18. Prantos.

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As risadas na casa de Seulgi eram facilmente escutadas do lado de fora, cá estou eu no canto de um quarto torcendo pra que não demore muito pra elas decidirem ir dormir.

- Jisoo chega aqui, não fica aí no canto sozinha.- Seulgi grita da rodinha de garotas que tinha ali.

- Quero falar com você Seulgi. - Me levanto e vou até a porta do quarto, ela me segue.

- hm? - A garota pergunta como se não soubesse o que está acontecendo.

- Você não falou que teria esse tanto de garotas na sua casa. - Me encosto na parede esperando um resposta decente. Ela sabe que não gosto de muitas pessoas em um só lugar.

- Olha... como eu sabia que não viria se eu falasse que as garotas estariam aqui achei melhor não falar, mas nem é tão ruim. - A morena tenta se explicar.

- Eu quero dormir, tô indo pra casa. - pego minha mochila no quarto e Seulgi continua na porta.

- Espera, Jisoo desculpa. O que vou dizer pras garotas? - Ela me segue.

- Não sei Seulgi, você inventa tantas desculpas não vai ser difícil inventar uma, se é que elas vão notar que eu sai do quarto. - Ainda dava pra escutar as risadas no quarto e sinceramente o único problema de ser amiga de Seulgi é que ela parece uma candidata a vereadora, conhece todo mundo e é amiga de todo mundo, eu, claro que sou uma das amigas mais próximas dela mas de qualquer jeito não gosto de sair em grupo com um montinho de jovens, parece que não me encaixo naquele padrão de conversa.

- Tudo bem, quando chegar em casa me avisa. Ah e não esquece que amanhã tem a festa! - Quanto mais eu ia me afastando mais ela ia aumentando o tom de voz, só fiz um joinha com a mão pra ela e sai da casa. Do lado de fora senti um cheiro diferente de algo queimando ou alguma coisa assim, quando vejo de longe, uma escuridão completa e alguém com os cabelos bagunçados voando ao vento vem correndo em minha direção, uma garota que parecia estar precisando de ajuda. Cada vez mais perto e parecia querer falar algo mas não sabe se chega mais perto ou se grita de onde está.

- Por favor... preciso de... ajuda! Rápido. - A garota diz ofegante com as mão nos joelhos tentando capturar o ar mas com dificuldade. Corro até ela e vejo que era Rosé. Havia manchas pretas em sua camisa e sua pele, como se estivesse num... num incêndio.

- O que aconteceu!? - Coloco minha mão em seu ombro tentando dar apoio.

- Um incêndio... no meu apartamento. O bombeiro já está a caminho mas... mas preciso de ajuda, meu pai e minha tia estão lá dentro ainda! - Ela diz com dificuldade, parecia desesperada e em choque. Sem pensar duas vezes, vou até o quintal de Seulgi onde ela deixa sua bicicleta e saio pedalando até o lado de fora onde Rosé estava.

- Sobe. - Digo, talvez aconteça uma tragédia de sermos atropeladas já que quem sabe andar de bicicleta é Seulgi e não eu, mas é uma questão de vida ou morte então não tenho escolha. Park exita mas não demora muito pra subir e se segurar em mim.

- Me guia, não sei onde você mora. - Falo pra ela que logo começa a falar onde é, não era tão longe e quando cheguei o bombeiro já estava lá. A loira nem espera eu parar a bicicleta pra ir até os bombeiros, uma fita bloqueava a passagem, desesperada tentou passar por baixo mas os policiais que estavam ali não deixaram.

- VOCÊ NÃO ESTA ENTENDENDO, É MEU PAI QUE ESTA LÁ! - Chaeyoung chorava sem parar e começou a socar o peitoral do policial, que por sua vez, entendendo a situação segurou os braços dela. Eu não ia ficar ali parada, nem lembrei de quem era a bicicleta na hora e só joguei pro lado, indo até ela e a abraçando forte. A mesma escondeu seu rosto vermelho e manchado de preto por causa do fogo em meu colo e chorava desesperadamente.

- Está tudo bem, vai passar. - Passo minha mão em seu cabelo acariciando, fazendo com que ela se acalmasse mas numa situação daquela era difícil.

- Eu não posso ficar aqui parada, eu tenho que ir lá. - Tentou correr novamente até perto da faixa mas segurei seu pulso.

- Você está louca? Quer acabar morta? Os bombeiros estão fazendo a parte deles, seu pai e sua tia vão voltar bem, confia em mim. - A expressão dela era cansada, nunca tinha visto Rosé daquele jeito, eu emprestei meu casaco a ela ja que era jma noite fria, ela estava andando de um lado pro outro e eu só a seguia com os olhos enquanto estava sentada na calçada, algumas ambulâncias em volta e finalmente saíram como duas macas, uma tampada com uma lona preta, e a outra com a tia dela em um estado bem grave...

Quando Rosé viu aquilo, foi o suficiente pra cair aos prantos, não acreditando seguiu a maca com a lona preta.

- Esse não é meu pai né? Me diz que não é meu pai. - Ela ia andando junto com os enfermeiros que apenas não respondiam.

- eu peço que a senhora se afaste. - Um enfermeiro fala, Rosé ia começar a debater com ele mas ela não estava num bom estado pra isso. Agora, chorava mais do que antes, caindo no chão sentada. Me aproximei dela e passei a mão em suas costas dando apoio, ela chorava igual criança quando cai e bate a cabeça, mas com certeza a dor de uma perca bem pior do que uma batidinha na cabeça.
Park se vira e me abraça novamente chorando até não poder mais, eu apenas não digo nada.

Eu imagino a dor que ela deve estar sentindo de ver o próprio pai morto em uma maca, fico pensando o quanto as pessoas se importam umas com as outras e como seus filhos amam os pais, quando eu era criança, achava que eu não era normal porque a única coisa que eu sentia diante de minha mãe era ódio, e eu continuo assim, pra mim se minha mãe morresse não faria diferença alguma, mas pra Rosé fez, assim como fez diferença ver seu pai morto.

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Uepa bebês, pra mim isso foi um plot pq nem eu imaginava.

gente não sei se vocês perceberam que no começo de Listrado sem Amarelo era bem diferente de como está agora né? Então meio que é assim porque quando eu comecei a escrever ela foi no começo do ano passado, ou seja, mudei muitoooo meu jeito de escrever, por exemplo, a Lisa era bem mais problemática do que é agora mas vamos dizer que ao decorrer da história os personagens evoluíram.

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𝑳𝒊𝒔𝒕𝒓𝒂𝒅𝒐 𝑺𝒆𝒎 𝑨𝒎𝒂𝒓𝒆𝒍𝒐 - 𝐂𝐡𝐚𝐞𝐬𝐨𝐨Onde histórias criam vida. Descubra agora