Presos por um contrato

Capítulo 4 - A proposta

Daniel

''Estávamos todos no carro a caminho da nossa mansão em New York,  que parecia mais distante devido ao silêncio sepulcral que imperava. Aquilo já estava me entediando, e quando o carro parou juro que queria correr mas eu não podia. Qual seria esse assunto que não podia ser tratado na Empresa?''

Meu pai e Drake desceram do carro primeiro e em seguida eu, que não me aguentava mais de curiosidade. Entramos no escritório do meu pai e ele ordenou que me sentasse.

-Daniel o assunto no qual gostaria de tratar não é nada fácil. -Disse com tom grave enquanto olhava dentro dos meus olhos.

Parecia que o assunto era realmente sério.

_Preciso que você assuma os negócios, quero você no comando da Empresa.

_O quê? Como assim? E o Drake? Não estou entendendo. Está falando sério?

_Não sou homem de brincadeiras. Principalmente quando se trata do futuro da Empresa e desta família. Acontece que existem coisas na vida que não temos como evitá-las.

_Como assim? Que coisas? - Eu já estava inquieto, todo este mistério estava me deixando louco. Porque o velho não ia logo ao ponto? Parece que queria me torturar!

_Infelizmente a notícia que tenho é bastante triste e precisaremos do apoio de todos os membros desta família. Seu irmão está doente. Bastante doente. 

_Como assim doente?-Disse olhando para meu irmão- Por que não me contou antes Drake?!

_Estou com uma doença grave e não sei se conseguirei a cura devido ao seu avançado estágio, não sei quanto tempo de vida terei..._O Sr. Williams pousou a mão no ombro de Drake interrompendo-o.

_Iremos fazer o que for necessário para salvar a vida de seu irmão. Para tanto você deverá assumir o  quanto antes o cargo de presidente da nossa filial aqui em NY. Enquanto seu  irmão estiver ausente tratando-se. Mas para que isso seja possível será necessário que você atenda a uma condição. Você deverá estar preparado para esta empreitada. E a única saída que vejo para a sua infantilidade e inconsequência é um casamento.

_Como assim? Casamento? Você enlouqueceu?

_Uma esposa é a solução para a sua imaturidade. Você precisa de uma mulher de fibra para te colocar no eixo. E um homem de família sempre traz credibilidade aos negócios.

Não acredito que meu pai estava fazendo isso, estava preocupado em arranjar um casamento pra mim numa hora de crise familiar como esta.

_Pai você está insano. Eu não quero me casar. Não estou preparado pra uma decisão dessa na minha vida. O Sr. sabe que não me prendo a nada nem a ninguém! Preso a minha liberdade, a minha condição de solteiro, não quero me amarrar a ninguém.

_Foi exatamente o que ouviu quero que se case.

_Você só pode estar maluco! Essa doença do Drake tirou sua sanidade- Levantei-me rapidamente me encaminhado para a saída do escritório.

_É melhor você se sentar.

_Desculpe mas não ouço mais uma palavra dessa sandice!

_Daniel! Sente-se agora! _Gritou severo. _ Se não se casar, tiro você do meu testamento! Se você sair por esta porta, poderá considerar-se deserdado! Não terá nada, cuidarei para que você não fique nem com esta roupa que está vestindo agora! Poderá dar adeus a toda a mordomia e boa vida.

Me detive por um instante. Isso era golpe baixo. O que ele pensa que é? Droga! Ele é dono de tudo que tenho, de toda riqueza e conforto que usufruo. Merda. Não tenho saída. O velho me tem na palma de suas mãos.

_Então, o que você decide?

Pronto. Estou ferrado.

_Preciso de um tempo para pensar. É muita coisa para assimilar assim de repente. Preciso colocar os pensamentos em ordem. Vocês têm que ver que fiquei sabendo que o meu irmão corre risco de morrer, que terei que assumir a presidência de uma grande empresa e que deverei casar para não perder a minha parte na herança da família, tudo isso em menos de uma hora!

_Muito bem. Você terá este tempo. Não demore muito pois seu irmão começará o tratamento amanhã.

Enquanto me retirava do escritório completamente atônito e ao mesmo tempo tomado de ódio com tudo que despejaram em mim e as condições que me impuseram, ainda escutei Drake sussurrando ao meu pai.

_Será que ele é capaz?

Elizabeth

Depois do almoço voltei para o hotel para que James pudesse almoçar. Tinha acabado de me ajeitar quando um cliente toca a campanhia. Odeio quando fazem isso eu estou aqui era só chamar. Me viro e me deparo com um homem jovem com cabelos loiros ondulados, alto e maravilhosamente lindo.

Me recomponho e falo:

_Boa tarde senhor ...

_Preciso do melhor  quarto imediatamente. - disse o cliente sem sequer olhar pra mim.

-Claro. _Disse-lhe entregando-lhe o formulário de cadastro de hóspedes _Por favor senhor, preencha este formulário com seus dados. Preciso que o Sr. apresente a identidade e...

_Você não me ouviu? Preciso de um quarto imediatamente, não tenho tempo para toda essa burocracia inútil. Você não sabe com quem está falando? Srta. ...Jones! _Falou observando o meu crachá.

_Desculpe Sr., mas não sei quem é o Sr. Somente saberei se preencher o cadastro e apresentar o documento de identidade. _Idiota, grosseiro e metido, vá se ferrar! _Pensei.

_Droga, me dê logo a caneta que irei preencher este formulário estúpido. _Pegou o papel preenchendo bruscamente. _Agora Srta. Jones, procure se informar melhor!

Ele preencheu o cadastro. E saiu resmungando em direção ao elevador. Enquanto eu lia a assinatura.

_"Daniel Connor Williams". _Meu Deus! É o filho do Sr. Williams, dono deste Hotel e dono de uma das maiores empresas de NY, a Williams International Technology! Mas que mancada! Que grande mancada! Como eu não pude reconhecê-lo, quando ontem mesmo eu o havia visto no notebook do Jorge?

Nem percebi quando James voltou do almoço. Estava com os pensamentos nas nuvens...

_Elizabeth! Elizabeth! Ei, Lisa! Acorda!

_Ãh, hein? Me desculpe James, eu estava com a cabeça longe.

_Percebi. Aconteceu alguma coisa? Parece preocupada.

_Você não sabe o fora que acabei de dar. Senta aí que te conto.