra ficar assim? — Cruzo os braços e continuo em pé.
— "Assim", como?
— Cínico.

Diego ri amargo.

— Ai, sabe, eu poderia estar dormindo tão gostoso agora. — As mãos esfregam o rosto sem muita gentileza antes dos seus olhos me encontrarem com irritação. — Mas não, vim até aqui! E o cínico sou eu? Você sem falar comigo desde anteontem, me tratando desse jeito e olhando pra mim com essa cara, nesta sua postura ai é o que? Você é que tá sendo bem legal, né? Pô, bem legalzão você, Amaury. — Ele bate palmas — Oh, pa...ra...béns!

A voz pausada, irritada e debochada fazem meu sangue ferver de uma só vez. Antes de falar algo que eu me arrependeria eu dou as costas e entro na cozinha em busca de um copo de água. Retorno e ele está encarando o maldito celular de novo.

Suspiro frustrado e me jogo na outra ponta do sofá.

Certo, Diego não estava de todo errado. Eu não respondi a mensagem enviada por ele na madrugada por birra. Não quis puxar assunto e só ignorei o envio. E o sorriso ébrio. E sua animação berrando o pop que tocava alto. E o brilho em seus olhos. Tudo. Menos, é claro, a mão repousada em sua cintura.

One-Shots - Kelmiro/Dimaury/Lorentins 🔞Onde histórias criam vida. Descubra agora