17. Aprenda a lidar com os problemas!

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Pov Kim Jisoo

Minha mãe nunca foi aquela mãe presente pra mim, tudo que ela queria era fazer do meu irmão um ótimo homem, bom... um homem melhor do que meu pai. Não tenho muito o que dizer de meu pai, era um homem bonito e disputado por todas as garotas que na época eram da escola da minha mãe. Voltando pra minha mãe, ela também não era uma mulher feia e com certeza havia chamado a atenção de meu pai de alguma forma. Resumindo, os dois passaram uma noite juntos e minha mãe, certinha do jeito que era imaginou que não fosse engravidar, porém o que já era de se pensar, meu irmão começou a crescer em sua barriga e ela teve de largar tudo pra cuidar dele enquanto meu pai saía pra transar com outras mulheres, ele não achou legal a ideia de ter um filho mas registrou e minha vó o obrigou a casar com a minha mãe, assim tendo eu. Eu também não fui planejada e meu pai torcia pra que eu fosse um menino, ele fez a cabeça de minha mãe que um menino seria muito melhor e quando descobriu que era menina ficou furioso deixando minha mãe brava também. Ela estava decidida em me abortar mas meu irmão que na época sabia falar algumas palavras falou que gostaria de uma irmã, por isso que nasci e não recebi amor de nenhum dos dois e eles deixavam isso claro pra mim, quando eu tinha mais ou menos 5 anos, meu pai decidiu deixar tudo aqui e sumiu, sem dar satisfação pra ninguém. Minha mãe, diferente de todas as esposas não foi procurar ele, mas ficou desamparada.

Ele traia ela e ela sabia disso, mas quem disse que queria que ele fosse embora? Bom meio que essa foi a trágica separação dos meus pais e o trágico nascimento de uma garota chamada Jisoo, eu.

— Eai Jisoo, o que acha de fazermos assim o trabalho? — Rosé termina a explicação mas são 7 da manhã e eu não estou prestando atenção.

— JISOO?! Não me diga que vou ter que repetir? — A loira bate a mão da mesa pra eu acordar.

— Desculpa, não penso direito de manhã. — Desperto de meu transe.

— Temos que terminar isso logo, o trabalho tem que ser entregue até segunda se não estamos ferradas entendeu? — O trabalho era sobre o passeio e o que aprendemos com isso. Pra mim a única coisa que aprendi foi não seguir meu instinto de localização.

— Entendi. Acho sua ideia legal. — Digo sem nem saber a ideia dela.

— Também achei, vamos fazer assim então. — A loira faz um título com marca texto e canetas coloridas, não sei como ela consegue, eu apenas escrevo de caneta preta e no máximo faço um risco em cima com um marca texto velho que eu tenho.

— tá olhando o que? O papel está na mesa não na minha cara. — Rosé para de escrever e olha pra mim.

— Ah, desculpa tava só pensando, a intenção não era olhar pra você trouxa. — Reviro os olhos.

— Se me xingar mais uma vez hoje vou te obrigar a fazer isso aqui. — Ela solta o marca texto que estava segurando. — Só hoje eu acho que esse é o vigésimo insulto! - olha com raiva.

— Achei que estivesse acostumada. — Dou de ombros.

— Sonha. — A garota continua escrevendo. O cheiro dela era doce e suave, consegui sentir sentada ao lado dela, parecia um perfume caro e sua pulseira era de berloque que quando movia o braço fazia barulho de pedrinhas batendo, Rosé é toda delicada e sempre anda com acessórios, a perfeitinha que não tem erros, admiro o jeito dela se arrumar.

— Tô curiosa, você era de qual escola, Jisoo? — Não mantém contato, apenas continua escrevendo.

— Não interessa. — Com meus braços cruzados digo com indiferença.

— Fala sério! — bate a caneta na mesa e ela estava com um olhar de raiva.
— Desculpa Jisoo, quero tentar ser sua amiga pra podermos fazer o trabalho em paz e você só me xinga ou me corta, se quer fazer o trabalho sendo uma idiota, ok, mas faz sozinha! — A garota empurra a folha pra minha mesa com o título quase terminado e cruza os braços olhando pra mim, esperando eu fazer algo.

— Não estou sendo idiota, você faz perguntas sem nexo. Realmente não te interessa sobre minha escola antiga ou qualquer merda do meu passado! E eu não vou fazer isso. — Movo a folha do trabalho pra sua mesa de novo.

-—Não se orgulha do seu passado? E vai continuar não se orgulhando do seu presente com esse seu jeito mesquinho, sabe onde vai chegar com essas suas grosserias? No fundo do poço, no máximo! — respira fundo e seu rosto levemente vermelho.

— Você não mudou nada Rosé. Continua a mesma garota genuinamente inocente mas por dentro não sabe lidar com os próprios sentimentos, e isso se torna um problema que tem que carregar sozinha. — Ela me olha surpresa pelo que falei.

— Você fala como se me conhecesse antes de eu entrar aqui, e não, não sou assim como falou, sei lidar com meus sentimentos sim! — Rosé fica pensativa, ela sabe que é verdade mas está negando a si mesma. — Vamos terminar isso logo. — Ela desiste de me fazer terminar o trabalho então fica quieta e faz o título logo depois me entregando pra eu escrever o resto que falta.

— Tá fazendo errado. — Ela aponta pro título mostrando que o trabalho estava de cabeça pra baixo.

— Ah.. — Viro o trabalho e ela observa com um olhar vazio, seus olhos fixados no trabalho sem brilho algum, diferente de antes que olhava pra todos lugares com um brilho único.
Cada segundo era mais desconfortável ficar ali naquele silêncio entre nós, ainda bem que antes de qualquer coisa o sinal bateu e nos separamos.

— Amiga, vai ter uma festa amanhã na casa dos Lee, perto da minha casa, sabe né? Acho que geral vai, queria saber se tu vai querer ir, vai ter bebida e tudo mais. — Seulgi conta empolgada sentada na cadeira da frente que não era dela. O aluno que sentava ali ficou encarando ela enquanto ela contava e queria sentar, ele só precisou de um olhar mortal de Seulgi pra picar a mula dali.

— Aí não sei Seulgi, isso me cheira a merda, bebida? Nem todo mundo é de maior. — Digo a ela enquanto desenho em minha carteira.

— Mas não somos de menor, vai por favor, não quero ficar do lado do Kai lá, vão pensar que estamos de casal. — Ela segura meu braço e balança.

— Fica com outra amiga, Ryujin sei lá, você sabe que não sou de ir em festas. — Descanso minha cabeça na parede do meu lado.

— Ah não, você vai, não tem escolha tá? Tchau. — Ela volta pra sua carteira e dá um sorriso gentil pra mim de lá.

....✿....

Pra quem não sabe o que é "picar a mula" significa sair dali, sair rápido.

Coitada a Jisoo sofre.

seria legal se rosão estivesse na festa né.

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𝑳𝒊𝒔𝒕𝒓𝒂𝒅𝒐 𝑺𝒆𝒎 𝑨𝒎𝒂𝒓𝒆𝒍𝒐 - 𝐂𝐡𝐚𝐞𝐬𝐨𝐨Onde histórias criam vida. Descubra agora